1) Interessante a entrevista com Henrique Manhão na edição de hoje do Hoje Macau. Em relação à lista da comunidade macaense às eleições para a AL, Manhão diz que "não percebe" o porquê da comunidade apresentar sempre um projecto eleitoral feito "em cima do joelho". Nem ele, nem eu, nem ninguém. Fica contudo uma afirmação curiosa: "Os resultados não querem dizer nada – marcar uma presença é mais importante". Isso mesmo, o importante é competir. Talvez Henrique Manhão pudesse transmitir essa mensagem ao IDM, que como é sabido, não vai levar uma equipa aos Jogos da Lusofonia "para não perder por muitos".
2) Por falar em IDM, a selecção de Macau foi goleada 1-5 por Hong Kong em mais um Interport. A diferença entre a organização e qualidade do futebol das duas RAE é o que se sabe, mas um resultado destes, tão desnivelado, não costuma ser normal. Nem que seja apenas pela "rivalidade regional", ou o facto de Macau ter conseguido empates e mesmo vitórias no passado. Será que Hong Kong vai-se juntar à lista de equipas com que Macau não pode jogar para "não perder por muitos"? Se for para ganhar e "dar moral" à equipa, podem sempre marcar um jogo amigável contra a selecção do Jardim de Infância D. José da Costa Nunes. Tenho a certeza que os miúdos não iam recusar, e ainda iam dar boa réplica.
3) A Associação dos Macaenses (ADM) planeia avançar com a candidatura do Patuá, o dialecto maquista, a património intangível da humanidade. Uma das ideias da ADM passa por produzir para a TV Macau uma série de programas intitulada "Patuá num minuto", inspirada na série "Cantonese in One Minute", exibida regularmente no canal 1 da TDM. A ideia surgiu depois do sucesso de uma rábula incluída na última peça dos "Dóci Papiaçam", que obteve uma reacção bastante positiva do público. No entanto é preciso não esquecer que o efeito foi cómico, já que se tratava de uma paródia ao programa e ao próprio dialecto. Se a ideia for ensinar expressões e palavras em Patuá, é uma boa ideia. Só que tem que ser levada a sério.
5 comentários:
Esta selecção de Macau é composta maioritariamente por jovens, alguns de grande talento, diga-se. É verdade, perderam por 5-1, mas é preciso entender que a maioria dos elementos da selecção trabalham ou estudam- são amadores e estão no principio da sua "carreira" futebolistica.
Digo "carreira" entre aspas, porque a utilização desta palavra, em Macau, só poderá ser feita desta forma.
É preciso um projecto para o futebol, um projecto com pés e cabeça, com perspectiva. É preciso, também, pensar no futebol numa perspectiva mais comercial, mais empresarial, até, como se faz em Hong-Kong. Transmissões televisivas, programas dedicados ao futebol local, etc seriam um bom começo. Como disse o Rui Cardoso à TDM, procurar, a médio prazo, criar um projecto sustentavel e que atraisse investimentos para que, gradualmente, se entrasse na profissionalização.
Fala-se muito em formação, mas de que adianta formar, se os jovens não tem perspectivas de progredir?
Muito mais se poderia dizer sobre isto.
Quanto à participação na Lusofonia, é uma vergonha a "falta de comparência" da selecção de Macau. Com esses jogos o que se aprende ultrapassa em muito o resultado da partida- em termos de organização, tactica, partilha com jogadores de topo, profissionais, contactos, etc. Uma tremenda falta de visão e incompetência do IDM.
E quanto aos outros assuntos menos sérios da posta, começando pelo da lista de matriz portuguesa... Realmente não percebo por que tantas queixas sobre o timing da sua formação: respeitou na integra os critérios e requisitos de uma lista de matriz portuguesa.Aliás, o timing foi, nitidamente, à portuguesa! Lembram-se da Expo, do Euro? Tudo feito às três pancadas no último minuto, em que se ouviam "aís"e "úis" na imprensa, em que se profetizava a desgraça, os prazos que não se cumpriam, etc. etc? Não foi tudo feito-mais derrapagem, menos derrapagem-e bem? Aliás, não foi mesmo aqui, no Leocardo, que li que a palavra portuguesa que os estrangeiros mais queriam ter no seu vocabulário era a palavra "desenrascar"? Pois bem, aí está! Acredito que a lista vai aparecer, com um discurso surpreendentemente sólido e coerente, com o trabalho de casa feito, e pronta para competir. Agora quanto a resultados...
Por fim, quanto ao Patuá, tive oportunidade de ver o sketch aqui falado no último espectaculo dos Dóci Papiáçam, e devo dizer que concordo parcialmente consigo. Naturalmente que se deverá afastar do formato do Cantonense in one Minute, mas acho que não deverá afastar a componente cómica. Aliás, o que torna o original Cantonese in One Mintue tão agradavel é a forma leve e humorística com que o Pierre François Metayer ensina o espectador. Este projecto do Miguel Senna Fernandes deverá manter a componente humorística que tanto o caracteriza. Este programa, a meu ver, nunca deverá ser visto como um programa de rigor informativo, mas de entretenimento com componente educativa. Se não, corre-se o risco de ser mais uma "Televisão Educativa", essa jóia dos arquivos da TDM, digna dos "tesourinhos deprimentes" dos Gato Fedorento!
Desculpem a intromissão mas quero avisar que o Ministro do Ambiente lá na República pôe a hipótese de defender a caça à baleia:
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1388022&idCanal=2100
lembro que macau uma vez perdeu 17-0 com a china ou japão mas para evoluir é preciso jogar contra os mais fortes nem que perca todos jogos por 15-0.o futebol em hk é profissional e em macau é AMADOR numa cidade com 500 e tal mil habitantes,hk tem cerca de 6 milhoes habitantes
A Islândia tem 300 mil habitantes, alguns futebolistas são profissionais, e não perdem por 10 com ninguém. Mesmo por cinco é difícil perderem.
Cumprimentos.
Se for contra Portugal, até é difícil perderem por um, na verdade.
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