Aqui ficam as minhas previsões para os oscares da príxima madrugada/manhã em Macau:
Melhor filme: Aposto em
"The King's Speech", não porque goste do filme, que é chato como o caraças, mas porque este é um daqueles anos em que tem que ganhar um filme inglês assim "artístico". Não sei se estão recordados de "The English Patient", ou ainda antes disso "Chariots of Fire". O único filme que eu queria ver realmente ganhar era "Black Swan", que foi o que mais gostei. "The Social Network" consegue ser mais chato que "The King's Speech", e "Inception" devia mudar o nome da "Deception". Se "127 Hours" ganhasse não seria nenhum escândalo, mas não acredito que Danny Boyle vá voltar a ser premiado apenas dois anos depois de "Slumdog Millionaire".
Melhor realizador: Aqui inclino-me para
David Fincher. Seria normal Tom Hooper levar o Oscar de melhor realizador juntamente com o de melhor filme, mas enquanto Hooper é um desconhecido, Fincher é uma "hot card". E depois ficava mal que "The Social Network" não levasse pelo menos uma das estatuetas principais para casa, depois de ter "limpo" os Globos de Ouro.
Melhor Actor:
Colin Firth, porque já só lhe falta o Oscar para ganhar os prémios todos para a sua interpretação em "The King's Speech". Aqui gostava que James Franco ganhasse. Franco é um rapaz simpático, que já conhecemos dos filmes do "Spiderman", e que tem assim um ar de James Dean. O seu desempenho em "127 Hours" foi o mais próximo que vi de uma interpretação brilhante, digna da glória do Oscar. Jesse Eisenberg em "The Social Network" foi uma agradável surpresa, e talvez da próxima vez não apareça num filme tão chato.
Melhor Actriz: Natalie Portman.Melhor Actor Secundário:
Christian Bale, em "The Fighter". Ainda não vi o filme, mas atendendo ao politicamente correcto da Academia, Bale ganha (porque é o Batman, enfim). Geoffrey Rush poderia ganhar com "The King's Speech", mas já ganhou o Oscar para melhor actor em 1996 com "Shine".
Melhor Actriz Secundária: Digo
Melissa Leo, em "The Fighter". Esta é talvez a categoria mais equilibrada de todas, com Hailee Steinfeld a ser elogiada pelo seu desempenho em "True Grit". Sem estar a ser tendencioso, "True Grit" é aparentemente o "remake" de um filme de John Wayne, o que não é lá uma premise muito animadora (e eu começo a ficar farto do Jeff Bridges sempre com aquele ar de que não toma banho). Mas voltando a esta corrida, sempre pensei que Helena Bonham Carter fosse ganhar com "The King's Speech", onde fazia o papel da mãe de Isabel II, tão querida dos ingleses, mas parece que a consagração de Bonham Carter, uma actriz que faz sempre de monstro ou de bruxa nos filmes de Tim Burton, fica para depois. Foi um ano com fortes prestações nesta categoria, sem dúvida.
Melhor Argumento Original: David Seidler, por
"The King's Speech". Merecido, uma vez que contou uma história com História, e só foi pena que a História seja às vezes tão aborrecida.
Melhor Argumento Adaptado: Aaron Sorkin, por
"The Social Network". Aqui vai mais um prémio de consolação.
Melhor Documentário:
"Inside Job", de Charles H. Ferguson, e narrado por Matt Damon. Um documentário sobre a crise financeira de 2007-10, uma coisa assim bem americana e cheia de revelações chocantes e testemunhos arrepiantes, tudo isso. Outro forte candidato é "Exit Through the Gift Shop", de Banksy, um obscuro artista de graffiti e mestre do inesperado. Um filme muito divertido e cheio de qualidade artística, mas que dificilmente tirará o oscar a "Inside Job".
Melhor Filme de Animação: Toy Story 3.Melhor Filme Estrangeiro: Ano fraquinho nesta categoria.
"Biutiful".
Amanhã saberemos!