segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Os sons dos 80: Phil Collins


Phil Collins nos anos 80, ainda com algum cabelo.

Foi em 1970, na altura com 19 anos, que o baterista Phil Collins se juntou aos Genesis, a banda de Peter Gabriel, na voz, Mike Rutherford, na guitarra e teclas, e Tony Banks, no baixo. Com a saída do primeiro, em 1974, e depois de muitas audiências frustradas em busca de um novo vocalista, Collins acumula essas funções com a bateria, situação que se manteve durante o resto do tempo que duraram os Genesis. A partir dos anos 80 revela ainda uma queda para o piano, e dá início a uma carreira a solo, paralela à banda, mas com muito mais sucesso. Esta é a história de Phil Collins, sem os Genesis.


A estreia a solo dá-se em 1981 com o LP "Face Value", que inclui o seu primeiro "hit", "In the Air Tonight". O álbum chega a nº 1 no Reino Unido e a nº 7 no Billboard. O facto de ser conhecido dos Genesis ajudou Collins a apresentar-se ao grande público, que parece ter gostado desta versão mais intimista do músico. Em 1983 sai o segundo disco, "Hello, I Must be Going", que inclui o single "You Can't Hurry Love", e chega ao nº 2 no top do Reino Unido e a nº 8 do Billboard. Podia pensar-se que o trabalho de Collins a solo se confundia com o dos Genesis, mas eram registos completamente diferentes. A vocalista do grupo parecia estar a guardar o melhor para si próprio.


Em 1984 Phil Collins grava o single "Against All Odds (Take a Look at me Now)" para a banda sonora do filme "Against all Odds", e que lhe vale a primeira nomeação para um Oscar de melhor canção original. Viria a perder para Stevie Wonder com "I Just Called to Say I Love You", do filme "Woman in Red", mas cai nas boas graças da Academia e obtém o seu primeiro nº 1 na lista de singles da Billboard. Em 1985 sai o terceiro disco a solo, "No Jacket Required", que chega a nº 1 dos dois lados do Atlântico, bem como um pouco por toda a Europa, no Canadá e na Austrália. Os singles "Sussudio" e "One More Night" chegam também ao nº 1 da Billboard.


Nesse mesmo ano grava em dueto com Marilyn Martin o tema "Separate Lives", para o filme "White Nights", que lhe vale a segunda nomeação para um Oscar. A estatueta acabaria por ser entregue a Lionel Richie por "Say you, say me", curiosamente para o mesmo filme. "Separate Lives" chega a nº 1 da Billboard e a nº 4 no top-40 do Reino Unido. Em 1987 sai a colectânea "12"ers", que contém seis "remixes" de temas de "No Jacket Required".


A colaboração de Collins com o cinema tem um novo capítulo em 1988, quando o cantor desempenha o papel principal no filme "Buster". A película não fica para a história, mas a banda sonora, que ficou também a seu cargo, foi mais um sucesso discográfico. O tema "A Groovy Kind of Love", uma adaptação de um tema dos Mindbenders, dos anos 60, vale a Collins um Grammy para melhor intepretação masculina em 1989, enquanto "Two Hearts" valeu-lhe uma terceira nomeação para um Oscar, perdendo desta feita para "Let the River Run", de Carly Simon, para o filme "Working Girl". Ambos os singles chegam a nº 1 do top do Reino Unido.


O ano de 1989 é talvez o mais importante para Phil Collins, pois com o álbum "...But Seriously" confirma-se como um dos mais populares e mais vendidos artistas a solo, obtendo aclamação da crítica. O disco chega a nº 1 em vários países, e mantém-se um tempo recorde de 90 semanas no top-200 do Billboard. "I Wish It Would Rain Now", "Do You Remember?" e especialmente "Another Day in Paradise", que dá mais um Grammy, são alguns dos singles de "...But Seriously", que se torna no pique da criatividade do líder dos Genesis.


Watcha lookin' at, fooger?

Depois dos intensos anos 80, Phil Collins gravaria mais quatro discos de originais e outro com os Genesis. O tão almejado Oscar chegaria em 1999 com o tema "You'll be in my Heart", do filme de animação da Disney "Tarzan". A par do lado artístico, Collins tem uma vida pessoal, e especialmente sentimental, deveras atribulada: três casamentos fracassados, ficando célebre o segundo, onde o cantor anunciou as suas intenções de terminar o matrimónio através de uma mensagem por fax, contendo linguagem obscena. Em 2011 foi eleito "o homem mais odiado do rock", numa votação do Daily Telegraph. Actualmente com 62 anos, vive na Suíça desde 2006, altura em que se divorciou da terceira esposa, Orianne Cevey.

Sem comentários: