Um dos enlatados que entram pelas nossas casas através da RTPi é a Operação Triunfo, um espectáculo triste e deprimente mascarado de "busca de talentos". Ao contrário do "Dança Comigo" (considerado recentemente o programa do ano da RTP), a OT trata-se da exploração ao vivo de um grupo de jovens que ambicionam enveredar pela carreira no mundo do espactáculo, de modo a evitar a carneirada do resto dos jovens que batalham por um futuro que, no nosso país, simplesmente não existe.
Mas falemos das qualidades do programa em primeiro lugar. São jovens talentosos, bem aparentados (pelo menos alguns) e que, pasme-se, cantam mais ou menos bem. E isto é tudo o que pode dizer de positivo deste programa. De resto é absolutamente funesto. E acusem-me de falar sem conhecimento de causa, se quiserem, pois não aguento aquela patetice durante mais de dez minutos seguidos.
A parte mais deprimente do programa é a choradeira que a maioria dos concorrentes faz. Ora choram porque são criticados, ora porque são elogiados, ora porque estão lá os pais, os irmãos ou as tias a mandar "chauzinhos". A parte em que têm de "salvar" um dos colegas faz-me lembrar o clássico filme que deu um óscar a Meryl Streep, "A escolha de Sofia", em que a personagem do filme tem que abandonar um dos seus filhos às mãos dos impiedosos nazis.
E o júri? Tenho visto por lá a Ana Bola e o Nuno Markl, por exemplo, como júri residente. E têm tido o máximo cuidado em não ofender as susceptibilidades dos meninos, não vão ficar novamente lavados em lágrimas se lhes dizem que deram um "ré" quando deviam dar um "fá". Sinceramente aquilo só resultava se entre os membros do júri estivessem o Vasco Pulido Valente, o Luiz Pacheco ou o Scolari. Pelo menos tinham uma razão para chorar.
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