1) Afinal o que se passa? Já se esperava que os bilhetes para o Festival de Artes de Macau esgotassem num ápice, mas o clientelismo e a "cultura do amigalhaço" que por aqui grassa voltou a fazer as suas vítimas. Não faço ideia quantos lugares tem o Grande Auditório do Centro Cultural. Daqueles em que dá para ver qualquer coisinha devem ser cerca de 300. Destes 300, mais de metade vão direitinhos para os mesmos senhores. É o caso da récita em patuá dos Doçi Papiaçam di Macau (DPDM), que terá duas actuações nos dias 10 e 11 de Maio. Os bilhetes começaram a ser vendidos no último Domingo e passadas duas horas já só restavam os tais cujos lugares exigem uma rotação de 180 graus do pescoço. Alguns senhores habituam-se a ter a papinha toda feita e, já se sabe, têm lugar cativo no auditório. Depois é o desconsolo de existirem lugares vazios e muita gente que queria ir ficar à porta.
2) Vai regressar o concurso Miss Macau, dez anos depois de ter acabado e não ter deixado saudades. Nem sei bem para quê ou porque carga de água. Dinheiro a mais? As edições anteriores promoveram o tal recorde mundial digno do Guiness, quando quatro irmãs de uma ilustre família macaense concorreram em anos separados e venceram todas. Por muito respeito que a tal família e as respectivas meninas mereçam da minha parte (e merecem), aquilo é que foi uma colossal banhada que 1) retira qualquer tipo de credibilidade ao concurso e 2) é injusto para as demais concorrentes. Fora isso, muitas das vencedoras - que nem nasceram em Macau - enveredaram pela carreira na pornografia ou na moda rasca. O concurso deve fazer no entanto as delícias dos "provadores" e "apalpadores" oficiais cá do burgo.
Sem comentários:
Enviar um comentário