segunda-feira, 15 de junho de 2009

Futebol de Macau pouco lusófono


Realizam-se em Lisboa no próximo mês os segundos jogos da Lusofonia, a festa do desporto em língua portuguesa. São dez países e territórios que em ambiente de fraternidade vão competir pelas medalhas, num evento que teve a sua estreia há 3 anos em Macau. A modalidade que desperta o maior interesse é, como não podia deixar de ser, o futebol. O desporto-rei vai colocar frente a frente os jogadores dos sub-21 de Portugal, Angola, Moçambique e Cabo Verde, por exemplo.

Mas e quanto a Macau? Não participa. Porquê? Segundo o vice-director do Instituto de Desporto (IDM), José Tavares, para “não perder”. Isso mesmo. Segundo aquele responsável, dada a qualidade dos adversários, Macau iria sofrer “pesadas e humilhantes derrotas”, que deitariam por terra o trabalho feito no futebol do território nos últimos anos. É que a malta da bola da Lusofonia não brinca, vai dar o seu melhor, e é bem possível que Macau perca com Portugal ou Angola por uma margem que não cabe nos dedos de uma mão. Mas isso é normal. O que seria irresponsável era dizer que Macau ia lá e ganhava.

Os Jogos da Lusofonia são uma oportunidade única para Macau de competir num torneio mais ou menos prestigiado, já que aqui na Ásia se vê relegado a jogar com Mongólia, Singapura e afins. Mesmo a qualificação para o mundial de futebol já não é o que era, e a selecção da RAEM tem que passar por uma pré-eliminatória contra uma equipa de pouco prestígio, e por lá fica. Já não há assim tantas oportunidades de jogar contra Japão, Arábia Saudita ou Kuwait, como já aconteceu no passado. Indo aos Jogos da Lusofonia era uma oportunidade para aprender com os melhores.

Não se aprende nada a jogar com equipas do mesmo nível ou piores. Ao perder com Portugal, Angola ou Moçambique a selecção de Macau ganha experiência e adquire automatismos que lhe podem ser úteis para os tais jogos com equipas da região. Isto para não falar da moral dos jogadores, que se sentirão mais motivados em jogar contra profissionais de alguma qualidade, em vez dos mongóis do costume, ou dos gajos de Hong Kong que já conhecem de ginjeira. Esta desculpa tem o seu quê de peregrino. Imaginem que a partir de agora cada vez que uma equipa fosse jogar com outra muito mais forte resolvesse simplesmente não jogar. Ou ainda mais surrealista: depois de perder diziam “olha a gente até nem queria jogar, portanto o resultado não conta”.

Se no futuro a selecção de Macau for sorteada num grupo com a China ou o Japão numa qualificação para um asiático qualquer, o que acontece? Não vai para não “perder por muitos”? O problema da selecção de Macau é que não se manteve fiel a um projecto durante mais de dois anos. Os técnicos (muito fraquinhos, diga-se de passagem) que chegam não duram muito, e não existe uma massa de adeptos. As poucas vezes que ocorrem mais qe a habitual meia-dúzia de espectadores aos jogos da selecção é durante os Interport contra Cantão e Hong Kong, e mais por uma questão de rivalidade do que outra coisa qualquer. Não havendo quem exiga resultados ou um projecto, fica mais fácil desbaratar o que já foi feito.

Não indo ao torneio da Lusofonia vai por água abaixo a formação que se fez e resultou na actual equipa de sub-23 que participu este ano no campeonato da I Divisão de Macau, e classificou-se num honroso terceiro lugar. Agora começa-se outra vez com os sub-20 e coloca-se estes jogadores já formados na prateleira, para que não se partam. Era muito mais pragmático e compreensível dizer qualquer coisa como: “não vamos porque Portugal é muito longe, a comitiva é de vinte-e-tal gajos e o IDM não tem dinheiro para brincadeiras”. Era mais compreensível.

7 comentários:

Anónimo disse...

O idm e' uma vergonha para os desportos locais, nao da' dinheiro a nenhuma modalidade local, mas para distribuir masi de 10 milhoes de hkd aos ateletas medalhados da china e seus treinadores ja' nao ha problema, o alex e tavares n percebem nada

Anónimo disse...

Uma vergonha a IDM.se fosse para apoiar aquela equipa dos tugas nascidos em portugal para representar macau no hoquei patins onde ganham sempre aos coxos da asia ja dá.A IDM não faz NADA para o desporto local,sao uns chulos estes gajos da idm que so preocupam em encher os seus proprios bolsos de dinheiro.que o diga o silvério

Anónimo disse...

Vejam o exemplo o TIMOR LESTE,tem participado em varias competicoes mesmo perddendo por muitos participam,agora macau??È uma vergonha este IDM.cambada de CHULOS

Anónimo disse...

Ó anónimo das 23:14, parece que o hóquei em patins também tem tido algumas razões de queixa, como não terem sítios decentes para treinar em vésperas de competições importantes. Para além disso, a selecção de hóquei de Macau é a melhor da Ásia. Serem residentes nascidos em Portugal não lhes retira o direito de representarem Macau e serem apoiados. Ou as outras selecções também não têm jogadores nascidos na China continental? Se calhar têm...

O que é ridículo, isso sim, é distribuir milhões pelos atletas da R. P. da China (como denuncia o anónimo das 23:07). O que é que esses têm a ver com Macau?

Anónimo disse...

"Para além disso, a selecção de hóquei de Macau é a melhor da Ásia.PUDERA,como é costume dizer:"na terra de cegos quem tem olho é rei".os jogadores de outros paises nem patinar sabem quanto mais dar uma stikada numa bola.Quando o "melhor" da Asia joga com equipas a séria levam goleadas atrás de goleadas.Para isso a IDM já apoia.Mas para o futebol levar goleadas já não pode.Contratram aquele treinador de hong kong para que afinal???

Anónimo disse...

É, em terra de cegos quem tem olho é rei. Mas a selecção de hóquei ainda tem o olho que lhe permite ser rainha em terra de cegos. Agora a selecção de futebol nem isso, que nem em terra de cegos se safa. O melhor é pedir aos atletas chineses para representarem Macau. Já que são financiados pelo IDM...

Anónimo disse...

Muito adoram os portugueses de se apunhalarem uns aos outros. Enfim...