terça-feira, 15 de março de 2016

A extrema-direita é para retardados mentais (II)


Nesta rubrica não podia faltar..."e os nossos, pá, e os nossos?", e "para os refugiados tudo e para os nossos nada???" ou ainda "os refugiados vêm com casa, médico privado e um 'cabriolet'  enquanto os sem-abrigo dormem nas ruas e há milhões de crianças com fome" - tudo pérolas. Há crianças com fome ou "á" crianças com fome, segundo aqui o José Veríssimo, que de Angola consegue inteirar-se da situação social em Portugal, bastando para tal olhar da janela da sua casa. E os "governantes", neste caso os da Câmara Municipal de Lisboa, vão gastar 3 milhões de euros na construção da nova mesquita de Lisboa. Para não ser tão injusto e isto não parecer um massacre ideológico, vou ignorar uma data de outras coisas, mas onde é que andavam os José Veríssimos daquele país quando construíram estádios de futebol 20 vezes mais caros que a mesquita para acolher o Euro 2004, alguns deles completamente às moscas desde o fim daquele torneio? E de facto ouvi pessoas que consideraram o Euro um desperdício para um país pobre como Portugal, claro, mas não tenho noção de que tenham vindo à baila os "sem-abrigo" - será que apareceram agora? E que "estrangeiros" que vêm "com as mordomias todas" são aqueles, se do que se está ali a falar é um local de culto religioso, e em Lisboa? Ah...já sei! Este é um daqueles totós para quem um português nunca pode ser muçulmano, e a mesquita só pode estar a ser construída com a vinda de estrangeiros - neste caso refugiados, que mesmo que não sejam seguidores desta fé em particular, para este gajo passam a ser, e "mánada"! 

São os "talentos" da "Escola da Vida", ou ainda numa outra versão, a "Universidade da Vida", onde parece que se tiram uns cursos intensivos de Boçalidade e Dislexia, e ainda um convidativo curso de mestrado em Desonestidade Intelectual com especialização em Interpretações Abusivas. No fundo são aqueles tipos que não estudaram porque acham que isso é para "betinhos" e põem aquela chalaça parva no perfil para se defenderem dos "intelectuais". Vocês sabem, são os mesmos que dizem que os licenciados do país "são uma desgraça", e os que não são ou "não sabem nada da vida", enquanto os que se dão bem (sobretudo políticos) "são gatunos/bandidos/chulos". São terreno fértil para o populismo, estes tipos, e não só! Senão vejam como a solidariedade fingida com os sem-abrigo de que nunca quiseram saber antes foi moda, e ainda vai sendo:


Aqui está, mais uma vez a responsabilização dos refugiados por todos os males no mundo. O problema para estes finórios é que raras vezes (ou nunca) se consegue passar a ideia de que estão MESMO preocupados com os sem-abrigo - se fossem cães ou gatos sem-abrigo sim, havia milhares e ai de quem piasse noutra direcção que não a dos "coitadinhos ai que gente tão malvada, os bichinhos têm sentimentos, ui ui". Prova disso é que muitas destas "crises" sejam empoladas em páginas como "Não queremos o Estado Islâmico em Portugal", e aqui nem há sequer um pequeno esforço para distinguir os refugiados TODOS do grupo terrorista em particular. Valem pela coerência, não deixando de ser trastes. Nos comentários é possível verificar a verdadeira preocupação desta gente: "guerra", "cultura podre", e com o destaque a ir para aquela Miguel Sama, com um muito pragmático "com os nossos parasitas posso eu bem", apesar de isto não parecer lá muito coerente para com quem se preocupa com os sem-abrigo. Mas o camarada vai mais longe, e propõe que se use "o dinheiro" (qual? aquele, o dinheiro, portanto...) para " tirar 2 milhões de portugueses da pobreza" - às vezes são 3 milhões, outras vezes 4, e quando se atiram aquelas notícias muito rebuscadas que dão conta que o Estado Islâmico sugeriu que atacaria Portugal, ora com um argumento qualquer com 800 anos, ora porque apareceu a bandeira portuguesa no meio de outras 62, aí passamos a ser "12 milhões de cruzados". Haja dó.

