terça-feira, 22 de abril de 2008

Desculpa, Jing


O presidente do Senado francês, Christian Poncelet, apresenta a Jin Jing uma carta do presidente Nicolas Sarkozy, pedindo desculpas pelos incidentes do passado dia 7, em Paris. Jin Jing é uma atleta paraplégica que foi atacada por um grupo de manifestantes pró-Tibete que tentavam apagar a tocha olímpica quando Jing a carregava. Uma atitude nobre do presidente francês.

17 comentários:

Anónimo disse...

eu chamar-lhe-ia uma atitude de ajoelhar perante os interesses da carrefour:))))

Anónimo disse...

eu diria que só peca por tardia

Anónimo disse...

Tardia apenas pelo estardalhaço imbecil que os chineses fizeram á volta disto e do negócio que a Carrefour e a Louis Vuiton perderam nestes dias.
Que eu saiba a atleta não foi agredida e o governo francês não tem nada a ver com os desmandos de um grupo de manifestantes.
Se calhar o caro anónimo também acha que os governos holandês e dinamarquês devem pedir desculpas ao mundo muçulmano pelo filme e pelos cartoons que cidadãos seus editaram.

Anónimo disse...

O contraditório anda esquecido. O "estardalhaço imbecil" começou nos países Ocidentais e não na China. Tanto a Carrefour como a Louis Vuitton são vítimas da estupidez não dos chineses mas dos líderes franceses.

A um boicote os chineses respondem com outro. Os franceses ajoelham e pedem desculpa. Sem dúvida que, à custa de muitas e penosas lições, a Europa se tornou no exemplo a seguir no que toca a respeito pelos direitos e pelas liberdades. Esta é mais uma pequena lição que muita falta tem feito aos europeus: Humildade.

Anónimo disse...

Meu caro, que eu saiba não houve nem vai haver boicote nenhum aos jogos. Você anda mal informado.

E isto não tem nada a ver com humildade.
Tem a ver com negócio.

Anónimo disse...

Caro contraditório,

Não sou eu que estou mal informado. Se calhar você é que tem uma memória muito selectiva!

Há dois boicotes:

1 - O boicote dos países Ocidentais aos jogos de Pequim é um boicote político e não económico (negócio... Nas suas palavras). Foi iniciado não com as manifestações no Tibete mas muito antes. Tenho a certeza de que, com algum esforço, se lembra da demissão de Spielberg e de outros acontecimentos que antecederam a instabilidade na região chinesa. A expressão máxima deste boicote passa pela falta de comparência de várias personalidades políticas que até há bem pouco tempo se faziam passar pelos "melhores amigos de Pequim" à cerimónia de abertura dos Jogos.

2 - O outro boicote, também iniciado pelo Ocidente, é económico e manifesta-se no enorme cagaço que alguns parecem ter à pujança da economia chinesa. Quantos escândalos houve nos últimos anos em relação à "falta" de qualidade dos produtos chineses?

Se precisar de mais exemplos diga. Dar-lhos-ei. Mas faça-me o favor de antes de desprezar a indignação dos chineses, fazer o trabalho de casa. Vai parecer muito menos hipócrita e bem mais humilde.

Anónimo disse...

ena, ena, quanta verve:)

importa-se de me dizer em que é que eu estou a ser hipócrita?

Anónimo disse...

E eu chamo boicote á não comparência dos atletas em competições, e nada mais.

E olhe que se essas pessoas que voce diz que dantes eram os melhores amigos da China mas agora não são, por alguma razão será.

talvez pelo Bush ter os dias contados e muita gente ter finalmente compreendido que o regime chinês nunca pode ser um aliado fiável.

Anónimo disse...

Ao estabelecer, por exemplo, qualquer paralelismo entre a justa indignação dos chineses e a reacção dos muçulmanos extremistas aos cartoons e ao mesquinho e estupidificante filme do deputado holandês.

Quer mais exemplos? Terei de ir aos seus comentários em posts anteriores... Até gosto de discutir consigo e não tenho nada mais importante para fazer mas poupe-me o trabalho sff :)

Anónimo disse...

Se os chineses têm alguma justiça na sua indignação (o que eu duvido) será contra os manifestantes e não contra o governo francês, a França e o povo francês na sua generalidade.
O problema é que os chineses vivem num pais onde só se podem manifestar se isso tiver a concordância do governo.
E pensam que isso é assim em todo o lado.
Como eu já disse no post anterior, o que é que o governo francês tem a ver com os desmandos de um grupo de manifestantes?
tal como o governo dinamarquês não tem nada a ver com os cartoons desenhados num jornal.

Anónimo disse...

Para alem de que tambem houve problemas com o desfile da tocha em Londres.

Só que não envolveram atletas paraplégicos...

Anónimo disse...

Não defendo o regime chinês. Como já disse, a Europa continua a ser a vanguarda no que toca ao respeito pelos direitos e liberdades. Contudo, defendo o direito que os chineses têm em manifestarem o seu repúdio pela campanha que tem sido feita contra a China.

