Por vezes quando oiço o programa das sextas à tarde da Rádio Macau "Com O Santos na Liga Portuguesa", esse exemplo de marialvismo tuga apresentado sem mácula pelo Hélder Fernando, noto que telefona um senhor espanhol chamado Miguel Larrea. Espanhol, ou basco, se preferirem. O Miguel veio para Macau nos anos 70 para jogar pelota basca, e foi ficando, exercendo a profissão de mecânico. Mas o que é a pelota basca, esse desporto praticamente desconhecido entre nós, portugueses?
É um desporto originário da região do País Basco espanhol e francês, é jogado a individuais ou a pares, e consiste basicamente em atirar uma bola de couro de cerca de 125 gramas contra uma parede a uma alta velocidade (o recorde foi estabelecido por José Ramón Areitio em Newport, em 1979, quando atirou a bola a 302 km/h!) com a ajuda de uma
xistera (ou
punta cesta, em castelhano), uma raqueta em forma de bico de pato. Melhor que explicar as regras só
assistindo ao próprio jogo. Perceberam? Eu também não. Dá para perceber que é uma espécie de mistura entre o ténis e o andebol.
A arena onde se joga este desporto chama-se
jai alai (lê-se "rai alai"), o que explica o nome do casino de Macau onde se jogava outrora a pelota basca.
Jai alai significa, em basco, "festa feliz". A pelota basca chegou a ser incluída nos jogos olímpicos de 1900 (dois peloteiros espanhóis ganharam o ouro, que supresa...), e como modalidade de exibição em 1968 e 1992. O jogo foi exportado do País Basco para as Américas, principalmente para locais onde se privilegiava a diversão e os casinos, como a Florida, Las Vegas ou Tijuana.
Em Macau a Pelota Basca era moda no final dos anos 70 até ao início dos anos 80. Os peloteiros - entre os quais se incluía o nosso Larrea - eram autênticos ídolos desportivos. O palácio do
jai alai enchia-se de miúdos e graúdos que assistiam avidamente aos jogos, e eram feitas apostas milionárias. O jogo começou a perder popularidade quando se começou a suspeitar de batota, e os adeptos foram procurar divertimento para outros locais. Ficou lá o Palácio, e por cá o Larrea...
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