Ontem foi dia de Sporting-Benfica. O
derby aqueceu mesmo antes da partida propriamente dita, com confrontos entre adeptos. É normal. O
derby de Lisboa é facilmente comparável ao "old firm" Celtic-Rangers, ao
derby de Belgrado entre o Estrela Vermelha e o Partizan, ou ao encontro entre os dois maiores clubes de Atenas, o Olympiakos e o Panathinaikos. E na Europa é difícil encontrar outro igual.
Quando era miúdo não havia somente Sporting-Benfica. Havia "a semana do Sporting-Benfica", ou as semanas, uma vez que a anterior era uma ante-câmara do jogo, e na seguinte só se falava do resultado do jogo. Sendo superior a essas coisas do clubismo, custava-me assistir a discussões entre "leões" e "águias", e observar a forma como adeptos dos dois clubes se sentiam separados por essa barreira que por vezes consegue ser maior que a política ou a religião.
Mas ele há
derbies inesquecíveis. Eram tardes de Domingo ou noites de Sábado com os olhos na TV ou os ouvidos no rádio. Lembram-se daquele que o Benfica venceu 1-0 e o Katzrirz defendeu um penalty? E no ano seguinte quando o Sporting venceu 1-0 com golo do "Manel" logo aos 3 minutos? E os 7-1 de que se falou durante meses? E os 2-0 com golo de Balakov aos 15 segundos? E os 3-6 na noite de João Pinto que deu o título ao Benfica?
Hoje o
derby tem um significado menos especial. Confesso que tive de consultar a net para verificar quantos pontos de vantagem tem o FC do Porto. Doze depois deste
derby. Ao que parece os portistas encaminham-se a largos passos para o "tri", quinto título em seis anos, décimo em catorze, décimo-segundo em dezassete, e por aí fora. Mas o
derby...é sempre o
derby. É nosso.
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