Chego agora onde queria chegar com isto tudo: Nuno Markl anunciou o fim do relacionamento de oito anos com a sua esposa e mãe do seu único filho. Não fiquei a saber por ninguém, foi ele que anunciou, e resolveu fazê-lo em conjunto com a companheira na sua página do Facebook, num texto que eu descreveria como "comovente". Na elaboração desta análise vou deixar de fora a (ainda) mulher de Nuno Markl, pois como alguns leitores que acompanham o blogue devem saber, tenho uma questão mal resolvida com o radialista e autor (desculpem se não o chamo de "humorista", pois nunca me fez rir), e primeiro por cortesia e se quiserem por cavalheirismo, não vou expor a senhora, de quem pouco ou nada sei. Mas antes disso, convém dizer que os projectos que o casal tinha em conjunto, incluindo a gravação da segunda série do programa televisivo "Animais Anónimos", não vão ser afectados pela nova situação conjugal - o público terá a palavra quanto a isso, e permitam-me o aparte, não é um tipo de entretenimento que considero de excelência. A carta aos fãs de ambos, mas certamente com primazia para os fãs de Markl, que sempre foi o "cabeça de casal", explica os motivos que levam à separação, começando por assegurar que não houve "conflito", e por isso preferem ser eles a deixá-los saber, em vez das revistas cor-de-rosa, através de "eventuais palermices". Estranha posição esta, tão defensiva para quem mais à frente elabora dizendo que a cumplicidade entre ambos é tanta, que "chegam a ler os pensamentos um do outro", e exactamente por isso mesmo, "vão separar-se". Bem.
Seria isto que Markl queria evitar, e que nem por acaso é da mesma data da carta aos fãs? Recordo que o casal tem em comum, além dos referido "cães", um filho menor. Não posso deixar de lamentar a opção deste título, mesmo que não me surpreenda vindo de onde vem, mas não se pode dizer que o Nuno Markl seja uma "vítima" no sentido restrito da palavra. Há um lema que o meu pai usava e abusava, que é uma daquelas coisas sérias ditas com um ar sério pelos pais e que nunca nos esquecemos: a cama que fizeres, é a cama onde te vais deitar. Pode ser que os leitores que estejam ao corrente da polémica do ano passado, referente ao caso do gato de Mourão, leiam neste artigo intenções que eu não tenho de todo. Não estou ressentido por ter precisado de atender CENTENAS de fãs do Markl que se dirigiram a mim com duas pedras na mão, confiando cegamente na interpretação abusiva que ele fez do meu artigo, e onde entre outras considerações lamento que tenha incitado (mesmo que apenas indirectamente) à violência contra a população de um lugar que subitamente passou de desconhecido a "alvo" de uma nova espécie de psicose: justificar comportamentos marginais com o pretexto da defesa dos direitos dos animais. Quem leu o meu artigo na íntegra em vez de embarcar no insulto gratuito e no ataque a alguém apenas por "sugestão" é capaz de ter entendido melhor a responsabilidade que uma pessoa como Nuno Markl tem, e que exige da sua parte uma ponderação mais demorada na hora de produzir certas opiniões. Eu fiquei deste lado, tentei responder às abordagens mais "urgentes", e foram muito poucos os fãs do escritor que se mostraram receptivos - a grande maioria fugiu. Isto é patético, e com toda a certeza que Markl deve achar que lhe fica mal.
Mas deixemos esse caso de lado, mas já agora recordo ao artista que a dona do tal gato foi acusada de 17 crimes, e caso seja condenada pode mesmo cumprir pena de prisão efectiva, e lá fica o bichano entregue à sua sorte, numa situação mais aflitiva que aquela que indignou o país inteiro em Junho último. Posto isto, nota-se que estes têm sido dias complicados para Markl, e lá está, esta é uma situação nova, e tendo como garantido que de facto a relação entre ele e a esposa é pelo menos de grande amizade, subsiste sempre a dúvida se estará a tomar a decisão mais correcta, ou se poderá depois arrepender-se tarde demais. É normal, pois ao contrário do que os seus fãs mais optimistas pensam, eu dou como certo que esta separação é definitiva, ou pelo menos essa é a intenção, senão de ambos, pelo menos de um deles. Apesar da imagem que transmite de bonomia e equilíbrio, o homem é de carne e osso, o casal tem os mesmos problemas de todos os casais, e se fosse para "dar um tempo" não havia necessidade de anunciar ao mundo este "voltar de costas", que nos casais normais, no planeta Terra, acontecem com bastante frequência - vem no pacote da relação. Estive a ler algumas reacções, e entre o "luto branco" dominante, notei o embaraço com que Markl respondeu a alguns fãs mais "desconfiados" que "separaram-se porque existe excelente comunicação entre ambos". Bem, é melhor que os casais em crise, e onde existem barreiras na comunicação não tomem isto como exemplo. Se o fizerem, bem, desta vez não é nada comigo, valha-me isso. E vejam lá se tratam bem do miúdo, e só se sobrar tempo dos cães, também.
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