segunda-feira, 29 de junho de 2009

Adios, el presidente


Chávez e os seus amigos déspotas da América Latina têm razões para ficar preocupados. Oo hondurenhos não caíram no conto do presidente eterno inventado por Chávez e imitado pelo presidente da Bolívia e tentado por Zelaya, o ainda presidente das Honduras. É verdade que este golpe de estado faz em tudo lembrar os golpes dos anos 80, com CIA e comunistas sovietes à mistura. É também verdade que Zelaya foi eleito democraticamente, e que os militares que o prenderam silenciaram a televisão, cortaram a electricidade e os transportes em Tegucigalpa, a capital, mas a verdadeira razão de todo este tumulto é a ambição pouco democrática de Zelaya. O presidente queria referendar a sua continuidade na presidência daquele país da América Central, depois de ter sido eleito em 2006 e promovido tímidas reformas sociais-democratas (aumentou o salário mínimo, e pouco mais) num país pequeno, pobre, corroído pela corrupção e pelos gangues de rua, que são cada vez mais. Ao optar pela "alternativa bolivariana" proposta por Chávez e seguida por Morales, Zelaya quis alterar a constituição, o tribunal mandou-a à fava e Zelaya demitiu o Chefe das Forças Armadas porque "não o quis ajudar". Zelaya chegou ao ponto de juntar um grupo de apoiantes e ir pedir satisfações "à tropa". O golpe de estado foi condenado pelos Estados Unidos e pela União Europeia, bem como pelo próprio Chávez (claro). Obama diz que os militares hondurenhos "devem respeitar as regras da democracia". Mas isto do respeito pela democracia deve partir das duas partes. Zelaya deve ser restituído no cargo presidencial, e depois das eleições em Novembro tirar o cuzinho da cadeira. "Mánada".

3 comentários:

Anónimo disse...

Já se percebeu que, para o Leocardo, o problema deste Zelaya foi ter querido seguir a Alternativa Bolivariana (e não "Boliviana") e esta ter sido ideia do Chávez. Quem é amigo do Chávez é inimigo do Leocardo.

Mas, afinal, o que é para si a democracia? Nunca o ouvi a queixar-se das revisões constitucionais de países como Portugal, feitas à rebelia do povo, que nunca é chamado para se pronunciar. Grave é aquelas democracias que o Leocardo adora nunca sujeitarem nada importante a referendo. Aí, são os "supra-sumos" dos políticos que resolvem tudo. Estes como o Zelaya e o Chávez, pelo menos, vão a referendo, para que o povo se pronuncie democraticamente. Democracia é isto, e não aquilo que você quer que seja.

Leocardo disse...

É o lado negro da democracia, que se resume a isto:

- Désposta corrupto/sanguinário ou as duas coisas é eleito democraticamente.

- Continua a ser corrupto, acha que tem pouco tempo e quer ser reeleito.

- Como o país é pobre devido à corrupção e habitado por uma maioria de pobres, dá a estes umas migalhas que os deixa contentes e garante o seu apoio.

- Estes como são ignorantes mas pelo menos andam de barriga cheia, voltam a votar no déspota.

- Como existe um limite de mandatos, déspota resolve referendar a sua continuidade no poder para conseguir continuar-se a encher, e ao mesmo tempo gozar de uma imunidade que lhe permita não ser detido e julgado pelos seus crimes.

Vai sendo assim um pouco por todo o mundo. Venezuela, Bolívia, Honduras, Irão e Rússia (estes dois últimos com recurso a outros expedientes). É triste. Alternativas?

Anónimo disse...

Fala, fala, mas ainda não conseguiu apresentar um argumento válido que prove que estes países são menos democráticos do que os outros. Com aqueles que mais enganam o povo, como o seu querido Socretino, que promete um referendo para a tal de constituição europeia e depois vira o bico ao prego, o Leocardo não se mostra tão acutilante. Não gosta do estilo do Chávez, como não deve gostar do estilo do Alberto João Jardim, mas há muito quem goste, incluindo-me eu próprio nesse grupo, que votaria no Chávez se fosse venezuelano ou no Alberto João se fosse madeirense. E olhe que não sou tão ignorante como o Leocardo pensa. O Leocardo, se calhar, é que é ingénuo ao ponto de acreditar na palavra de corruptos muito maiores, mas que são bem-falantes, politicamente correctos e "gentlemen" para europeu ver, imagem fabricada pelos assessores de imagem pagos com o seu dinheiro (caso vivesse na Europa ou nos EUA, claro).