Quando durante o filme "Ratatouille" o personagem Anton Ego, crítico de cozinha a quem o imortal Peter O'Toole deu voz diz: "nem todos podem ser artistas; mas um artista pode vir de qualquer parte", não poderia estar mais perto da verdade. Este filme, mais uma
joint venture entre a Disney e a Pixar, é provavelmente o melhor filme de 2007.
A
premise, confesso, não é a mais atraente. Versa os temas da cozinha francesa, a acção decorre em França, e o personagem principal é...um rato. Mas que rato este. Um dos mais adoráveis ratos da história. Rémy - este é o seu nome - nasceu com um dom que o distingue dos restantes roedores da sua espécie: um olfacto muito especial.
Quem leu "Os miseráveis" de Vítor Hugo, lembra-se certamente do personagem principal, Jean Valjean, e de como ele sabia que fugindo pelas catacumbas de Paris iria invetivalmente dar ao Sena. Em "Ratatouille", Rémy e a sua família fogem pelos esgotos da capital parisiense e terminam inevitavelmente na cidade luz. Rémy conhece então Linguini, um aspirante a cozinheiro e herdeiro daquele que foi em tempos o maior cozinheiro em França, e desenvolvem uma relação de amizade-cumplicidade com resultados...deliciosos.
Um filme que dada a sua simplicidade e refinado toque (o tal que dizem que a Disney sabe dar, mas eu sou um céptico nesse aspecto...) pode ser apreciado por miúdos e graúdos. Preste atenção ao tema de fundo, "Le Festin", pela cantora francesa Camille, que será a cereja no topo do bolo. E que bolo.
1 comentário:
Por acaso, vi ontem e adorei. E por falar de bolos, se for da Gelpeixe já tinhamos aqui a alguem a dizer aquilo de "o que é Português é bom!". Mas como é francês, com sorte poupa-nos.
Bom ano.
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