Não foi a abusar dos doces que a sra. Okawa chegou aos 116, mas dias não são dias.
Misao Okawa, a pessoa mais velha do mundo, fez ontem 116 anos. Okawa é uma das catorze pessoas nascidas no século XIX ainda vivas, mas apenas uma das cinco nascidas nos mil-e-oitocentos. A sra. Okawa atribui a sua longevidade a uma alimentação equilibrada e oito horas de sono diárias - pelo menos não teve o desplante de mencionar algum hábito considerado normalmente prejudicial, como "beber um copo de brandy por dia", ou "fumar um cigarro". Nascida a 5 de Março de 1898, casou aos 21, enviuvou há 83 anos (!), teve 3 filhos (dois ainda vivos), 4 netos e seis bisnetos. É a décima pessoa mais velha da história, desde que há registos - e não, Matusalém e outros patriarcas bíblicos não estão incluídos. Reside num lar há 18 anos, e apesar de ter fracturado uma perna quando tinha 102, recuperou bem, e de acordo com uma das enfermeiras que toma conta dela "está sempre bem disposta, e ultimamente está a ganhar peso".
Misao Okawa é uma dos 24 super-centenários japoneses - pessoas com mais de 110 anos. Em 2013 existia registo de 54 mil centenários no Japão, um país que lidera nesse departamento, com as mulheres à cabeça. A esperança média de vida no país do sol nascente é de 85,9 anos para as mulheres e 78,6 para os homens, o que coloca o Japão apenas atrás do Monaco na lista mundial de longevidade. Isto pode indiciar que neste país asiático existe boa qualidade de vida, quer em termos de ambiente ou de acesso a cuidados médicos, mas torna-se uma dor de cabeça para as finanças públicas, uma vez que quanto mais viverem os seus cidadãos, mais o Estado necessita de investir, que na Saúde, quer no pagamento de reformas e pensões de sobrevivência. Enquanto parece boa ideia viver muito tempo, pelo menos enquanto ainda somos novos e a vida parece uma coisa muito bonita, chegando à idade da sra. Okawa parece apenas que estamos a adiar o inevitável. Será que a "ceifeira" se esqueceu dela?
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