Os nossos vizinhos da Coreia do Norte andam bastante irritados. Foi notícia na semana que passou o descontentamento do regime de Pyongyang com a atitude do novo presidente da Coreia do Sul, Lee Myung-bak, a quem chamam de "traidor". O presidente sul-coreano cansou-se de esperar que a sua congénere do Norte respeite as mais básicas convenções internacionais, e cumpra com o que prometeu nos mais diversos acordos que assinou para que seja possível receber a ajuda humanitária de que tanto necessita.
Quem fez o anúncio foi aquela menina em roupão que costuma aparecer nos serviços noticiosos norte-coreanos. O regime de Kim Jong-il promete reduzir os vizinhos do sul "a cinzas". Uma potência nuclear confirmada com um exército que envolve quase metade da população activa válida, a Coreia do Norte é isso mesmo, um país que investiu tudo numa guerra que nunca mais chega. A restante população batalha dia a dia pela sobrevivência, e a única ajuda palpável chega da China e da Rússia.
Não sei se esta intenção de ajudar um país cujo líder nunca mais aprende é alguma
practical joke dos governos chineses e russos, ou se o objectivo é apenas chatear a América, mas quem paga é o povo da Coreia Democrática Popular, que passa fome e insiste na comprovadamente falhada política de auto-suficiência, ou
juche. É um pouco difícil crer no cenário tão negro que é descrito sem o presenciar, mas quanto mais pessoas visitam a Coreia do Norte, mais de lá saem convencidas de que realmente qualquer coisa cheira bastante mal.
Mas e uma resolução para o problema? Parece que infelizmente o que resta é deixar o regime cair por si mesmo. Intervir na Coreia do Norte através do conflito seria abrir uma caixa de Pandora com consequências imprevisíveis, ao mesmo tempo que fazê-lo conjuntamente com a China, por exemplo, podia interferir com o sensível equilíbrio geopolítico. E porque não resolver também a questão de Taiwan? Que não falte coragem para o pobre e nobre povo norte-coreano.
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