domingo, 28 de setembro de 2014

Carreiro, o barbeiro



Não tenho por hábito fazer publicidade de serviços, marcas e produtos (se for para falar mal sim, o meu "génio do mal" criativo entra em acção), mas quando o faço é bom sinal, pois parte de uma ideia ou iniciativa que pelo menos à partida parecem-me muito boas. Assim sendo, é com muito gosto que anuncio que em breve teremos em Macau um barbeiro - ou cabeleireiro, se preferirem, pois as mulheres (quase todas) não têm barba - unissexo, e "em português". Dou ênfase a este detalhe do "em português" pois parece que ultimamente a comunidade portuguesa tem começado a investir em Macau como forma de criar aqui raízes, e parece estar ultrapassado o complexo "histórico" que levou muita gente a acreditar que bastava ser português para receber um tratamento especial. Ora já não é assim, paciência, o passado está lá atrás, toca a olhar para o futuro. No passado era normalmente na restauração que a nossa comunidade investia, pois era mais fácil, e beneficiava sempre do facto de ser uma área respeitada em termos turísticos, mas ultimamente tivemos a inauguração de uma padaria, e agora temos um barbeiro a quem dá para pedir exactamente o que se quer sem recurso a tradução e sem dar azo a mal-entendidos. E já agora, uma vez que o Rui Carreiro corta e molda cabelos, espero que não se tenha importado com o meu corte e molde da sua imagem e da imagem da sua marca - e garanto que ele tem muito mais jeito com os cabelos do que eu com as imagens, mesmo nunca tendo ele cortado a minha gadelha.



E vai ser aqui que o Rui Carreiro vai dar as "tesouradas", na Calçada da Rocha, que se não estou em erro fica algures da Calçada das Verdades, não muito longe do centro - diria que na latitude entre o Consulado Geral de Portugal e a Rua das Mariazinhas mas para cima, como quem vai para a Fortaleza do Monte. Certamente que o Rui Carreiro vai fazer a adequada promoção do local, e deverá ter entre a clientela uma grande fatia da nossa comunidade, dos portugueses, e não só - mas julgo que só com os portugueses (e portuguesas, lógico) já se safava. É que o Rui Carreiro já não é nenhum estranho, apesar de ser um jovem (mais jovem que eu, creio) e de não estar por cá há muito tempo, mas tempo suficiente para se dar a conhecer: trabalhou como estilista em alguns "shows", nomeadamente no "Dancing Water" do COD, e tem contribuído para várias iniciativas organizados pela Casa de Portugal, além de ter participado como actor na peça dos Doçi Papiaçam di Macau "Aqui tem diabo", em 2012. Falei pessoalmente com ele uma vez apenas, e apesar de eu não ser uma pessoa que se deixe levar pelas primeiras impressões, para o bem e para o mal, achei que o Rui é uma pessoa encantadora e tem uma particularidade especial: é um "diabo" micaelense, dos Açores, e tem aquele sotaque e tudo! "Mô fôn", ahah! Eu peço-lhe é que me perdoe se não me vir no seu salão muitas vezes, pois para mim isto de cortar a trufa é enfadonho, detesto esperar, e para mim o barbeiro ideal é 1) o que ficar mais perto de casa e 2) estiver vazio. Mesmo assim espero poder dar lá um pulo e espreitar a loja do Rui. E boa sorte para ele, claro, se bem que é de sorte que ele menos precisa. Um abraço!