segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

A "etnia macaense" e o mártir do progresso


1) Terminou este último fim-de-semana mais um Encontro das Comunidades Macaenses, que segundo referiu o seu responsável, José Rodrigues, foi “o melhor de sempre”. Um abraço a todos os macaenses espalhados pelo mundo, e façam lá o favor de nos visitar de vez em quando. Apesar de serem cromos na caderneta errada, isso não os impede de virem cá verem os primos, o lugar onde nasceram, gastar 100 pataquinhas no casino só por brincadeira, e comer muitos “chás gordos” (o lanche “ajantarado” que explica porque os macaenses são assim tão “robustos”). E agora que vão, acabam-se também aquelas publicações literárias “estranhas” que aparecem nesta altura, que só devem servir para forrar as prateleiras das salas dos “maquistas” lá da Califórnia ou do Rio de Janeiro. Os macaenses são uns gajos bestiais, como já aqui referi centenas de vezes, mas de entre estes da elite, vejo-os um pouco aflitos para determinar a sua verdadeira identidade. Surgiu por aí uma ideia vinda não sei de onde que os macaenses se poderiam “candidatar” a 57ª etnia da República Popular da China. Primeiro não considero os macaenses uma “etnia da China”, e acima de tudo acho que os macaenses não precisam de se integrar numa realidade tão gigantesca e tão diferente da sua própria realidade. Depois como é que esta "etnia macaense" aparecia representada nos congressos nacionais? Vestida de croupier? Há quem diga – suponho que como piada – que a integração da etnia macaenses na RPC tornaria o português “uma das línguas oficiais da China”. Isto deve encher de orgulho os amantes destes fait-divers patrióticos, mas se nem em Macau conseguimos impôr o português como língua oficial, de que serve ter lá o português ao lado do uzbeque, do tadjique ou do cazaque. Em termos quantitativos, os macaenses como etnia na RP China ficaram algures entre os Derungues e os Oroqen, o que não seria significativo nem útil.

2) Ontem morreu um trabalhador não-residente numa obra do IACM. O jovem de 25 anos de apelido Li foi vítima de uma explosão seguida de incêndio enquanto trabalhava com "solventes voláteis" num local sem ventilação adequada. Segundo a imprensa chinesa, era apenas o primeiro dia de trabalho de Li, e infelizmente pode-se dizer que foi também o último. O IACM lamenta o sucedido, e a família do jovem da província de Cantão vai receber uma indemnização certamente mais choruda do que receberia caso o acidente tivesse acontecido na China. Já se sabe que é muito difícil encontrar trabalhadores residentes para fazer certos tipos de trabalho, e que os trabalhadores da China continental são um pau para toda a obra, mas é mesmo necessário fazer alguém mexer em solventes voláteis logo no primeiro dia de trabalho? Em termos práticos, para a família deste pobre mártir do constante progresso de Macau isto significa menos algum dinheirinho que entra no orçamento familiar. Só que aqui para nós, a quantidade de trabalhadores não-residentes que morreram nos últimos anos já lhes davam direito a um monumento qualquer.

22 comentários:

Chico Tau Nai disse...

...e não é que existe um punhado de macaenses, lambe-botas e invertebrados que já tinham demonstrado o seu carácter depois do fim do fascismo? Um deles alistou-se na ADIM (Assumpção) e volta e meia ficou preocupado porque o pai nunca o perdoaria, por ser do CDM, e então muito aflito foi pedir ajuda e lá se conseguiu desfiliar.

Outro, enquanto marrava numa universidade privada e dos padrecos andou a divertir-se no assalto e ocupação à Casa de Macau lá em Portugal, em nome de MAO, hoje clama-se patriótico da Grande China, mas ao mesmo tempo vendeu a imagem de ser o sucessor do velho e muito conservador Assumpção.

O carácter já não é o que era e quando os gringos tomarem conta desta chafarica, os tais serão os mais fiéis bajuladores e pitbulls do uncle sam, eis o instinto medíocre de sobrevivência de alguns que os novos ventos obrigam.

Alguns putos da nova geração já lhes seguem as passadas.

Ser pobre e honrado não se come muitas gajas e não dá pra ser rico e famoso.

