1) Interessante e oportuna,
a entrevista do jornalista Hélder Beja ao bispo de Macau, D. José Lai, nas páginas de hoje do Ponto Final. Entre temas mais complicados, como a relação do Vaticano com a República Popular da China, até aos mais melindrosos, como a crise de vocações e as posições rígidas da Igreja Católica em relação a certos temas, ficámos apenas sem saber o que pensa o bispo de Macau sobre os escândalos de pedofilia na Igreja. Se calhar prefere nem falar disso. A questão da aproximação - inevitável, mas tardia - da Igreja Católica e do Vaticano, penso que Macau pode (ou podia) ter um papel preponderante. É sabido que a China considera a IC uma "associação estrangeira" que visa "dividir a unidade chinesa", e é preciso recordar que a Igreja se encontra na clandestinidade no país mais populoso do mundo. Mas o cristianismo é a religião em maior expansão na Ásia, e Macau é uma cidade chinesa onde o catolicismo tem uma tradição centenária, e uma história de convivência sã com a população, mesmo a que não professa a fé católica. A China tinha muito que aprender com o exemplo de Macau, e aprender como pode introduzir no país a liberdade de culto mantendo o "status quo", que é como quem diz, a predominância do Partido Comunista na gestão dos aspectos políticos e sociais. Isto por enquanto, e só para começar. Quanto à questão das vocações, D. José Lai diz a certa altura que "em Macau nunca tivemos padres que quebrassem os votos de celibato". Ora sabemos que não é bem assim, e que de repente lembramo-nos de um ou dois padres que renunciaram ao celibato. Tenho a certeza que o sr. bispo é um óptima pessoa, que cumpre rigorosamente a sua vocação, mas certamente que também pensa pela sua própria cabeça. Podia muito bem dar a sua opinião concreta sobre temas essenciais como a contracepção, o planeamento familiar, as doenças sexualmente transmissíveis, sem papagear as directivas da Igreja. O orçamento da Diocese não nos interessa.
2) A Google Street está sobre apertada vigilância em vários países do mundo, e Macau não é excepção. Em causa está a protecção da privacidade, e agora o Gabinete de Protecção dos Dados Pessoais quer saber afinal que imagens anda a Google a recolher no território, e que uso vai fazer delas. Ora eu penso que o Google Earth, Google Street e afins são uma óptima ideia, que nos permitem "viajar" sem sair de casa, mas agora pergunto: anda assim tanta gente a cometer indecências na via pública em plena luz do dia? Custa assim tanto fechar a cortina quando se troca de roupa? Para reflectir.
7 comentários:
Em Macau acho que vão proibir o google view street porque Macau é muito pequeno e depois se 1 gajo casado é apanhado na rua com a amante ou ir as putas e sair depois no google view street certamente que não iria gostar.
O mai grave será o batráquio ser apanhado a passear com as mongois na rua, no carro ou o que mais, isto sabendo de antemao que o animal até é...
ao que sei, as matriculas e as caras das pessoas podem ser desfocalizadas, por isso nao sei o porquê de tanta polémica.
'desfocalizadas' é do melhor que já vi aqui no burgo...
"...está sob apertada vigilância..." e não "...está sobre apertada vigilância..."
Se calhar a Google Street está a ser vigilada de baixo, por isso é que está sobre a vigilância...
O "batráquio" continua a ser a "loiraça"??
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