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Como já disse ontem, passei boa parte do serão de sexta-feira no Festival de Gastronomia, junto da Torre de Macau. O Festival vai na sua 10ª edição, e para mim parece-me a 50ª. Já nem me lembro quando era um prazer enorme ir ali ao Festival, mas lembro-me de querer lá ir, de esperá-lo com ansiedade.
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Ui ui di genti
O que aconteceu nestes últimos anos? Macau cresceu, a população jovem ficou cada vez mais jovem (ena!) e deixaram de haver lugares para sentar o rabo no Festival. Este ano tiveram o engenho de tirar alguns daqueles carrosséis e jogos ridículos e colocar mais mesas, mas mesmo assim foi insuficiente; passaram a sentar-se mais pessoas, e pronto, mesmo assim é quase impossível encontrar mesa quando se chega depois das sete da tarde.
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Depois do Presidente Lula, uma lula deprimente
Este ano o Festival traz os sabores da Malásia e da província chinesa de Henan. Uma melhoria enorme em relação aos anos em que trazia a comida de Taiwan, mas mesmo assim longe dos gloriosos tempos das tendinhas das várias províncias da China.
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O Restaurante Xixi, de Henan
Estas pessoas de Henan – nada contra elas em particular, note-se – são um tanto um quanto pimba, usam assim uma espécie de chapéu com suporte queixal que lhes faz parecer que têm dores de dentes, e a comida não é grande coisa. Fazem uns bonecos giros com caramelos e tal, mas o resto é pão redondo sem sal, massas, dumplings, etc, nada de realmente original. Está tudo dito quando um dos restaurantes se chama....Xixi.
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Numa grande parte das tendas visitantes ignorava-se completamente qualquer língua cristã
A parte da Malásia também me desiludiu. Esperava comer um bom laksa ou um sempre apetecível Nasi Lemak, mas era tudo assim muito chochinho, frio e sem graça nenhuma, e nada parecido com as fotografias (o que sempre me irrita). De notar que esta comida malaia era confecionada por malaios vindos da Malásia (é importante reter), o que pelo menos vem dar um toque de genuinidade à coisa – o que não significa necessariamente qualidade.
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O que é essa coisa preta que tens aí?
Quanto ao resto dos expositores de Macau, enfim, fazem o que podem com o muito pouco que têm. O Festival de Gastronomia não é o local ideal para se jantar, e muito menos para provar. Se aquilo é o que aqueles restaurantes têm para oferecer, não quero lá ir. Porque carga de água se pensa que se pode comer ali um sushi em condições, com gente a passar ao lado a toda a hora, ao ar livre e ao vento?
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Bolinhos para a dor de dentes?
Gosto da tenda de comida indiana da Aruna, que era mais uma vez uma das mais concorridas, mas as doses são pequenas e caras, e repito: ali não é lugar para se jantar! E o que é que se bebe aqui? Cerveja em copos de plástico e latas de tota-tola. O pior não é beber em copos de plástico ou directamente da lata. O problema é a inconveniência de ter que comer de pé com um cachorro numa mão e uma cerveja na outra, ainda arriscando a levar com um encontrão.
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Caramelo artístico
A zona das sobremesas, em tempos farta e variada (chegou a haver farturas de Portugal feita por senhores de Portugal) é uma lástima. Quem não quer gelado tem a Serrdura (mesmo assim, “serrdura”), uma versão local da nossa serradura, com sabores a manga, chá verde e o diabo a sete. Mais nada, nem gelatinas, nem bolos decentes, nem pipocas, nem uma casinha que vendesse bombons. Epá, e não havia um único lugar visível onde se bebesse um café expresso!
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Um palco onde estavam a acontecer...coisas
No palco estava uma exibição de uns rapazes da China a bater com uns paus, havia um palhaço e um gajo vestido de lula. Não passei pela zona dos jogos, que fica junto do lago, porque não entendo como um Festival de Gastronomia pode ter carrinhos de choque e tiro ao boneco.
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Isto é uma senhora tigelada
Uma nota final para o Ou Mun Café, que servia pães com chouriço e tigeladas à velocidade da luz. Como bom ribatejano que sou, parte-se-me o coração ao ver ali as tigeladas a serem produzidas em série, sem o mesmo amor com que a minha tia-avó as fazia. Do sabor não sei nem quero saber, mas fico satisfeito com o sucesso que a marca “tigelada” faz junto da população local. Os novos “portuguese egg tarts”?
12 comentários:
Pelo menos faz sentido o representante português ser o Ou Mun. Assim a qualidade não destoa do resto das tendinhas.
Ui...Snap!
tigelada de Abrantes, claro esta!
Para mim a comida indiana continua a ser a melhor.
No meio de cegos quem tem um olho e' rei.
È com os pontas de lanças portugueses,no meio de cegos quem tem olho é rei :))
È como as gajas então.Quem tem olho na terra de cegos é rainha.
Comida indiana é boa. E se a comida indiana for gaja, ui ui!
È como tudo na vida,as gajas são como as comidas.Algumas comem-se bem e outras comem-se mal.Há que saber escolher e ter sorte pois claro.Já comi várias comidas de vários países e continuo a preferir a "comida" portuguesa(gajas).
So' sabem falar de gajas, ate' parece que nao tem outro assunto, sempre voltam ao mesmo teclado.
O lóbi guêi já se andar a queixar, ó cambada!
Gay (guei?) e' aquele que sempre esta a falar de gajas para disfarcar.
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