E agora dirá o sarapintado leitor: "Mas ó Leocardo, parece que estão em maioria, os portugueses que não estão muito receptivos à chegada dos tais refugiados, não acha?". E está a ser muito diplomático, com essa "não estão muito receptivos". Digamos que a confirmarem-se, esses números ajudam a explicar o nosso atraso em muitas valências próprias dos países civilizados, e carências de vária ordem, mas até sou capaz de arriscar um número exacto: 64% dos portugueses estão decididamente contra a vinda de refugiados, e "seriamente preocupados" com os sem-abrigo. E como sei?



Porque os outros 36% vão de férias na Páscoa! A Páscoa, sabem, aquele período de três dias que não passa pela cabeça às pessoas justas e caridosas precisar de investir em férias, ainda para mais quando nem três meses se passaram desde o Natal e o Ano Novo? "Ó Leocardo, essa é boa! Então agora as pessoas não podem tirar férias quando quiserem? Queres lá ver..." . Ó meu prosaico leitor, então e isto é assim, a pensar nos próprios clisteres, quando há pessoas com fome? Em hotéis quando há "sem-abrigo a viver na rua" (adoro este pleonasmo)? E "os nossos", isto é os "outros nossos", como é? Fériazinhas, com que então, que são sagradas e não entram nestas contas dos refugiados, que até prova do contrário são igualmente pessoas em risco. Mas claro que fodem, fodem à vontade. :) 


E agora...tchan, tchan... Maria Vieira, a lontra diminuta do populismo neo-fascista! E desta vez partilhou uma imagem muito gira do seu amigo Carlos Roque, jornalista em Angola que está perfeitamente inteirado da situação "no norte da Europa". Nessa imagem vemos um grupo LGBT a protestar contra a Islamofobia, o que para Maria Vieira é "incompreensível" - não é capaz de dizê-lo, e por isso aproveita para se sobrepor à inteligência de uns personagens curiosos. Sei o que é um "esquerdista", um dos inimigos de Maria Vieira, se bem que há quem garante que tal como toda a malta da sua tropa, a atarracada e repelente carranca com voz de leitor de cassetes encravado punha a cruzinha na CDU. Outros tempos, outros tempos... Agora um "multiculturalista", se for aquilo que eu estou a pensar, ou seja, "o contrário de tudo o que a Maria Vieira representa", eu sou do mais "multiculturalista" que há. Finalmente aquele "adepto da globalização imposta pelo capitalismo selvagem", que a ser um rótulo não dá lá muito jeito, pois não cabe aquilo tudo numa tarja ou faixa, desconfio ser a Maria Vieira a "variar", como costume, e o único selvagem que reconheço é ela. 

Vejam ao lado os comentários, e reparem no que se torna a Maria Vieira quando alguma opinião se desvia um milímetro que seja da sua agenda populista e baratucha. Frederico Silva, por exemplo, diz o mesmo que eu disse ao Hugo Gaspar, vulgo Firehead, no outro dia, quando ele achou o apelo dos LGBT igualmente "paradoxal". De facto numa guerra há um dos lados que acaba por ceder, ou há um qualquer compromisso ou intervenção de terceiros que impede que o vencedor seja a parte em que restam alguns sobreviventes. Parece-me que a mentalidade da Maria Vieira é que é "medieval". E segue nessa linha, pois o Gonçalo Galvão Gomes "leva" com a badocha em cima, quando diz "honestamente não entendo a relação", quando devia antes ter dito "deixa de te armares em esperta, ó sub-espécie de porco-espinho careca"! E é que entra o preconceito em todo seu esplendor, quando a grunha gosmenta "explica" ao rapaz a "ironia" do apelo. No fim acha piada à graçola do outro palerma, e aproveito para reafirmar que Maria Vieira até acha bem que os gays sejam perseguidos, enforcados, etc., etc., e só não expressa essa ideia porque...está no meio artístico! Pfff...não me digam que é assim tão difícil entender isto. E com os pretos a mesma coisa, se bem que aqui basta "apertá-la" um bocado trazendo a Ministra da Justiça à baila e ela espalha-se ao comprido. Esteve quase, durante aquela mirabolante dissertação sobre a pulseira electrónica. 


