terça-feira, 27 de abril de 2010

Sobre a Tailândia


O programa da Rádio Macau, "Rua das Mariazinhas" teve este tarde dois ilustres convidados: o prof. Cândido Azevedo e o sr. António Cambeta, português que reside em Macau há várias décadas e divide o seu tempo entre o território e a Tailândia. E foi para falar da situação explosiva da Tailândia que o sr. Cambeta foi esta tarde o convidado de Hélder Fernando e Jorge Vale. Uma entrevista muito interessante, onde ficámos a saber em primeira mão notícias do país dos sorrisos, desse autêntico barril de pólvora onde se sentam agora milhões de pessoas, e que na pior das hipóteses pode acabar numa guerra civil.

Como se sabe, a actual situação na Tailândia arrasta-se há quatro anos, desde o golpe de estado que derrubou o primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, uma figura controversa, um milionário que teve uma visão: capturou a simpatia dos mais pobres - a maioria dos tailandeses - enquanto roubava dos mais ricos. Uma autêntica mudança nos costumes de um país que é um dos mais corruptos do mundo. O actual primeiro-ministro, Abhisit Vejjajiva, foi colocado no poder "pela porta das traseiras" por lobbies poderosíssimos, e não surpreende portanto que os camisas vermelhas queiram retirá-lo do poder, e reinstituir Shinawatra ou semelhante.

É realmente uma pena que a Tailândia, um verdadeiro "gigante" asiático, tenha que se submeter a estes jogos de poder que mantêm este simpático país atolado na miséria e nas fezes. O Governo já reviu o crescimento económico este ano em menos meio ponto percentual, de 5 para 4,5%, e prevê-se que o turismo, a principal indústria do país, seja a principal prejudicada. Se já não era muito agradável andar nas ruas de Bangkok, capital mundial do vício, da promiscuidade e da corrupção, agora deve ser verdadeiramente exasperante, dado o clima de incerteza. Caso se confirme o cenário de guerra civil, será certamente uma das mais sangrentas de que há registo.

Já fui acusado de "não gostar da Tailândia", ou de ter "qualquer coisa contra os tailandeses", mas não é bem assim. Cheguei ao território em 91, e a primeira vez que estive na Tailândia foi depois do golpe de estado de 92. Confesso que apanhei uma grande desilusão quando fui lá a primeira vez, com o lixo, a sujidade, as monções, o calor, a prostituição, a pedofilia e tudo mais. A parte "espiritual" do país, os templos, as massagens, a riqueza histórica e cultural dilui-se na desonestidade dos agentes turísticos e da cumplicidade das autoridades. Garanto que nunca encontrei polícia mais incompetente, corrupta e inútil que na Tailândia. As minhas restantes visitas (mais três, se não estou em erro) foram igualmente marcadas por incidentes desagradáveis, sempre relacionados com a verdadeira "caça ao turista" que se faz por aquelas bandas.

Mas o resto até não é mau de todo. Os hotéis, as praias, a comida e tudo mais, e a preços bem convidativos para a malta do lado de cá. Os miúdos, por exemplo, adoram, coitadinhos. A minha mulher nem por isso. Em termos de comida e praia, temos muitas outras alternativas próximas na região (Malásia e Vietname, para citar dois exemplos), e bem mais seguros. Respeito o povo tailandês, e fosse eu um homem de fé, rezava por eles. Conheci imensos tailandeses em Macau, e não tenho qualquer razão de queixa, portanto existe ali bastante potencial para mudar as coisas de raíz. Quem sabe se uma boa "limpeza" não desse lugar a um novo começo? Agora é o momento.

6 comentários:

Anónimo disse...

"Capital mundial do vício"? Aqui, parecia que estava a falar de Macau. Mesmo em promiscuidade, Bangkok pode ter mais fama, se calhar porque não é tão hipócrita quanto os outros neste assunto, mas o proveito não é maior do que o de muitas cidades asiáticas (Macau incluída). Quanto a comida e praias, não posso comparar com o Vietname, que não conheço, mas posso comparar com a Malásia, e não percebo esta sua insistência em achar que a Malásia tem melhores praias e melhor comida do que a Tailândia. E depois diz ainda que os miúdos, "coitadinhos", adoram. Por tudo isto se vê que não tem realmente nada contra a Tailândia...

Anónimo disse...

Tirando as praias da tailandia,não tem nada de bom a tailandia,na minha opinião.Comida Tailandesa é muito boa,e isso como várias vezes em Macau,se quero tailandesas vou as saunas.A maiorias dos portugueses de macau que vão a tailandia é mais por causa das praias.

Anónimo disse...

Tirando as praias, a Tailândia não tem nada de bom, anónimo? E a comida tailandesa e as mulheres tailandesas de que fala vêm de onde? Da China?

António Manuel Fontes Cambeta disse...

Estimado Amigo Leocardo,
Estou em parte solidário com as suas palavras.
A Tailândia nunca foi o país dos sorrisos, que eu o conheço já fez 40 anos, vejo que muitas das leis, se são leis, são tiradas do bolso das calças, visto que nada consta em publicação oficial, caso dos serviços de migração.
A prática de dois preços é ainda usada em muitos locais de interesse público onde um natural paga 30 bats e um estrangeiros 300 ou mais.'
A corrupção campeia por todo o lado, e as autoridades, como bem se diz em português, tem o nariz comprido, mas sem os estrangeiros com seus investimentos e sem o turismo, a Tailandia seria um moutro Cambodja onde a miséria e a corrupção são o pão nosso de cada dia.
Da forma como as coisas estão rumo, é uma país que se aconselha a não visitar.
Eu tenho casa em Bangkok e numa aldeia lá no norte, tenho familia, 3 filhas, quando lá estou não estou como turista mas sim como residente e conheço as burocracias e a mentalidade daquele povo, que na sua grande maioria é de origem chinesa, tirando a zona do Isan.
Um abraço amigo

Anónimo disse...

Malasia? Nem sonhando, estar ao lado dos assassinos, estupidos, ignorantes, mulheres que parecem umas mumias, etc.?

Anónimo disse...

Nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Já aqui disse que prefiro a Tailândia à Malásia por vários motivos. Mas a Malásia também não é só mulheres que parecem umas múmias. É verdade que se vêm espantalhos de burkha, mas também há, por exemplo, muita chinesinha boa com belas mini-saias.