A Revolução dos Cravos foi também uma revolução musical. Partiu-se do bafiento nacional cançonetismo que tinha o seu expoente máximo no fado e no Festival da Canção, e ídolos como Simone de Oliveira, Amália Rodrigues ou António Calvário, e surgiu a chamada música de intervenção, com fortes influências francesas mas com uma raíz bem portuguesa. Foi o tempo dos baladeiros e dos cantores populares como Zeca Afonso, José Mário Branco, Luís Cilia, Tonicha, Padre Fanhais, Pedro Barroso, José Barata Moura, Fausto, Vitorino e muitos outros. Mesmo os cantores "alinhados" da nova geração, como Paulo de Carvalho, Fernando Tordo e Carlos Mendes cantavam temas de teor revolucionário e de poetas como José Carlos Ary dos Santos ou Manuel Alegre. Onde outrora se vivia na a clandestinidade, com discos gravados em segredo ou no estrangeiro, passava-se a uma prolífica produção musical, com um disco ou novos hinos praticamente todos os dias. A cantiga é uma arma, e eles ficaram a saber.
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