Está aí o filme “Les Miseràbles”, a quinta adaptação para o cinema desta história que já enjoa. Victor Hugo escreveu o livro em 1862, e li-o quando tinha 9 anos. É sem dúvida uma história fascinante, e sempre actual, mas a forma como foi expremida já a deixou ressequida, sem sabor e sem sumo. Foram já tantas as mini-séries, os filmes, os musicais e outras adaptações que mesmo quem não tenha lido a obra original conhece o seu conteúdo de trás para a frente. Fosse Victor Hugo vivo e já tinha ficado bilionário com os direitos de autor. Se calhar também estava agora a pedir a cidadania russa, não fosse o Hollande deitar-lhe a mão às “royalties”. Esta versão que estreia agora nos cinemas um pouco por todo o mundo conta com Hugh Jackman no papel de Jean Valjean e Russel Crowe no papel da sua nemesis, o inspector Javert. Anne Hathaway, Helena Bonham Carter e Sasha Baron Cohen também fazem parte do elenco, o que me leva a pensar que fazer “Les Miserábles” é considerado essencial para o currículo de um actor ou actriz. Quem está a pensar em ver este filme, gostava de avisar que se trata essencialmente de um musical, que contém 49 números directamente adaptados da versão original de 1980, da autoria de Alain Boubill e Claude Michel-Schönberg. Nada de novo, portanto. Estas versões sucessivas de “Les Miserábles” fazem-me sentir…miserável.
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