Wong Wan, o irredutível, corajoso, destemido e obeso director da Direcção da Direcção dos Serviços de Tráfego (DSAT) deu um ultimato à companhia dos táxis amarelos: "ou vocês começam a vir só quando as pessoas vos telefonam, ou não vos renovamos a licença". A licença dos táxis amarelos termina no dia 6, quinta-feira, mas a companhia Vang Iek, que faz a gestão dos táxis amarelos há vários anos não deu o braço a torcer: "o bucha não tem coragem. É melhor nem dizer isso duas vezes, senão desata a suar e depois coitados dos pobres diabos que tem que andar com ele o dia todo. Ou ele nos dá o que nós queremos, ou chapéu".
Mas dito e feito: desta vez Wong Wan não se acagaçou - apesar de estar a usar uma camisola cor-de-rosa - e anunciou o fim do contrato com a Vang Iek: "Eles foram maus, e a minha mamã disse para eu não falar com meninos maus, por isso não brinco mais, prontos". E depois foi-se embora, pois eram quase sete horas e a mãe disse-lhe que se chegasse atrasado, não havia jantar. Quando lhe perguntaram o que seria o jantar, respondeu "hot-dogs", e sobre quantos estariam reservados para ele, respondeu "no total são 60", como se pode ver na imagem. Já os táxis amarelos eram mais: cem, para ser exacto. A partir de quinta ficaremos sem...eles.
A gerência da Vang Iek e os motoristas dos táxis amarelos nem queriam acreditar. Os responsáveis pela empresa gestora do serviço disseram que os termos da proposta da DSAT eram "inaceitáveis", e apenas para que não tivessem prejuízo, "seria necessário aumentar a bandeirada para 300 patacas", e ainda que os utentes "ajudassem a empurrar o carro nas subidas". Depois disso fizeram uma vénia e foram cometer "hara-kiri". Os motoristas lamentavam-se, sem saber muito bem o que fazer. "Talvez mudar para a companhia dos táxis pretos", desabafou um deles. Coitado...
Tony Kuok, o semi-invisual da associação dos motoristas de táxi diz que "assim não dá". Os táxis amarelos têm lugar de estacionamento, assistência, base, tudo e mais alguma coisa, mas chegam ao local onde era suposto estar o freguês, e puff...este já foi levado por um táxi preto. Pois, pois, que os táxis pretos andam por aí a dar boleia a todo o mundo. É resmas deles por toda a parte quase à chapada para ver quem apanha os clientes. E assim como é que os gajos vão viver com 75 patacas por hora? Isso é menos de um dólar por dia, pá! Ah não...não é. Deixem lá, é mau na mesma.
Depois temos este tipo que é "do contra", e diz que os taxistas amarelos "nunca nos atendem às chamadas". Pudera, pá; quando atendem tu depois vais com o primeiro táxi preto que te aparece pela frente, seu, seu...racista!
Já esta freguesa, por exemplo, diz que nem pretos, nem amarelos, nada. Nenhum aparece. Diz que quando o seu filho era pequeno ainda era menos difícil apanhar um táxi, agora o rapaz cresceu, casou e deu-lhe dois netos, e nunca mais houve táxis para ninguém.
Já Andrew Scott, da Associação dos Utentes de Táxis de Macau diz que é "um disparate" termos ficado com menos cem táxis, e devíamos era ter mais táxis! Milhares de táxis! Mais do que milhares, centenas! Apesar de ser uma medida polémica, o administrador do grupo do Facebook "Macau Taxi Driver Shame" diz que "precisamos também de mais taxistas, e importá-los de fora, se necessário". Boa ideia! Estou com ele, e boa sorte em ensinar-lhes os caminhos, e quando tiverem aprendido, avise, ok? Ah é verdade aquela do Governo dar as licenças de táxi de borla também é muito boa. Quando se lembrar que está em Macau, diga.
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