A Grande China sabe bem com quem, quando, como e quanto contar com os macaios. Não subestimemos, nem insultemos a multimilenar sabedoria chinesa. A China mais do que uma Nação, é uma Civilização!

ah! mais, sendo uma minoria étnica, tem-se a vantagem de se poder lutar pela autodeterminação da sua etnia, e independência da sua terra. A China já tem muita sarna com que se coçar, não precisa de mais e Macau é China!

ian disse...

isso é o problema e o estado fundamental e potencialmente perigoso para uma identidade macaense; especialmente a ve-lo ocupar um status de "não ser nem carne nem peixe" entre o mundo portugues e chinês - como um amigo me disse anos atrás, às vésperas da transição. talvez o joão pina cabral, se ele está ouvindo, pode ter um pensamento. talvez.

Anónimo disse...

desculpe lá, ó Leocas, mas a malta das fotos não são mongóis?!?

Anónimo disse...

Mongóis? Porquê que a conversa aqui vai dar sempre ao Rocha Diniz?

Falando dos macaenses, acho muito bem que eles lutem pela espécie. Afinal eles são os filhos da terra, aqueles que talvez mais se identificam com Macau e aqueles que nasceram aqui. Goste-se ou não dos seus manda chuva a verdade é que a maior parte deles é de matriz portuguesa e merece o apoio dos portugueses.

A RP China também sabe encaixa-los. Não se preocupem.

AA

Anónimo disse...

A ver-se pelo pavilhão de Macau na Expo, a China encaixa-os, mas bem lá no cantinho.

Anónimo disse...

Nao ha qualquer hipotese um macaense ascender ao cargo do mais alto magistrado do estado chines, mais facil sera ser presidente do brasil, dos usa ou da tugolandia. todos sabemos que os "han" sao tendencialmente altamente xenofobos para com os outros...que aconteceu aos filipinos, indonesios e afins logo a seguir à transicao?

Philipino Pare.

Anónimo disse...

Pois, agora são todos "portugueses", e todos parte da chamada "comunidade portuguesa". É o que dizem os jornais, e os "Portugueses da Metropole", pelo menos. Engraçado como se começam a bajular os "macaenses", quando outrora se olhava de cima para baixo. Os tempos mudam, mesmo... Mas a malta não é burra...

Anónimo disse...

Não acredito que os tugas que se casavam localmente olhassem para os seus filhos de cima para baixo...quanto aos outros, enviados pela máquina socialista não meteria por eles as mãozinhas no fogo. Não serão esses mesmos que fazem grupinho à parte, sempre muito finos a deambularem entre o clube militar e a noite e a mandar bitaites em nome de todos? Mas a malta não é burra...

Anónimo disse...

macaios enquanto "estrangeiros" com BIR não têm como apelar à autodeterminação e independência de Macau como país. Uma vez inscritos como etnia, a história já pia de outra forma.
Afinal quem é contra a autodeterminação e independência dos povos? só os (neo)colonialistas e (neo)imperialistas. Que significa a luta pela libertação nacional? Não será essa a expressão máxima pelo seu amor à terra e pelo seu sentimento de pertença?

Enfim, dois pesos e duas medidas como sempre.

Anónimo disse...

O eventual olhar "de cima para baixo" de alguns tugas, prende-se não pelo racismo ou qualquer tipo de xenofobia, mas por mesquinhez e muita inveja que têm dos macaenses.
Durante o tempo antigo, os macaenses sempre viveram bem nesta terra, os tugas tiveram de sair das suas terrinhas e terreolas lá dos profundos das pronvíncias para se singrarem. Ainda, os que se achavam pseudo superiores, não são mais do que a gentinha ressabiada e traumatizada com o que lhes fizeram na sua terrinha provinciana. Hoje, vemos também o mesmo ressabiamento na prepotência de alguns dos governantes tugas na tugolândia. Gente que não é ninguém na sua terra de origem e de repente se acha importante numa a mais de dez mil kms de distância, os mal formados têm a tendência natural de se comportar com a tal pseudo superioridade. Remédio santo é no regresso à província, entram logo em depressão e nunca mais querem ouvir falar de Macau.
É a mediocridade e por tal, não vá esses tugas falarem em nome de todos os outros, porque há de facto também gente muito bem formada de entre os tugas e que não se comportam dessa forma.
Não é na coreia do norte que há o tal culto pela raça pura? Muito se diz dessa gente aí do norte...

