sexta-feira, 9 de abril de 2010

Os blogues dos outros


Deixo aqui um sentido apelo - Por favor digam-me que fui eu que ouvi mal e que, na publicidade institucional que está a passar na Rádio Macau acerca da prevenção da Febre de Dengue, naquele inenarrável diálogo entre dois mosquitos que provocam a doença, não há um a dizer que "o meu dono"....Já todos ouvimos falar das especificidades de Macau. E até conhecemos muitas. Mas esta, se realmente ouvi bem, é do mais específico que se pode imaginar. Do género:
"- Então, qual é o teu animal de estimação?
- Um mosquito que provoca a Febre de Dengue!"
Eu sei que o Governo quer reforçar a aposta nas Indústrias Criativas. Mas, se ouvi bem, não acham que isto é demasiada criatividade? Por favor, digam-me que fui eu que ouvi mal.


Pedro Coimbra, Devaneios a Oriente

Uma das ideias pré-concebidas acerca da qualidade dos políticos é que eles transportam para a vida civil os privilégios que tiveram enquanto exerceram funções públicas. Nada mais erróneo. Os políticos depois do fim do mandato tornam-se cidadãos comuns e estão sujeitos aos mesmos ónus e deveres de um cidadão comum, designadamente o de deporem em Tribunal para esclarecimento de factos de que poderão ter tido conhecimento, no exercício das suas funções. Só nos sistemas ditatoriais os antigos chefes políticos criam um colete de forças para não responderem por factos ocorridos durante o seu magistério. O ditador Pinochet no Chile é um bom exemplo do que aqui se afirma. Nada de estranho portanto no arrolamento de Ho Hau Wa e Susana Chou como testemunhas em factos que poderão ter sido do seu conhecimento: o primeiro, porque houve procedimentos administrativos relativos a obras públicas de que não poderia deixar de ter tido conhecimento pelo mecanismo de competências; a segunda, porque é accionista maioritária (ao que creio) de uma sociedade comercial cuja gerência esteve envolvida no pagamento de "luvas" ao antigo Secretário Ao Man Long e o seu administrador executivo cumpre uma pena alargada. Nada de extraordinário, portanto. Espera-se das testemunhas, se convenientemente citadas, que deponham em Tribunal como lhes cabe e que colocadas sob juramento digam da sua justiça. Ninguém se deve sentir condicionado por qualquer temor reverencial e inibido de o fazer, designadamente o magistrado do Ministério Público e os juízes que integram o Tribunal Colectivo. Os citados são desde que cessaram funções cidadãos como vocês e eu e responsáveis assim pelos seus actos. Só num sistema virado ao contrário isso não aconteceria.

Arnaldo Gonçalves, Exílio de Andarilho

Jorge Jesus passou as últimas semanas a falar de prioridades e cansaço, numa eficaz preparação psicológica aos seus atletas e adeptos para a eliminação do Benfica duma prova internacional de inegável prestigio internacional. À conta da falta de ambição a equipa maravilha do campeonato nacional quase foi humilhada escusadamente: tinha condições para fazer história. É difícil entender a gestão e as adaptações de última hora feitas à equipa: com seis pontos de avanço sobre o segundo, os lampiões tinham e têm margem de manobra na liga nacional. De resto sabemos bem como as equipas inglesas disputam o ano todo dois jogos por semana, sem parar no Natal e Ano Novo, e não consta que os treinadores andem por aí a queixarem-se em publicamente de cansaço. Suspeito que seja esta a grande diferença entre os portugueses e outros povos mais desenvolvidos: auto complacência e falta de ambição.

João Távora, Corta-Fitas

António Costa defendeu que o Estado deve dar-se ao respeito e por isso os representantes do Estado na EDP deveriam ter-se oposto aos prémios concedidos ao presidente da empresa, sem que, todavia, se tenha recordado de que a posição do Estado na empresa é minoritária nada lhe garantindo que esses administradores tenham concordado com a decisão. Se António Mexia custou 3,3 milhões de euros, o deputado Zé custou à autarquia 18 milhões de euros, isto é o mandato de três anos do espalhafatoso vereador custou mais de 6 milhões de euros, muito mais do que custa Mexia, isto sem considerar que do ordenado deste ainda terá de ser deduzido o IRS. Será que ao manter o Zé como vereador depois das suas brincadeiras terem custado 18 milhões de euros aos lisboetas António Costa deu um bom exemplo de como vê o respeito que o Estado merece?

Jumento, O Jumento

A GNR encontra-se em Timor-Leste desde 26 de Agosto de 2006 e já enviou para o território cerca de mil militares. Estes homens têm cumprido uma missão que muito pouca gente jamais reconhecerá o verdadeiro valor relativo ao suporte indispensável para o enraizamento de uma nóvel nação, a partir de uma estabilidade baseada numa segurança organizada. Timor-Leste não tem semelhança com nada no mundo do conflito, da dependência, da pobreza, da intriga, da corrupção, da diversidade étnica, da potencialidade de riqueza natural a da actividade mafiosa direccionada aos mais diferentes interesses económicos e políticos. Há muito que rejeitei a mim próprio pronunciar-me sobre os problemas de Timor-Leste. Apenas desejo abordar a presença da GNR naquela terra onde um povo ainda aguarda por justiça, liberdade e verdade. A GNR manteve uma presença em Timor-Leste exemplar em todos os sentidos. Manteve uma distância necessária dos grupos mafiosos e dos degladiadores da política e, por isso, venceu todas as batalhas. E por isso, e na pessoa do comandante do Subagrupamento Bravo, o capitão Duque Martinho, [agora regressado a Lisboa] a GNR continua a ser a força militar mais respeitada e prestigiada pelos timorenses, apesar dos grupelhos habitualmente pagos por agentes de polícias secretas de outros países com o intuito de denegrir a presença representante de um país "colonialista" que se pretende longe da porta. Mas, a força da organização, da capacidade psicológica, da potencialidade operacional e da destreza armada patenteada pela GNR em Timor-Leste calou as vozes da desgraça e os arautos da maledicência. A GNR merece uma homenagem nacional. A GNR que tem demonstrado em Timor-Leste que ainda existem portugueses dignos e amigos de outros povos, merece que todo o povo português se associe à homenagem justa que o Presidente da República deveria conceder à instituição através de uma distinção de prestígio no próximo Dia de Portugal, 10 de Junho.

