Porquê, diz-me, porque não me respondes. Falo contigo e tu não ouves, só te escondes. Levantas tantos muros à tua volta, sabes que me vão impedir de entrar, mas será que depois consegues tu sair?
Corre, corre como se disso a tua vida dependa, mas primeiro pergunta aos joelhos se te querem mesmo ajudar a fugir, ao corpo se te quer levar ao refúgio, ou se prefere ficar, e deixar o vento correr, saber que notícias tem, e quem consigo o vento traz.
Mas afinal fugir do quê - não há perigo, nada de novo, onde vais? Uma noite olhaste a besta nos olhos, disseste "vai, vai e não voltes mais". E a besta foi, mesmo faminta, suada, ferida, acaso pensas agora que ela te quer devorar?
Para quê fugir, para quê evitar o mal que não é mau, o veneno do qual não vais morrer, e mesmo que fosses, podes fugir...mas não te podes esconder.
Leocardo
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