Anónimo disse...

O Chico Tau Nai não pode escrever mais pormenores sobre este macaense "patriota" que assaltou a Casa de Macau de Portugal e esse macaense cujo pai era do CDM?? Eu queria saber...
Se os macaenses forem inscritos na China como etnia, entao aí será uma grande festa pra a elite macaense... têm cargos garantidos e mt tachos pra eles, mais do que agora... mas o problema é que os macaenses são tão poucos que, se forem declarados uma etnia, não tardarão nada a desaparecerem do mapa... entao aí, neste futuro não mt longínquo, a China terá que passar pela vergonha de desclassificar os macaenses como etnia pq eles simplesmente deixaram de existir... hahaha!!! e mais, pra declarar os macaenses como etnia, é preciso debater quais são aqueles que podem beneficiar deste estatuto e quais os critérios pra determinar se és macaense ou não.... são tantas as complicações que duvido que este projecto possa sair dos sonhos e ideias da nossa elite lambe-botas...

Anónimo disse...

isso, rapaziada, desabafem, faz bem.

Anónimo disse...

Voces devem pensar que os chineses são todos uma cambada de burros,os macaenses são pouco,é verdade mas a China faz tudo para preservar os macaenses,a sua cultura,comida etc.Porque toda a gente sabe que os turistas vão para Macau não é só para irem jogar nos casinos mas sim para verem tambem esta mistura do ocidente e oriente que se chama MACAU.Sem os macaenses,Macau seria apenas mais uma cidade chinesa qualquer.Vejam os donos dos restaurantes macaenses em Macau,agora devem estar todos milionários.

Anónimo disse...

"Não acredito que os tugas que se casavam localmente olhassem para os seus filhos de cima para baixo"

Olhavam, pois, pelo menos enquanto os filhos eram pequenos. A não ser que os pusessem em cima de uma cadeira.

Anónimo disse...

lol, também pensei logo isso!

diz-se cada idioteira por este blogue....

Anónimo disse...

para evitar o fim dos macaenses faz-se o seguinte apelo:

Let's fuck the chinese!

Por cada chinesa fodida, no minimo mais dois macaenses!

Gao Tian Ci Pangyou disse...

O Expresso falou com o único deputado não chinês

Deputado português recusa ser chinês: "Só por cima do meu cadáver!"
Ao contrário de Leonel Alves e outros macaenses, ou até do português Neto Valente, (José Pereira Coutinho) recusa-se a tomar a nacionalidade chinesa: "Só por cima do meu cadáver".

Chico Tau Nai disse...

Néu Néu e Chai Chai.
Julgo que respondi ao anseio.

Anabela, ainda me lembro dela fascista de braço ao alto a comandar a mocidade portguesa feminina ali no tap siac, como tanto mudou e só chegou onde chegou, por casmurrice do careca em nomeá-la. O careca bem se fodeu quando ela foi das primeiras a virar-lhe costas. O marido é um gajo muito porreiro, mas ela não passa da pandilha vendida aos chineses. Se antes não era de confiança, então muito menos o é agora, fingida do caraças e os chinocas sabem disso.

Se é política que essa gente quer, então que se meta onde se possa chegar bem alto, o mais alto, se é dinheiro, então que não hajam limites como gente mercenária, vendendo a familia, os tugas, e qualquer dia também os chinocas, uma questão de tempo e da CIA começar a pagar bem:

http://www.youtube.com/watch?v=Z-_zh4m0slE&feature=channel

http://www.youtube.com/watch?v=gUby1HWZv9w&feature=channel

Anónimo disse...

Ó anónimo das 16:44, porque não vais comentar para a cona da tua mãe.

Anónimo disse...

E quem é Néu Néu e Chai Chai?? nao pode especificar um pouco mais, visto que, sendo de uma geração mais nova, não conheço as alcunhas deles?? por favor...
Oh Chico, tás a falar da Anabela Ritchie??

Anónimo disse...

Tem mais atenção ao que escreves, anónimo das 11:40. Tudo perfeitinho, até teres estragado tudo com um ponto final em vez de um ponto de interrogação.

Anónimo disse...

Etnia macaense? Hahahaha.