Está aí a primeira pandemia do sec. XXI, a gripe suína. Com 30 mil casos em 75 países dos cinco continentes e 145 mortes, não tem outra escolha senão assumir que há um problema que pode piorar ainda antes de se pensar em melhorar. Um vírus não diz "já chega", e caso não se faça algo depressa, os números podem atingir proporções trágicas. Em Hong Kong as escolas fecharam depois de 12 alunos do ensino secindário terem sido infectados. Os exames terão que ser adiados, e a Disneylândia da RAEHK foi criticada por ter feito descontos especiais para este período sem aulas. E com razão. Mas é típico da Disney este tipo de atitude desalmada, que não é inédita. Se os pais tiverem bom senso - já que das criancinhas pouco se pode esperar - não pactuam com este tipo de aproveitamento que apenas visa o lucro fácil. Já agora alivia-se a crise em que está mergulhada o parque temático de Hong Kong.
Esta é a primeira vez que se decreta uma pandemia em 41 anos. Em 1968, e falando em Hong Kong, foi a gripe baptizada com o nome do território vizinho, que matou mais de 33 mil pessoas só nos Estados Unidos. Quando pensamos na palavra, "pandemia", parece qualquer coisa de muito grave. A verdade é que se falou muito mais do H1N1 quando apareceu, há coisa de 3 meses. Agora, mesmo com uma pandemia, é apenas um
fait-divers noticioso. Em Maio, quando se falava de uma possível pandemia, toda a gente pensava que seria o horror, o pânico, pessoas a ficar em casa com a cabeça debaixo do lençol, linchamentos públicos por causa de um espirro, a crise económica mundial elevada à milésima potência. Felizmente que não é assim, e que corre tudo mais ou menos dentro da normalidade.
Somos umas criaturas bem frágeis, no fim de contas. Podemos ser os bichos mais evoluídos à face da Terra, ter a tecnologia e a virtude de adivinhar quando chove, mas não nos conseguimos defender destes inimigos invisíveis. Assim nos últimos 300 anos tivemos 15 pandemias, ora de influenza, ora de cólera - uma em cada 20 anos. Em 1855 teve início uma pandemia de peste bubónica, que durou bem até meados do século XX. Em 1918 apareceu a gripe espanhola, que reclamou mais vidas que a I Guerra Mundial; ainda hoje não se sabe ao certo, mas podem ter sido 100 milhões de mortes em todo o mundo. Os deuses andavam mesmo zangados. E o que dizer da pandemia do SIDA, que já reclamou mais de 3 milhões de vidas e continua a somar fatalidades em África a um ritmo atroz, sem que se tenha ainda encontrado a cura?
E por falar em cura, enquanto não se descobre a vacina para a gripe suína (do que estão à espera, os nosso génios da ciência?) nada melhor que prevenir. Assim proteja a sua saúde, tenha uma alimentação equilibrada e faça regularmente exercício. Evite as aglomerações em espaços fechados. Caso começe a sentir os sintomas (dores de cabeça, corrimentos nasais, dores musculares, mal estar geral), use a máscara e consulte o médico. Mantenha sempre a higiene pessoal e dentro da sua casa. Não poupe em desinfectantes e outros produtos de higiene. Não cuspa para o chão e disponha propriamente de lenços usados. Combater esta pandemia ainda só depende de nós. Então vamos a isso.
1 comentário:
Realmente a prevenção é uma forte arma para controlar a Influenza A (H1N1) no Brasil. Cada pessoa pode fazer sua parte, tomando cuidados básicos de higiene.
Entretanto, gostaríamos de esclarecer que ainda não é necessário o uso de máscaras pela sociedade. Isso porque não há evidências de que o vírus dessa doença circule em território nacional.
Em relação à vacina, pesquisadores do mundo inteiro trabalham em prol de sua descoberta.
O e-mail fernanda.rocha@saude.gov.br está à disposição para mais informações.
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