quinta-feira, 1 de maio de 2008

Mil partidos







Um ano depois do 25 de Abril realizaram-se as primeiras eleições legislativas em liberdade, as constituintes. Concorreram 12 partidos mais 2 de Macau (ADIM e CDM). A maioria dos partidos formados depois do 25/4 eram de ideologia de esquerda. A direita estava irremediavelmente conotada com o fascismo.

Os partidos formavam-se sobretudo com base na ideologia marxista-leninista. Eram os casos do MES (Movimento da Esquerda Socialista), da FEC (Frente Eleitoral Comunista), PUP (Partido de Unidade Popular), Partido Revolucionário dos Trabalhadores (PRT) ou LCI (Liga Comunista Internacionalista). Bastava misturar as palavras "frente", "popular", "esquerda" ou "revolucionária" para formar um partido político, e contar com algum segmento da população pobre e operária.

Este tipo de partidos brotou sobretudo durante o PREC. Em 1979 o LCI e o PRT juntaram-se e deram origem ao Partido Socialista Revolucionário (PSR), que mais tarde daria origem ao Bloco de Esquerda (BE), a actual quinta força mais representada no Parlamento. Ainda em 1979, ano em que a AD venceu as eleições, concorreu um partido designado por Organização Comunista Marxista-Leninista Portuguesa (OCMLP), que obteve apenas 3000 votos.

À medida que o furor revolucionário se ia esbatendo, iam desaparecendo estes pequenos partidos. O maior exemplo de persistência é o PCTP/MRPP, fundado em 1970, ainda na clandestinidade, e que concorreu pela primeira vez às legislativas em 1976. Um partido de orientação assumidamente maoista (provavelmente o único na União Europeia), e apesar de nunca ter eleito um único deputado, conta cerca de 50,000 eleitores, a maioria na região de Lisboa.

As eleições de 1975 tiveram um participação de 91% dos eleitores inscritos. O partido socialista (a rosa no mapa) venceu, elegando 116 dos 250 deputados. O partido comunista venceu no Alentejo, tendência que se veio a repetir até aos dias de hoje. Em 2005 a CDU venceu nos distritos de Setúbal, Évora e Beja.

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