sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Os blogues dos outros


Hoje contei 175 meios de comunicação estrangeiros registados para cobrir a única conferência de Imprensa que Barack Obama vai dar na sua passagem pela China a começar no próximo Domingo. 175 jornais, televisões, rádios, a que junto os meios de comunicação nacionais (chineses) que não aparecem nesta lista. Seremos entre 250 a 300 jornalistas e fotógrafos a acompanhar a conferência de imprensa da próxima terça-feira. A isto junta-se a chegada aos e a partida dos aeroportos chineses que alguns também vão acompanhar. A notícia começa aqui. Obama tem seguidores. Hoje a Greenpeace dizia em conferência de Imprensa - «Seria bom que ele perdesse um pouco desta exagerada popularidade internacional e começasse a focar-se mais em certos assuntos nacionais como a diminuição das emissões de CO2 pelos Estados Unidos.»

Maria João Belchior, China em Reportagem

Esqueci-me de o dizer ontem, mas digo-o hoje: os saldos do “New Yaohan” (mais conhecido por pa-pa-pun) são do melhor que há por aqui! Não tanto pelos preços que lá se praticam (preços esses, que, inclusive, desconheço por completo), mas por causa de todo o espectáculo cénico que nos é proporcionado por centenas (seriam milhares?) de pessoas aglomeradas às portas do estabelecimento, esgrimindo cotovelos, tudo em prol da melhor posição de ataque às compras. Não sei bem porquê, mas uma mole humana que se empurra sofregamente por causa de preços de saldo, não pode deixar de despertar em mim uma leve vontade de escarnecer. Mas, ainda assim, resisto e não escarneço! Principalmente, porque o escritório fica mesmo defronte do centro comercial e a confusão de ontem não deixou uma porra de um lugar disponível para estacionar - o que me custou sessenta minutos de voltas e contravoltas, estacionamento no NAPE e um táxi. P'ró ano venho mais cedo.

VICI, MACA(U)quices

"Wella sip pét narikáa" (quando tocam as seis da tarde) a Tailândia pára durante três minutos. De norte a sul, multidões a perder de vista, empunhando bandeirinhas de papel, reunem-se na praça principal de cada capital de província para cantarem o hino nacional, precedido por uma velha marcha patriótica dos anos 40. É gente de todas as condições e etnias unidas em torno do Rei. O governador de cada província, secundado pelas chefias militares e policiais, pelas organizações profissionais, estudantes, funcionários públicos, dignitários religiosos, camponeses, operários, escuteiros e ONG's suspendem por minutos as suas actividades e dedicam o momento em que o sol se põe ao homem que na paz e na guerra, desde 1946, é o mais acabado exemplo do serviço à nação. É impressionante, mas é verdade. As províncias disputam o prémio do maior comício patriótico. Apenas são proibidos símbolos partidários, pois a nação ultrapassa todas essas ninharias. Nada do que vêem é postiço, arregimentado, obrigado. Aqui não houve comunismo nem haverá plutocracia. Convido os meus leitores a percorrerem a meia dúzia de vídeos que ofereço à V. consideração para que avaliem da fibra desta gente. Um bom exemplo. Tivessemos gente assim e Portugal seria outro.

Miguel Castelo-Branco, Combustões

O imbecil falou e ameaçou tudo e todos. Até pelos vistas Obama. Imagina uma nova invasão da Baía dos Porcos patrocinada pelos Estados Unidos desta vez através da Colombia. Como todos os tiranetes de república de bananas olha o mundo pelos seus próprios arrotos ou pelo fundo das garrafas. É uma vergonha para a América Latina - o herói da esquerda do PS e do Bloco de Esquerda; um paraquedista arvorado em revolucionário a lembrar os Otelos Saraiva de Carvalho de má-memória; um trauliteiro, sem sisudez ou engenho, que reina o seu país à trancada. Terá como os outros que o precederam um fim triste às mãos de um qualquer arvorado que venha ambicionar o seu poder. Mas até lá segue na política do megafone e da provocação. O melhor é não lhe ligar mas tomar precauções perante os assédios de fúria ou a má digestão. Uma cintura higiénica à volta da Venezuela é fundamental para coarctar quaisquer tentações expansionistas ou militaristas daquele que Vargas Llosa chamou, com grande acerto, o idiota da América Latina. Sei-o por vivência própria que há um outro mundo para além de Chavez e os caquéticos de Cuba: no Chile, no México, no Brasil.

Arnaldo Gonçalves, Exílio de Andarilho

O Sporting está a precisar de uma vassourada muito grande ao nível da sua direcção. Um clube que não tem dinheiro para mandar cantar um cego, queria um treinador que está a receber um salário na Académica de 100 mil euros mensais.
O Sporting que pense em arranjar um treinador trabalhador e humilde, tipo Peseiro ou Couceiro, a fim de evitar baixar de divisão. Caso contrário, a Vitalis é o seu destino.


