quarta-feira, 16 de abril de 2014

Os sons dos 80: Van Halen


Alexander "Alex" Van Halen e Edward "Eddie" Van Halen nasceram em Nijmegen, nos Países Baixos, numa família de ascendência holandesa e indonésia, e em 1962, quando e Alex e Eddie tinham respectivamente nove e sete anos, mudaram-se de armas e bagagens para Pasadena, na Califórnia. A sra. Van Halen preocupou-se em dar aos filhos uma cultura musical, e inscreveu ambos nas aulas de piano clássico. Só que Alex preferia a bateria, e Eddie a guitarra, e em 1972 os irmãos conhecem David Lee Roth e formam a banda "Mammoth" (mamute, em português), e dois anos mais tarde junta-se o baixista Michael Anthony. Tocavam em bares, concertos de praia e festas, até que chamam a atenção de Gene Simmons, que resolve apradinha-los, mas simplesmente com o nome de "Van Halen" - aparentemente uma outra banda tinha escolhido primeiro o nome de "Mamute" (?). Em 1978 os Van Halen gravam o seu primeiro álbum, "Van Halen", e obtêm um estrondoso sucesso, vendendo até 1999 a bonita soma de dez milhões de cópias, apenas nos Estados Unidos, e em 1979 sai "Van Halen II", que vende cinco milhões. Os Van Halen entravam nos anos 80 com a etiqueta de mega-banda, e assim permaneceriam durante toda essa década.


Em 1980 sai "Women and Children First", o primeiro contendo material completamente escrito pela banda, e chegou a nº 6 da tabela de álbums da Billboard, vendendo 3 milhões de cópias nos Estados Unidos. O único single deste álbum foi este "...And The Cradle Will Rock", que foi nº 55 da Billboard. O disco foi ficou no 30º lugar da lista dos 100 melhores álbums de "hard-rock" de todos os tempos da "Kerrang", uma revista da especialidade.


No ano seguinte sai um novo trabalho de originais, "Fair Warning", que vai mantendo os Van Halen ao ritmo de um disco por ano. Em termos de vendas o novo álbum é uma decepção, pelo menos comparado com os anteriores, mas é bem recebido pela crítica, e dele sai este "So Is This Love?", um dos clássicos da banda.


Chegamos a 1982 e ao álbum "Diver Down", cuja capa e restante "artwork" é inspirado nos símbolos dos nadadores-salvadores (?), mas marca o regresso dos Van Halen ao topo das vendas. Os três singles retirados do álbum são todos versões de temas já famosos de outros cantores ou grupos: "Oh, Pretty Woman!", de Roy Orbinson, "Where Have All the Good Times Gone", dos The Kinks, e este "Dancing in the Street", um original de 1964 do trio de cantoras negras norte-americanas da Motown Martha and the Vandellas, e que ficaria mais conhecido pela versão de Mick Jagger e David Bowie.


Chegamos a 1984, e a..."1984", ou "MCMLXXXIV", se preferirem, o novo trabalho dos Van Halen, que chega a nº 2 da tabela de álbums da Billboard, e só não chega a nº 1 por causa de "Thriller", de Michael Jackson. Curiosamente Eddie Van Halen participou no álbum de Jackson, contribuíndo com a guitarra no tema "Beat It". Do álbums sairam três singles, um deles este "Jump", que lhes valeu o primeiro nº 1 da Billboard, mas foi também o fim da formação original dos Van Halen. Na origem estiveram diferenças criativas entre Eddie e Roth; o primeiro criticou o vocalista por ter adquirido o seu próprio estúdio, onde trabalhava afastado da influência do resto do grupo, enquanto o segundo queria que os Van Halen adoptassem um som mais "hard-rock", com menos recurso a sintetizadores. Em inícios de 1985 Roth lança o primeiro EP a solo, "Crazy from the Heat", que continha os temas "California Girls", "Just a Gigolo" e "Ain't Got Nobody", e isto precipita a sua saída do grupo - nada amigável, como já vamos perceber.


A partir daí David Lee Roth partiu para uma carreira a solo, e lançou em 1986 "Eat'em and Smile" - "sorri enquanto estás a comê-los", num tradução mais ou menos bem feita - uma indirecta aos ex-colegas dos Van Halen. Em 1988 sai o álbum "Skyscraper", que vende mais de um milhão de cópias nos Estados Unidos, e inclui "Just Like Paradise", o seu único top-10 da Billboard, que estaciona no nº 6. Depois foram mais 4 trabalhos a solo, até 2006, altura em que regressa aos Van Halen. Bom filho...


Com a saída de Roth, os Van Halen apressam-se a procurar outro vocalista, e a escolha recai sobre Sammy Hagar, que se celebrizou nos anos 70 com os Montrose, e depois numa carreira a solo. O primeiro disco com Hagar foi "5150", de 1985, que atingiu o nº 1 da Billboard, vendendo seis milhões de cópias. O single "Why Can't This Be Love" foi nº 3 na tabela de singles. Em 1988 sai "OU812 (Lê-se "Oh you ate one too" - com que então também comeste um), uma resposta à "boca" de Roth de dois anos antes. Deste registo destaque para "When It's Love", single que chega ao nº 5 da Billboard.


Hagar só gravaria mais três álbums com os Van Halen até à sua saída em 2007, para dar a lugar a...David Lee Roth. Entretanto Michael Anthony deixou a posição de baixista para Wolflgang Van Halen, filho de Eddie com a actriz Valerie Bertinelli. E é com esta formação, o sr. Roth e os Van Halen, que o grupo regressa em 2012 com "A Different Kind of Truth", o primeiro de originais deste século, depois de "Van Halen III", em 1998. Os fãs tinham saudades, e a crítica acolheu bem o regresso. Deixo-vos com este "Tattoo", um dos mais recentes dos sexagenários Van Halen.



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