As associações que pretendem organizar as manifestações do próximo 1 de Maio têm uma dor de cabeça adicional este ano: a passagem da tocha olímpica por Macau. A tocha passa por Hong Kong no dia 2 e por Macau no dia 3, e os manifestantes temem que as suas reivindicações sejam confundidas com os recentes protestos a favor da causa tibetana, que têm sido comuns nas cidades por onde a tocha passou.
É claro que aqui a teoria da conspiração não pega, uma vez que as autoridades de Macau não têm uma palavra a dizer quanto à data da passagem da tocha olímpica pelo território. O que pode acontecer (e muito provavelmente acontecerá) é limitar os movimentos dos manifestantes com a desculpa de que as autoridades estão demasiado ocupados com os "preparativos" para ter em conta as habituais zaragatas do 1º de Maio.
Quem também não deixará de aproveitar o evento da passagem da tocha - uma honra para Macau, diga-se de passagem - são os habituais inimigos dos trabalhadores, os tais que sugerem que em vez de protestar vão "passear", ou "fazer compras". Vai haver mesmo um espectacular (?) concerto no estádio da Taipa nesse dia, que conta com a participação de inúmeros
entertainers de Hong Kong. É o "super-show" que assinala os 100 dias para o início das olimpiadas.
Sinceramente espero que haja lugar e capacidade para tudo e para todos. Apesar de não me identificar com os ideiais socialistas ou ser um adepto do sindicalismo em geral, é preciso não esquecer que foi graças às lutas de Maio que hoje não trabalhamos 12 horas por dias, Sábados e Domingos, temos férias pagas e tudo mais. Vamos apoiar a luta dos trabalhadores e ao mesmo tempo rejubilar com a passagem da tocha olímpica por Macau. Não misturar tudo no mesmo saco.
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