João Severino, Pau Para Toda a Obra

António Vitorino acha, conforme se lê no DN, que «a crise internacional de que começamos agora a sair pode (...) ser considerada como o fim deste ciclo iniciado com a queda do Muro de Berlim». Como a queda do Muro de Berlim já não era um início, mas a consequência de diversos factores concentrados, o mais certo é também não estarmos em fim de ciclo. E mais certo ainda é não estarmos a sair da crise. Pelo menos, em Portugal.

João Carvalho, Delito de Opinião

Manuela Ferreira Leite parece a minha prima Hermenegilda. Umas vezes, quando lhe convém, não se imiscui nas questões da Justiça; outras vezes, quando lhe convém, imiscui-se nas questões da Justiça. É uma loja de conveniência.

Tomás Vasques, Hoje há Conquilhas, Amanhã não Sabemos

A defesa de Sócrates com base na defesa da sua privacidade acaba por ser bastante irónica. É que Sócrates safa-se de ser investigado com base nas escutas porque o legislador entendeu que o cargo público que desempenha merece uma protecção especial. Um cidadão comum, nas mesmas circunstâncias, não teria direito a anulação de escutas. Portanto, há aqui qualquer coisa errada. O primeiro-ministro tem direito a uma protecção da sua privacidade superior à de um cidadão comum, mesmo quando o primeiro-ministro usa (e tem maior probabilidade de usar) a sua protecção da privacidade para tratar de assuntos com interesse público. É ainda interessante que esta teoria da privacidade não se tenha colocado anteriormente, em casos em que estavam em causa questões privadas, mas seja colocado agora que estão em causa questões de interesse público. Também gostava de saber em que circunstâncias é que os defensores da privacidade do PM entendem que os jornalistas podem revelar informação comprometedora para altas figuras do Estado. É que a divulgação dessas informações é quase sempre conseguida graças à violação de privacidade.

João Miranda, Blasfémias

Nos últimos tempos até tenho revisto em alta a minha opinião sobre António Guterres. Não fui dos que o incensaram até á 25ª hora. Também não lhe caí em cima como muitos dos seus cooptados e apoiantes mal ele saiu cheirando um pântano que nunca situou, e que se estendeu entretanto. Regressa hoje, graças à revista Forbes, como uma das cem personalidades mais influentes do Mundo.É o único português em tal lista.Em que suporte virá a resposta de Bruxelas?

José Medeiros Ferreira, Bicho Carpinteiro

Vão desculpar-me, mas a questão do casamento de casais homossexuais e, nos posts anteriores, a adopção pelos ditos casais homossexuais, está a ser mal colocada. Não tenho nada contra o casamento de homossexuais. Permitirá, entre outras coisas, defender em questões de herança os elementos do casal, em caso da morte de um deles. Terá vantagens fiscais, aumenta a liberdade das pessoas envolvidas. Que se casem, se o desejam. Em que é que isso afecta a vida dos outros? A questão da adopção é diferente. Não concordo com a afirmação de que um casal de homossexuais seja incapaz de criar uma criança. Há casos que desmentem essa ideia. No entanto, o facto é que milhares de casais heterossexuais não podem adoptar, por haver regras tão restritivas da adopção que se torna quase impossível fazê-lo. Há mais casais do que crianças. Não existe essa circunstância (que muitos imaginam real) das pessoas não quererem adoptar e as crianças, coitadinhas, ficam nas instituições, esquecidas da sociedade. A realidade é diferente: as crianças ficam nas instituições porque o processo de adopção leva anos e tem regras abstrusas, sendo muito contaminado pela cunha. O Estado levanta todo o tipo de obstáculos, criando situações que depois desaguam nos jornais, de crianças retiradas a casais que as trataram durante anos. E agora, sem transição, esquecendo a realidade do país, querem fazer experiências sociais politicamente correctas com essas mesmas crianças já desfavorecidas e devidamente armazenadas em instituições. Agora, elas vão poder ter um pai e um pai, ou uma mãe e uma mãe, quando não têm direito de maneira nenhuma a ter um pai e uma mãe. E se pensassem nessas crianças, por uma vez?

Luís Naves, Corta-Fitas

Tem a casa tão mal cuidada que já se limita a varrer o tapete para debaixo do lixo.

João Moreira de Sá, Arcebispo de Cantuária

2 comentários:

joãoeduardoseverino disse...

Obrigado Leocardo. Abraço

Anónimo disse...

Excelente (entre outros) o post de Miguel Castelo-Branco. Um artigo que terá de fazer pensar todos aqueles que endeusam a República porque, dizem eles, o presidente ser eleito é importante. Importante para quem? Para os partidos, claro! Quando Cavaco ganha as presidenciais, o que se vê não são bandeiras de Portugal, mas do PSD. Deve ser por isso que os portugueses sofrem tanto com a sua selecção de futebol: porque precisam dela para ouvir o hino nacional e para se lembrarem que são portugueses.