Ai sim? Pois resta, vê lá tu. Aqui Maria Vieira lê da cartilha do facho retardado mental, atirando com  a sempre muito requisitada matreirice que é dizer que "olha, não os expulsamos e impedimos que outros como eles entrem, e eles impõe o que quiserem, prontos". Sabes o que mais, Maria Vieira? Cobarde és tu. E reles. Queres que a sociedade vá fazer o teu trabalhinho sujo, não é sua fuinha reles? Porque é que não vais à frente e dás o exemplo, ó toucinho insalubre? Metes nojo. Nem consegue ser original, esta miserável desculpa para o que foi em tempos um embrião inocente. Maria Vieira arruinou o nome "Maria", e fosse eu da família "Vieira" (alô, Manel João, faz algo, homem!) processava-a por arrastar o apelido na lama. Vejam só: "sã felicidade de sermos aquilo que queremos ser", com o senão de "...menos islâmico, caso contrário é-se um selvagem, assassino, blá, blá, blá". Merda para ti, Maria Vieira!

De facto há muitas coisas que a Maria Vieira não entende nem nunca vai entender, porque é BURRA e MÁ RES! Como pensa que os muçulmanos são alguma espécie não-humana programada para responder por instintos, não lhe cabe naquela cabeça cheia de esterco até acima que há muçulmanos homossexuais, e até no Irão, pois caso fosse como ela diz, já teriam sido todos executados. E de facto no Irão há até bastantes homossexuais (vá lá, são Persas, tenham dó), e não é mentira que alguns são executados, mas os números têm diminuído, pelo menos em proporção ao aumento da homossexualidade naquele país, onde é preciso não esquecer que vigora a "sharia", e é necessário cumprir no mínimo com a rigidez dos princípios morais que isso implica. Não podendo acabar com TODOS os homossexuais, pagam aqueles que forem mais "expressivos" - digamos que uma "parada de orgulho 'gay' é algo que não se recomenda no Irão. Claro que isto é mau, mas nada como a Maria Vieira lhe pinta. E sim, nos países civilizados, democráticos e liberais, onde não passa pela cabeça de ninguém virem indivíduos de outra religião "converter toda a gente" (mas aquilo é algum deserto do Golfo no século X ou quê???), as associações que combatem o preconceito respondem aos apelos de vítimas do tal "racismo", bem como de homofobia, e claro que de islamofobia também. E esta última engloba-se num âmbito mais geral da "descriminação religiosa", que é crime tipificado no texto do artº 240º do Código Penal. Ainda nessa mesma legislação vêm também tipificados os crimes de que a Maria Vieira fala, e finge estar realmente preocupada. Vai comer merda, Maria Vieira!


E agora...Hugo Gaspar, vulgo Firehead! Esse poço de coerência. Antes que ele fique a pensar (ou me acuse) que estou a chamá-lo de "retardado" por causa do título desta série, ou sequer insinuar que é de "extrema-direita" (diz que não é, para todos os efeitos) aqui a minha ideia é expor ideias ou conceitos, e se forem pessoas, essas serão devidamente assinaladas como tal (a Maria Vieira por exemplo é retardada mental a um ponto que nunca poderia ser de extrema-direita, pois isso implicaria reconhecer ou racionalizar uma ideologia; ela é sim uma besta, e por inerência fascizóide). O problema do Hugo são as más companhias, pois entre elas encontra-se um tipo que pensa ser não Napoleão Bonaparte, mas D. Afonso Henriques, cuja psicose levou a imaginar uma relação homossexual entre Deus - sim, Deus! - e S. José. Mais uma vez, se não acreditam, podem ver aqui. Mas pronto, o Hugo é maior e vacinado, e eu não sou pai dele ou irmão mais velho sequer, e ele anda com quem lhe apetecer (coitado). Vamos à vaca-fria.