João Severino, Pau Para Toda a Obra

Parece que os portugueses (80%) não fazem actividade física. Sobram desportistas, operários e lavradores. Está certo. Os desportistas são os antigos hoplitas, os outros são os que sempre deram à manivela. Os tais 80% são a marca do progresso. Passam a vida sentados a ver televisão, a comer bolachas com pepitas de chocolate, a enviar SMS e a consultar o facebook. Vão de carro, voltam de carro. Na melhor das hipóteses, dão aulas a cães vagamente interessados e receitam ansiolíticos. Ir com as cabras ao monte? Isso é sonhar alto.

Filipe Nunes Vicente, Mar Salgado

Fala-se, agora, na criação do crime de bullying, por proposta da Procuradoria-Geral da República e com a concordância da Ministra da Educação. Mas o problema vai além dos actos em si, abrangendo a relação pais-filhos. Há dias conversava com uma amiga, que é educadora de infância. Contou-me um incidente com uma criança de apenas 4 anos, em que esta reagiu mal a uma brincadeira (com todas as crianças) e deu uma bofetada à minha amiga. Chocada e surpreendida com a reacção da criança, teve de abandonar a sala. A responsável pelo centro educativo decidiu chamar os pais, para conversarem sobre o sucedido. O pai, confrontado com o comportamento do filho, reagiu com um sorriso e um comentário do género "que giro, sai ao pai"...Já toda a gente percebeu que a principal razão dos problemas disciplinares das crianças (alunos) deve-se aos pais e à educação e formação que (não) dão aos filhos. O exemplo deve partir de cima, as regras e valores devem ser incutidos por quem é responsável - os pais. E os pais falham, cada vez mais, nesta matéria. Seja por desleixo, seja por desinteresse, seja por falta de tempo, a verdade é que não educam como devem os filhos, nem impõem limites nem regras. Como já aqui escrevi, tenho dúvidas sobre a forma de responsabilizar os pais pelos actos dos filhos, mas a verdade é que, de uma forma ou de outra, terão de assumir pelo menos parte da responsabilidade.

Ricardo Sardo, Pátio das Conversas

ENSINO ACTUALIZADO - ANOS 2000

Um kampunes recebeu um çubssidio de 50000 euros pra purduzir bue de çacos de batatas o qual vendeo por 50 euros kadaum e gastou nenhums euros dele. Anliza o testo do isercicio, cunverte 1 euro em escudos e em ceguida dis o que pencas desta maneira de henriquesser.

ENSINO DA PROXIMA DECADA

Um industrial Agrícola go to buy 10 Trucks de Tuberculos de Batata no site www.mail.vegeta.come. A cotação do vegetal em bolsa sofre um "Bull" e o industrial obtém um profit de 100 K eurodolars. Define, através de texto formatado em HTML, o plano estratégico de enriquecimento para a produção off-shore desses vegetais sem recurso a subsídios On-line.

ENSENANSA DE LA PROXIMA GERACION

Un agricultor del Alentejo pretende vender a su produccion de batata do ano E dirige-se a Subestacion agricola de Elvas-Sur-Badajoz levando cinquenta sacas de patata. Ao llegar perguntam de que provincia son las batatas, ao que el agricoltor diz serem del Alentejo. El funcionario pede o certificado de origem e o agricultor diz que non tem. Entonces o funcionario diz que nao pode aceitar aquellas patatas, porque so com o certificado de origem passado pelo Ministerio da Agricoltura, com sede en Madrid e que as patatas podem ser vendidas.

Pergunta: En que Banco deve o agricoltor depositar o produto da venda, se a fizer? Resposta: e no BBVA , no Santander o en La Caja General de Depositos?


Riodoiro, Fiel Inimigo

Conheço um sítio onde se apanham percebes tão grandes que lhes chamam percebestes.
Conheço um sítio onde se apanham percebes tão característicos do local que lhes chamam percebesses.
Conheço um sítio onde se apanham percebes tão finos que lhes chamam percebe.
Conheço um sítio onde como raramente se apanham percebes lhes chamam percebessem.
Conheço um sítio onde se apanham percebes tão sujos que lhes chamam percebo.
Conheço um sítio no norte onde raramente se vêem percebes. Chamam-lhes percebemos.
Conheço um sítio onde deixou de haver percebes. Chamam-lhes percebidos.
Pouca gente sabe mas os percebes trocam percebeijos.


João Moreira de Sá, Arcebispo de Cantuária

3 comentários:

joãoeduardoseverino disse...

Obrigado pelo destaque, caro Leocardo.
Abraço

Anónimo disse...

É verdade, o mosquito estúpido está mesmo convencido que o gajo a quem picou é seu dono...

pedro chunga disse...

talvez macau está a preparar pra uma guerra biológica...