"Dá-me Música" é o novo enlatado da RTP em exibição nas noites de Sábado na TDM. Apresentado por Catarina Furtado (só podia ser...), o DM é um programa que entretem. E isto é o melhor que posso dizer dele. Entretem porque há música, na sua maioria portuguesa, e é bom recordar alguns clássicos dos anos 80, por exemplo. O problema passa por perceber como é que a malta mais nova se identifica com ela.
DM é uma espécie de concurso, só que não chega a ser concurso, pois os "concorrentes" são personalidades do mundo do espctáculo. No programa de estreia, ontem, as equipas eram formadas por José Cid e Ana Brito e Cunha, de um lado, e André Sardet e Maria Vieira (ridícula) do outro. Algumas das provas passavam por identificar músicas ou cantores.
Numa delas era preciso identificar a canção através dos acordes do menor número de instrumentos. Numa delas José Cid respondeu que se tratava de "Bohemian
Symphony", dos Queen. "Symphony", meus senhores. O Elton John da Chamusca, que conheceu o auge da sua carreira nos anos 70 não sabe que aquela que é provavelmente a melhor canção de todos os tempos se chama "Bohemian
Rhapsody", de 1974. E o pior é que a resposta nem estava certa. Tratava-se de uma canção dos Queen, sim senhor, mas era "I Want to Break Free".
Noutra prova era preciso que os concorrentes escrevessem (?) a letra de uma canção interpretada pelos cantores "da casa". Uma delas era "P'ra ti, Maria", dos Xutos & Pontapés (referido erradamente por quase toda a gente como "Maria", uma marca de bolachas), e a letra rezava assim: "De Lisboa a Bragança/São nove horas de distância/Queria ter um avião/P'ra lá ir mais
a miúda". Não sei se o Tim se incomodou a ligar para o programa para corrigir aquela gente, mas a letra correcta é "P'ra lá ir mais
amiúde". Amiúde, que é uma palavra que existe, é um advérbio que significa "frequentemente; muitas vezes".
Quanto aos cantores de serviço, os tais "da casa", são uma desilusão. Parece que saíram de um dos outros programas apresentados pela Catarina Furtado, a Operação Triunfo ou lá o que é, mas no lugar deles procurava um emprego a sério. Isto de uma carreira a cantar não está ao alcance de todos, e sempre é melhor passar o dia a carimbar papéis numa repartição de finanças, que sempre se desconta para a caixa, do que passar a vida a cantar as músicas dos outros.
O próprio título do programa, "Dá-me Música", é um bocado rafeiro. Faz-me lembrar quando saía o boletim das notas no ciclo preparatório, e como eu tirava sempre boas notas a Educação Musical (modéstia à parte...) o meu pai dizia: "Estás a dar-me música". Os concorrentes divertiram-se muito, principalmente a Ana Brito e Cunha que parecia ter tomado uma pastilha antes da gravação do programa. Mas será que pensaram no telespectador?
1 comentário:
Ainda por cima, pela descrição, não passa de uma espécie de cópia de outro programa que vi recentemente, também apresentado pela Catarina Furtado e tudo. É só imaginação.
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