segunda-feira, 10 de março de 2008

Stress de viajante


Agora que volto de mais umas férias fora de Macau, preciso de mais uns dias para recuperar. Não do jetlag ou de qualquer tipo de actividade física exigente praticada no local de férias, mas daquilo que gosto de chamar "stress de viajante". Eis aqui uma série de conselhos que gostava de deixar à massa anónima que faz de cada uma das minhas viagens um tormento:

No aeroporto:
- Se por acaso estava distraído, aconteceu no dia 11 de Setembro de 2001 um pequeno incidente que mudou um pouco o esquema de segurança nos aeroportos. Não são permitidos a bordo: isqueiros, líquidos, objectos cortantes (e isto inclui limas e corta unhas) ou tesouras. Não pode levar estes objectos e ponto final. Não insista em continuar a fazer perder o tempo dos outros passageiros.

- Se o detector de metais tocar, não entre em pânico nem faça uma cara de "ai meu Deus agora é que sou preso". É provavelmente por causa do cinto ou das chaves. Tenha a gentileza de colocar esses objectos de metal (...e é por isso que o detector toca) na cesta e recolha-os do outro lado.

- Empurrar não adianta. Os lugares estão marcados (menos na Air Asia, ouvi dizer, mas aí tem-se aquilo que se paga) e de certeza absoluta que não fica ninguém de fora. As companhias aéreas não vão vender mais bilhetes do que lugares no avião.

No avião:
- Se vai com crianças, não se pode sentar junto da saída de emergência. Capisce? Se por acaso não sabia, paciência. Não adianta discutir com a hospedeira, até porque não foi ela que fez as regras.

- Quando o capitão manda sentar-se e apertar os cintos, faça-o. Aquando da aterrizagem mantenha o cinto apertado até o avião parar. O avião pode bater em qualquer objecto na pista, e se por acaso partir todos os ossos do corpo graças à sua burrice, os outros passageiros, que podem levar com um braço ou uma perna sua na cabeça, não têm a culpa.

- Não vale a pena ter pressa, nem empurrar, nem se levantar antes do avião parar. Ninguém sai do avião antes do aparelho chegar ao terminal e a tripulação abrir a porta. E mesmo que seja o primeiro a sair, não vai a lado nenhum sem passar pela imigração e recolher as bagagens, o que nos leva...

Na recolha das bagagens:
- As bagagens vão no porão do avião. Por muito rápido que seja ao chegar ao posto de recolha, os rapazes trabalham depressa e as malas vão chegar.

- Pegue nas bagagens que tem a certeza serem suas. Não há nada mais irritante que ver estranhos a pegarem nas nossas malas e atirarem-nas de volta à esteira quando se apercebem que não são suas.

- Se a sua mala não chegou, existe um posto que trata da bagagem extraviada, e em 99% dos casos encontram-na e entregam-na em poucos dias. Gritar com funcionários do aeroporto que não têm nada a ver com isso não resolve nada.

- O trolley que leva a bagagem não é seu, não lhe pertence. Não pode levar até ao carro ou ao táxi e depois deixá-lo no meio da rua, nem entrar onde muito bem lhe apetece dentro do aeroporto com ele.

E pronto. Se por acaso se sente incluido em algum destes grupos, não me leve a mal. Afinal a culpa é só minha, por não ser milionário e não ter o meu jacto particular.

10 comentários:

C disse...

Já agora, quando se viaja para destinos onde há pesadíssimas penas (i.e. pena de morte ou prisão perpétua) para o tráfico de droga, o melhor é levar malas duras, com código, chaves e selá-las todas antes de embarcar, não vá algum engraçadinho tentar a sua sorte... Ver o filme "Bangkok Hilton" ajuda a perceber.

C disse...

http://www.youtube.com/watch?v=-c3WIL4JSAU

Anónimo disse...

Caro Leocardo,

Devo discordar de si quando afirma que «as companhias aéreas não vão vender mais bilhetes do que lugares no avião». De facto, até o fazem às vezes: é o chamado overbooking. Seja como for, isso não altera a intenção do seu texto, uma vez que, feito o check-in, o lugar no avião está garantido e, por isso, não vale a pena correr para ser o primeiro a entrar. Aqui, estamos de acordo.

Anónimo disse...

Vale a pena ver o "Bangkok Hilton" só pelo prazer de rever a bela Nicole Kidman, claro!

Anónimo disse...

estas regras e outras que julgamos basicas, como por exemplo nao cuspir, esperar pelo verde para atravessar a estrada, deitar lixo para o chao ou esperar pela sua vez no autocarro deviam ser ensinadas obrigatoriamente nas escolas... ainda existe gente muito mal educada...

Anónimo disse...

Discordo apenas no ponto das bagagens extraviadas, se o aeroporto de destino for o de Lisboa. Pode suceder nunca as recuperar e pode suceder entregarem-nas só cinco dias depois ou mesmo quando já está de regresso a Macau. As tentativas de um diálogo simpático e cordial não dão em nada, as filas de esperar para fazer a reclamação chegam a durar mais de duas horas e as funcionárias ainda gozam com a nossa cara. Normalmente aí funciona um: "se a mala não aparecer amanhã vou propor uma acção em tribunal a pedir uma indemnização" E voilá a mala que estava na Sibéria, em Marrocos ou sabe-se lá um miraculosamente foi encontrada e está à nossa espera no aeroporto.

Em relação à Air Asia é verdade, os lugares não estão marcados. A viagem é do mais stressante que pode haver, porque as pessoas empurram, passam à frente, não querem trocar de lugar mesmo quando vão sozinhas para deixar os pais ficar com os filhos...Enfim...Se houvesse outras companhias tão baratas com o lugar marcado não hesitaria em trocar. Assim paciência, tenho que me sujeitar mas um bocadinho de civismo não prejudicava ninguém!

Leocardo disse...

Meu caro amigo Significados, a TAP levava uma posta exclusivamente dedicada à azelhice. Mas prefiro não danificar ainda mais o fígado...

Anónimo disse...

Leocardo não sou um caro amigo mas uma cara amiga:-)

Por acaso a companhia aérea em que viajo é a Air France e em Paris os funcionários que tratam das malas devem ser uns azelhas. Contudo, a Air France sub-contratou uma empresa portuguesa para tratar dos problemas de malas e carga (agora não me recordo do nome) que funciona muito mal. Sucede que ninguém se lembra de expôr o problema à Air France, o que fiz através de reclamação.

Anónimo disse...

Cara Significados,

«Expor» não tem acento. O mesmo se diga de «compor», «repor», «apor» e todas as outras formas infinitivas de verbos terminados em «por». O verbo «pôr» tem acento para o distinguir de «por».

Anónimo disse...

Caro anónimo:

É claro que não tem, foi um lapso. Obrigado pela correcção. Espero que nunca se engane a escrever nada no computador (de qualquer maneira não o poderemos saber uma vez que assina como anónimo e anónimos há muitos:-)