terça-feira, 30 de junho de 2009

Olho gordo em Hong Kong


Pequim vai observar atentamente a marcha anti-governo e pró-democracia marcada amanhã para Hong Kong, no aniversário da transferência de soberania da ex-colónia britânica. São esperados perto de 100 mil manifestantes, naquela que será a maior manifestação desde 1997. A crise económica e a falta de resposta do governo da RAEHK parecem ser a causa da insatisfação. A organização alega que Pequim os tem contactado para saber mais detalhes, e estão preocupados que uma grande multido embaraçe Donald Tsang e a própria China, em ano de aniversários sensíveis. Este ano marca o 20º aniversário do massacre de Tiananmen, o 60º aniversário da fundação da RPC, e o 10º aniversário do handover de Macau. Um dos sectores mais descontentes é o dos funcionários públicos, que aceitaram um corte de 5,8% nos salários para fazer face à crise. Tsang irritou alguns residentes de Hong Kong quando afirmou no último dia 4 de Junho que a população "está preparada" para esquecer o que aconteceu em Tiananmen naquela fatídico dia, 20 anos antes, e concentrar-se antes no galopante crescimento económico da China. Alberto Ho, do Partido Democrático, diz que foi abordado por um intermediário próximo do Governo Central, depois de ter dito que 100 mil pessoas se vão manifestar amanhã. Segundo Ho, os líderes chineses "têm medo de perder face se muitas pessoas aderirem". Ho baseia os números da participação em inquéritos. Em 2003 e 2004, um total de 500 mil pessoas manifestaram-se contra o Governo do antecessor de Tsang, Tung Chee Hwa. Tsang vai participar em eventos organizados por grupos pró-China, que juntarão também dezenas de milhar de pessoas.

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