Passam amanhã dez anos desde que a Pfizer lançou no mercado o Viagra. Depois dos anti-depressivos, soporíferos e outros pequenos milagres, estava encontrada um solução para um tema que era quase tabu: a disfunção eréctil. Deixou de ser uma vergonha e um problema sem solução, o Viagra fez a alegria dos lares onde, erm, a bandeira andava há muito tempo baixa.
Foi uma alegria para novos e velhos. Imediatamente choveu um rol de
innuendo e foi criada uma secção praticamente nova do anedotário nacional. Os velhinhos e as velhinhas ganharam um novo alento e, apesar das contra-indicações médicas, os jovens tiveram também curiosidade em experimentar.
Trata-se no fundo de Citrato de sildenafila. Parte do processo fisiológico da erecção envolve o sistema nervoso parassimpático causando a libertação de óxido nítrico (NO) no corpo cavernoso do pénis. O NO liga aos receptores da enzima guanilato ciclase o que resulta em níveis aumentados de guanosina monofosfato cíclico (GMPc), induzindo a musculatura lisa do corpo cavernoso ao relaxamento (causando vasodilatação), resultando num influxo maior de sangue, que é a causa da erecção. O sildenafila é um potente inibidor selectivo da fosfodiesterase tipo 5 específica do GMPc (PDE5), que é responsável pela degradação do GMPc no corpo cavernoso do pénis. Simples, não é?
Já agora, será que alguém ainda se lembra do embaixador da disfunção eréctil? Era Edson Arantes do Nascimento, vulgo Pelé. O "rei" decidiu dar a cara por um problema que atinge a maioria dos homens na terceira idade (sim, é verdade), mas fazia sempre questão de mencionar que não sofria da maleita. "Eu não tenho, mas se tivesse, procurava um médico" ou "se eu sofresse de disfunção eréctil procurava ajuda!". Não fosse alguém pensar que o Pelé, que marcou mais de mil golos nos relvados, não conseguia marcar em casa. Parabéns, Viagra!
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