O "Placard", jogo de apostas de futebol da I Liga organizado pela Santa Casa, uma espécie de Totobola para viciados na batota, foi obrigada a retirar o desafio entre o Feirense e o Rio Ave da sua lista, sob suspeitas de manipulação do resultado. Tudo porque foram registadas apostas "em número anormal" para esta partida em Santa Maria da Feira, longe de ser o maior cartaz do fim-de-semana futebolístico em Portugal. Uma delas era de 50 mil euros numa vitória do Feirense, feita por um cidadão chinês registado na Póvoa do Varzim, o que fez com que fosse activado um regulamento da direcção de jogos da SC, anulando todas as apostas feitas para esse encontro. A polémica já chegou ao parlamento e tudo, com o CDS-PP a querer saber se se trata apenas de um caso isolado, ou se é necessário reforçar a legislação contra a corrupção desportiva.
Estando aqui em Macau, a minha reacção à parte da notícia que fala dos 50 mil euros apostados pelo cidadão chinês não é de surpresa - mesmo quando inicialmente se falou que seria o dobro desse valor. Apostou 100 mil, e depois? A vitória do Feirense seria considerado um desfecho normal. e o retorno desta aposta renderia menos que o dobro ao seu apostador. Claro que o tal "afluxo anormal de apostas", de que não sabemos muito mais do que apenas isso mesmo, é razão para que se levantem suspeitas, mesmo que a direcção de ambos os clubes se tenha demarcado imediatamente de quaisquer insinuações sobre a combinação de resultados, e que o jogo tenha decorrido dentro da normalidade. Investiguem primeiro, e acusem depois. E lá há outra forma de fazer as coisas como devem ser feitas?
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