quinta-feira, 1 de maio de 2008

Há um ano...


Fazia um calor estival no dia 1 de Maio de 2007, mas os dias que antecederam a habitual manifestação do Dia do Trabalhador tinham sido bastante quentes. Manifestantes e autoridades não tinham conseguido chegar a um acordo quanto ao trajecto. Em causa estava a passagem pela mítica Av. Almeida Ribeiro, mas nem foi preciso chegar ao Mercado Vermelho para que os ânimos se exaltassem.

Participaram cerca de cinco mil manifestantes, que saíram do Jardim Triangular da Areia Preta logo depois de almoço. A confusão era muita, e de repente um agente da PSP disparou cinco tiros para o ar. Justificação? Uma idosa que se encontrava na frente dos manifestantes caíu, e o agente achou por bem protegê-la fazendo fogo.

Uma das balas atingiu um cidadão, o sr. Leong, que passava a 300 metros do local, no seu motociclo. Do sr. Leong nunca mais se ouviu falar, mas sabe-se que foi assistido no Hospital nesse mesmo dia, devido a uma perfuração na pleura. As autoridades defenderam sempre as acções do agente, e a maior parte da opinião pública questionava se teria sido mesmo necessário, e ainda por cima 5 tiros.

A manifestação terminou no Patane, onde um piquete de intervenção carregou sobre os manifestantes com bastões, cães polícia e gás lacrimogénio. Foi o 1º de Maio mais violento de que há memória em Macau, que fez eco em quase toda a imprensa regional e muita da imprensa mundial.

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