Os Talking Heads foram uma banda de "new wave", e mais tarde parte do movimento neo-romântico, formada em Nova Iorque em 1975. David Byrne, Chris Frantz e Tina Weymouth, três colegas da escola de Design de Rhode Island, em Providence, formaram em 1974 um grupo chamado "The Artistics", mas que duraria poucos meses. Mudaram-se para Nova Iorque, alugaram um apartamento e em Junho de 1975 fizeram a primeira parte de um concerto dos Ramones no clube CGBG, em Manhattan. Em 1977 lançam o seu primeiro álbum, "1977: Talking Heads", de onde não saíu qualquer single, mas onde está incluído o tema "Psycho Killer", considerado o primeiro "hit" do grupo. No seu segundo trabalho, "Songs About Buildings and Food", contam com a participação de Brian Eno, John Cale e David Bowie. O disco chega ao top-30 tanto da tabela de álbums do Reino Unido, como da Billboard. No ano seguinte sai "Fear of Music", que produziu três singles, e que em 1985 acabaria por receber a certificação de disco de ouro nos Estados Unidos.
O ano de 1980 marca o lançamento de "Remain in Light", top-20 da Billboard, e dois anos depois sai o duplo álbum ao vivo "The Name of This Band is Talking Heads". Em 1983 sai "Speaking in Tongues", nº 21 no Reino Unido e nº 15 da Billboard, e de onde sai este single "Burning Down the House", que chega a nº 9 da Billboard, e evidencia o talento da banda para fazer videoclips esteticamente atractivos. A capa do álbum é da autoria de David Byrne, e o artista gráfico Robert Rauschenberg ganhou um Grammy pela capa da edição limitada.
Em 1984 sai o disco ao vivo "Stop Making Sense", que contém nove temas que aparecem no filme com o mesmo nome, realizado por Jonathan Demme, e escrito pelos próprios Talking Heads. A banda sonora "Stop Making Sense" passou mais de dois anos - 118 semanas - no top-200 da Billboard, e projectou o grupo para o estrelato internacional. A versão ao vivo do tema "Heaven", originalmente do álbum "Fear of Music", não aparece no álbum, mas é a segunda faixa da banda sonora. Uma canção lindíssima.
Em 1985 os Talking Heads lançam "Little Creatures", onde começa a ser bem notória a versatibilidade de David Byrne, que aqui opta pela temática rural Americana, introduzindo sonoridades da música "country". O sexto álbum do grupo foi nº 10 no Reino Unido e nº 20 da Billboard, e dos três singles que dele saíram destaca-se este "Road to Nowhere", que foi nº 6 no top do Reino Unido, e cujo video foi nomeado para melhor do ano na MTV.
No ano seguinte David Byrne e o grupo voltam a combinar a música e o cinema em "True Stories", que é ao mesmo tempo título do sétimo álbum dos Talking Heads, e de uma comédia-musical escrita e realizada pelo seu vocalista. O álbum foi nº 7 no Reino Unido e nº 28 da Billboard, e o seu single de apresentação, onde aparecem vários actores que aparecem no filme, é este "Wild Wild Life". Quem conhece o video de "Fim do Mês", dos portugueses Xutos & Pontapés, vai encontrar várias semelhanças com este. Curiosamente a banda britânica Radiohead foi buscar o seu nome à sexta faixa de "True Stories", que é intitulada "Radio Head".
Em 1988 os Talking Heads gravam o seu último disco de originais, "Naked", e depois disso David Byrne anuncia a dissolução da banda para prosseguir uma carreira a solo. "Blind" é um dos singles deste álbum, que chega até nº 3 no top do Reino Unido e nº 19 da Billboard. O cantor africano Mory Kanté e a cantora britânica Kirsty McColl encontram-se entre os músicos convidados de "Naked". Depois do fim do grupo, os Talking Heads lançariam várias colectâneas, com os temas mais conhecidos e algumas raridades, sendo a primeira "Sand in the Vaseline: Popular Favorites", que inclui dois "demos" nunca antes editados. David Byrne, que já ganhou um Globo de Ouro, um Grammy e um Oscar, lançou até 2012 oito álbums a solo, e colaborou em diversos outros projectos.
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