Perto de um milhar de pessoas manifestou-se hoje pacificamente em Macau, a propósito do feriado do Dia do Trabalhador. Ao contrário do ano passado a manifestação decorreu sem incidentes. O facto de maior relevância terá sido o da manifestante que ficou nove horas detida para interrogatório do outro lado das Portas do Cerco, onde foi buscar alguns cartazes. Veja
aqui a reportagem da TDM.
8 comentários:
Confesso que acabou por ser uma agradável surpresa ver como tudo correu. Além de ter sido uma manifestação pacífica, afinal apareceu muito mais gente do que se previa, o que demonstra que a ainda há muitas pessoas que num acto de cidadania, aceitam dar a cara pelo que acreditam e não se vendem facilmente por dinheiro.
Independentemente de concordar ou não com as suas reinvindicações,
pessoalmente acho estas manifestações bastante saudáveis e são a prova que o "segundo sistema" continua bem vivo em Macau.
Ainda há dias o Leocardo publicou um artigo sobre o desenvolvimento espetacular de Zhuhai. Mas um evento destes que em Macau é considerado normal e onde todos podem participar livremente, é absolutamente proíbido e ilegal (e pode dar prisão perpétua por subversão do Estado) aqui bem ao lado da fronteira.
Dá que pensar...
É de louvar a atitute e coragem do único manifestante português o grande Filipe que deu a cara inclusive para a televisão.
parabéns.
Eu acho que muitas pessoas cá da terra subestimam a importância que estas manifestações têm para o desenvolvimento social e político equilibrado de Macau, nomeadamente na aproximação entre as políticas do governo e as reais necessidades da população.
É por causa destas manifestações que cada vez mais gente tem coragem para dar a cara e participar activamente na construção de uma sociedade melhor e mais justa.
É muito por causa delas que o executivo têm sido quase "forçado" a ouvir mais a população e prestar mais atenção aos graves problemas sociais e económicos de muitas famílias gerados pelo desenvolvimento (e especulação) desenfreado que se tem verificado em Macau nos ultimos anos.
Sem elas eu acho que isto já tinha descambado para uma "ditadura do capital" onde apenas um grupo de poderosos ditava o rumo e o rebanho limitava-se a seguir.
Anonimo disse: "Sem elas eu acho que isto já tinha descambado para uma "ditadura do capital" onde apenas um grupo de poderosos ditava o rumo e o rebanho limitava-se a seguir."
E com elas nao?
Caro anónimo (4:52),
Compreendo o seu ponto de vista, e concordo que ainda estamos longe do ideal de um governo aberto, transparente e que promova políticas equilibradas que efectivamente benefeciem a sociedade como um todo. Mas acho que pelo menos estamos melhor do que estávamos.
Parece-me que o que aconteceu o ano passado na manifestação (associado ao escandalo de Au Man Long) tiveram um impacto e choque tal que obrigou o governo repensar toda a forma de fazer política em Macau.
Hoje vê-se um governo mais receptivo às opiniões e críticas, com políticas que embora longe de resolverem os problemas, pelo menos vão no bom caminho, e acima de tudo um governo que começa a levar a sério a dissatisfação da população.
Acha que se não fossem os incidentes de há um ano atrás, teria havido este "Lai Si"?
Pessoalmente discordo desta medida, mas não deixa de ser curioso notar o receio e pressão que estas manifestações começam a provocam no governo. E isso não deixa de ser positivo.
Uma democracia precisa de estes contrapesos para encontrar um equilibrio.
Pena a parte xenófoba da manifestação. O cartaz "Indonesia Philippines get out get out" diz muito sobre a xenofobia de muitos destes manifestantes chineses. Não sei por que motivo é que num território com uma das taxas de desemprego mais baixas do mundo estes manifestantes insistem sempre em atribuir um rol de culpas aos filipinos. Quer dizer, até sei: xenofobia pura. Se isto um dia chegar a ser uma democracia, será pior ainda. Espero que não chegue lá.
Quero dizer "insatisfação" e não "dissatisfação".
É o que dá o uso do inglês no trabalho todos os dias...
Não havia apenas 1 português na manifestação. Houve apenas 1 manifestante português que apareceu na televisão, o que é compreensível. Quem toma a parte da manifestação que apareceu na televisão como o todo da manifestação real, deveria ter participado na manifestação real.
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