1) Terminadas as festividades do Ano Novo Lunar, caiu um manto de frio sobre Macau, com as temperaturas a baixarem subitamente na sexta-feira, e a atingir um mínimo de 6º C esta manhã. Poucos previam este acentuado arrefecimento, especialmente tendo em conta o clima ameno - algum calor pouco habitual para a época, até - que tivemos no início do mês. O frio traz consigo a letargia, a lentidão e o sono, abre o apetite e deixam-nos em estado de pré-hibernação, de nariz gelado e a arrastar-nos com o peso da roupa, dos cobertores, das mantas, e do aconchego artificial dos aquecedores. Prevê-se que Macau continue gelado, cinzento e taciturno até ao final desta semana. Pelo menos...
2) Pereira Coutinho está pior que uma fera. O deputado da AL e presidente da ATFPM defende a continuidade do director-executivo da TDM, Leong Kam Chun, no cargo que desempenha, pois "apesar de no estar a fazer um bom trabalho", tem como atenuante o facto de "ter tido a coragem de levar a cabo a transmissão dos plenários da Assembleia Legislativa", que considera "um direito da população", e diz que deve agora finalizar o trabalho que iniciou transmitindo também as reuniões das comissões. Mas "será difícil", acrescenta, pois "a sua audácia pode-lhe custar o cargo, e há muita gente interessada em mandar na televisão pública". Coutinho disse ainda aos microfones da Rádio Macau que Chui Sai On "deve substituir todos os secretários" quando for reeleito para um segundo mandato no final deste ano, desafiando-o a "levantar 'o' carpete", que segundo ele "está cheio de formigas, baratas e ratos", e ainda com a agravante de "cheirar mal". Coutinho fala de vícios diversos que tornam 'o' carpete imundo, pouco digno de tapar o chão de qualquer sala. Não sei se o deputado fala de
UM tapete ou de
UMA carpete, mas quanto a mim quero distância dessa peça de tapeçaria, por obséquio. Depois das declarações de Coutinho, Leong Kam Chun anunciou vai deixar o cargo de director-geral da TDM no final do mês, prazo em que termina a sua comissão de serviço, mas não põe de lado a continuidade no cargo, dependendo da proposta que lhe for feita.
3) Tenho visto, ouvido e lido muitas opiniões sobre a forma de resolver o problema do congestionamento das zonas da cidade mais procuradas pelos turistas do continente, que durante as últimas semanas tornaram quase impossível a circulação pelo centro histórico e comercial do território. Vejo sugestões que passam desde a limitação dos vistos individuais até à criação de corredores pedonais, passando pelo fecho de vias ao trânsito automóvel, enfim, mil e uma ideias, zero soluções. O costume. No programa "Contraponto" de Domingo Paulo Rêgo dizia que estávamos na presença de um "bom problema", uma vez que este estado de coisas é sinal de que o território é destino de eleição para os turistas durante os feriados, isto é sinónimo de receitas, etc., sim, muito bem, pelo menos em teoria. Que é um "problema", já todos sabemos, e basta ir a pé desde as ruínas de S. Paulo até ao Hotel Lisboa, passando pelo Largo do Senado e a Av. Almeida Ribeiro para perceber isso. Agora se isto é "bom", se tem um impacto positivo na economia de Macau, é bom para quem, exactamente? Números divulgados hoje ajudam-nos a responder a esta questão: 84% do dinheiro que os tais turistas deixam no território é gasto nos casinos. Portanto, é bom para os casinos, e enquanto vão e não vão deixar lá a nota, quem os atura somos nós, andando os encontrões com eles na rua, qual bola de chumbo num tabuleiro de "flippers". Já que quem ganha com tudo isto são os senhores que moram em Las Vegas e na Colina da Penha, e torna-se irrealista em termos de logística mandá-los para o primeiro destino, sugiro que se faça da Penha e da sua Ermida altaneira destino turístico por excelência, e com carácter de urgência. E esta é a minha humilde contribuição para o "saco" de soluções para o problema.
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