Portanto, aqui o meu caro Hugo respondia no seu blogue ao meu diagnóstico de islamofobia, problema de que ele padece, apesar de negar. Um dos sintomas da Islamofobia é exactamente aquele que vemos ali em baixo: "sou é anti-islâmico...porque eu sei (n)o que é que consiste verdadeiramente o Islão". Uma contradição em termos, portanto, pois aqui a fobia manifesta-se logo no momento em que se leva a sério uma religião, e os seus livros escritos há mil e não sei quantos anos. Agora a curiosidade reside mesmo na barra do lado direito do blogue do Hugo, onde ele cola lá uma série de noções, tal como os escuteiros colam ofícios e méritos, e um deles é "Islamofobia", que a julgar pelo padrão das restantes, é algo com que ele se identifica - não está ali nada que sugira que é alguma homenagem sentida às vítimas da Islamofobia, e por cima estão mais referências...islamófobas. Por baixo vemos o que parece ser uma manifestação de orgulho em ser cruzado - e atenção a isto - comedor de porco! Ena, ganda pinta. Qualquer dia aparecem por ai os que se orgulham "cheirar os próprios traques por debaixo do lençol", ou "petiscar burriés acabados de tirar do nariz". Já faltou mais. Vai lá rapaz, e sabes o que é outro sintoma de islamofobia (que para mim é uma parvoíce, só isso)? Dizer-se "eu não sou islamófobo porque não tenho medo". Mas alguém falou em medo? E D. Quixote, tinha medo dos moinhos de vento? Ah, ah!




E para terminar, nada como mais um vídeo, e este de um personagem que tem uma lógica delirante, e que tenta passar recorrendo a uma série de truques baixos, sendo o mais flagrante de todos o recurso ao insulto infantil: quem partilha de valores que este lingrinhas anémico que ainda por cima borra a boca de baton considera válidos, é estúpido/imbecil/idiota, e para parecer mais convincente/agressivo acrescenta um "fooking" no princípio de cada impropério, o que o deixa com um ar mais retardado/sodomita.  Paul Joseph Watson, assim se chama este palerma, apresenta-nos um somatório de raciocínios ursídeos, qual deles o pior. Se estão recordados, em Dezembro último circulou no Reino Unido uma petição para banir Donald Trump de entrar no Reino Unido, alegando uma lei que considera crime "discurso de ódio contra etnias e confissões religiosas". Até faz sentido, concorde-se ou não com a ideia, pois dias antes o pré-candidato republicano havia sugerido com a verve populista que o caracteriza que iria "bloquear a entrada de muçulmanos nos Estados Unidos", caso fosse eleito presidente. Ora sabemos muito bem que isso é mentira, mais uma das muitas do Trampas, mas aqui o Watson considera que a lógica da petição que 400 mil ingleses assinaram é a mesma. Ah! Isso mesmo, segundo ele "estão a querer rejeitar ideias perigosas, dando ao governo...ideias perigosas". E por aí fora; a seguir sugere (ele, mais ninguém) que se "queimem os programas eleitorais do Trompa, como os nazis queimavam livros, e sabemos muito bem no que isso deu". Pois sabemos, e sabemos que a sorte deste pudim de Yorkshire é não ter ali alguém que lhe espete dois secos no meio da boca. E porque não?



Porque estes vídeos patéticos estão incluídos no grande pacote de bosta que é o "Infowars", um projecto da autoria de um tal Alex Jones, conhecido radialista, sensacionalista, teórico conspiracionista, ou resumindo tudo em duas palavras, um "pateta mentiroso". Já agora, coincidência das coincidências, Alex Jones apoia Trump e é judeu, o que certamente não terá qualquer relação com o vídeo ali em cima. E Trump nem é sequer a única banha da cobra que este gajo vende, como podem ver ali em baixo na imagem. A sua página tem uma "store" (loja) onde se vendem elixires de natureza duvidosa (quanto mais falar em "eficácia") e aquele que escolhi para exemplo é o retrato fiel do que representa este Alex Jones e as suas fantasias: não dão "tusa" nenhuma. Este sim, um "must" para os retardados da extrema-direita, que infelizmente não são tão poucos quanto isso. Mas depois também acabam ou por voltar ao planeta Terra, ou se persistem acabam sempre por meter o pé na poça. É preciso explicar-lhes devagarinho, muito devagarinho...


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