As manifestações que têm acompanhado a passagem da tocha têm sido incentivadas por algumas organizações que se dizem apolíticas e defensoras dos direitos humanos. No entanto, parece que as suas miras estão sempre apontadas aos alvos favoritos de alguns lobbys norte-americanos, enquanto ignoram outros infractores muitas vezes de maior peso no panorama internacional.


Mas voltando à questão da legitimidade dos protestos na China. O presidente Sarkozy afirmou recentemente que não comparecerá na cerimónia de abertura caso Pequim se recuse a dialogar com o Dalai Lama... Logo, o Governo Francês, tomou uma posição de ameaça ou chantagem em relação a Pequim.

Anónimo disse...

Eu não vou deixar de criticar a situação dos direitos humanos na China só porque há outras situaçoes ainda piores. E curiosamente alguns paises onde a situação é pior são activamente apoiados pela China. Nada de novo num pais que já foi o grande suporte do regime dos khmers vermelhos no Cambodja.
Os Jogos são na China e os holofotes do mundo estão virados para a China.
E isto como se sabe é uma faca de dois gumes.
Se algum dia os jogos forem organizados na Arábia Saudita, então depois a gente fala sobre isso.
E quanto aos lobbies americanos, a CIA, e tudo o mais apoiarem os manifestantes, pois que apoiem eles lá saberão porquê.
Eu tenho as minhas opiniões e convicções e não é por isso que vou mudar. Isso para mim é irrelevante.
Pode ter a certeza que as minhas razões não têm nada a ver com os interesses da CIA:))).
Quanto á atitude do presidente francês, tal como a do Spielberg, penso que são atitudes que se aceitam, estão apenas a vincar principios, estão no seu direito e não fazem mal a ninguém. Não as vejo como chantagem.
tal como a China está, por exemplo, no seu direito de não establecer relações diplomáticas com países que reconhecem Taiwan.
Tambem não vejo isso como chantagem

Anónimo disse...

Não digo que não se deva condenar. Violações dos direitos humanos devem ser condenadas onde quer que aconteçam. Os princípios é que devem ser aplicados democraticamente. E não é isso que se está a fazer. Quem condena a China, deve condenar da mesma forma os Estados Unidos que nessas matérias não são muito melhores. Está lembrado do boicote aos jogos Olímpicos de Moscovo? A União Soviética tinha acabado de invadir o Afeganistão e os americanos apoiavam os pobres e oprimidos que hoje conhecemos como taliban... Está a ver onde quero chegar?

Anónimo disse...

Estou a ver, meu caro.
Mas a situação dos direitos humanos dentro dos Estados Unidos é muito melhor do que a que existe dentro da China.
o problema é que os Estados Unidos são uma superpotência e com interesses a nivel planetário o que lhes leva muitas vezes a não respeitar os valores sobre os quais foram fundados (valores esses importados da Europa) quando actuam.
Os paises quando se tornam muito poderosos tendem a actuar duma forma arrogante.
Mesmo assim, olhando para o mundo, prefiro ter os Estados Unidos como superpotência mundial do que países como a China ou a Russia.
da Europa não vale a pena falar, nunca mais será nada de muito importante.
Muitas vezes na vida as escolhas que se nos deparam não são entre o bom e o mau, mas entre o mau e o péssimo.
Ter os Estados Unidos como superpotencia é mau. Mas se as únicas alternativas são a Russia ou a China, isso então é pessimo.
Prefiro aturar os americanos, mesmo com o Bush. A vantagem dos americanos é que se teve o Bush por 10 anos, mas ele tem os dias contados.
Enquanto que a China já atura o regime há 50 anos. E ou muito me engano ou vai ter de o aturar por outros 50, pelo menos.

E agora meu caro, vou dormir. Tive muito gosto nesta discussão e estou ansiosamente a espera de mais:)

Boa noite e durma bem.

Anónimo disse...

Não se trata de alternativas mas de equilíbrio. É normal que, olhando para o seu umbigo de ocidental, se sinta muito confortável com os Estados Unidos como única potência. Porém, se tivesse nascido na Palestina, no Iraque ou em muitos outros recantos deste planeta talvez pensasse de modo diferente.

Felizmente, entre nós ocidentais, há uma minoria que tem uma visão mais solidária e global do planeta. Há quem olhe a história além do Atlântico norte. Nós que assim pensamos vemos com bons olhos a evolução da unipolaridade para a multipolaridade. A transferência de poder não se faz de um pólo para outro mas sim de um para vários, inclusivamente para a Europa. Felizmente num processo que apesar de alguns precalços já é irreversível. Daí o tão flagrante bom senso dos franceses.

Tenha uma óptima noite:)

Leocardo disse...

Sim senhor, fico honrado em acolher este duelo de gigantes, em que os argumentos são espadas.