- Para homenagear o Deus Saturno, havia uma festa na Roma Antiga chamada “Saturnais”. As escolas ficavam fechadas, os escravos eram soltos e as pessoas saíam às ruas para dançar. Carros (chamados de “carrum navalis” por serem semelhantes aos navios) levavam homens e mulheres nus em desfile. Muitos dizem que pode ter sido daí a expressão “carnavale”.
- A Igreja Católica opunha-se a estes festejos pagãos, mas, em 590, decidiu reconhecê-los. Exigiu, porém, que o dia seguinte (Quarta-Feira de Cinzas) fosse dedicado à expiação dos pecados e ao arrependimento.
- De lá para cá, o Carnaval foi mudando aos poucos de face. Na Idade Média, incluía sátiras aos poderosos. Os foliões protegiam-se de possíveis retaliações com a desculpa de que a festa os deixava loucos (”folie”, em francês, significa loucura).
- No Brasil o início da festa é conhecido como “grito de carnaval”. Antigamente os clubes promoviam festas pré-carnavalescas com este nome. Nessas festas as pessoas iam fantasiadas e cantavam e dançavam ao som de marchas de Carnaval.
- A data em que se comemora o Carnaval é definida com base na Páscoa. A Quarta-Feira de Cinzas sempre cai 46 dias antes do domingo da festividade, que é a soma dos 40 dias (quaresma) que antecedem o Domingo de Ramos com os 6 dias da Semana Santa.
- Em 1855 aconteceu aquele que foi considerado o primeiro desfile de Carnaval. Uma comissão de intelectuais formou um bloco chamado “Congresso das Sumidades Carnavalescas”. Os participantes foram até o palácio de São Cristóvão pedir para que a família real assistisse ao desfile. Dom Pedro II aceitou o convite. A polícia do Rio de Janeiro autorizou o desfile de blocos pelas ruas em 1889.
- Foi na Rua Visconde de Itaúna, próximo a Praça Onze, que nasceu o samba. Uma roda de amigos improvisava versos na casa de uma das moradoras do morro, a tia Ciata (Hilária Batista de Almeida). Em 6 de agosto de 1916, o grupo criou a música "O Roceiro", que caiu no gosto do povo. Depois de repetida noutras noites, sempre com muito sucesso, Donga, um dos participantes, resolveu registrar a canção em seu nome, com o título de "Pelo telefone". Quando ela foi gravada, em 1917, os outros integrantes do grupo - Germano Lopes da Silva, Hilário Jovino Ferreira, João da Mata, Sinhô e tia Ciata - reivindicaram direitos pela composição. Donga contestou essa versão.
- O nome do ritmo é de uma língua africana chamada banto, falada em Angola. Há duas versões para sua origem: ou ela deriva do termo samba (bater umbigo com umbigo), ou é uma junção de sam (pagar) e de ba (receber). Nas antigas rodas de escravos praticava-se a "umbigada", dança em que dois participantes davam bordoadas um no baixo-ventre do outro.
- O Carnaval brasileiro é descendente do “entrudo” português. O dicionário diz que "entrudar" significa molhar com água, empoar de goma ou talcos, fazer peça. E a farra era esta mesmo. No século 17, os foliões armavam-se de baldes e latas cheias de água, e todos acabavam molhados. Até Dom Pedro II atirava água nos nobres. Acontecia aqui antes do início da Quaresma e durava três dias, do domingo até a terça-feira gorda.
- Com o passar dos anos, a brincadeira foi ficando mais agressiva. Água suja, farinha e talco lambuzavam as roupas dos brincalhões. Limões, laranjas e ovos eram atirados em quem estivesse na rua. Logo surgiu uma lei proibindo o entrudo. Em 1854, um chefe de polícia do Rio de Janeiro determinou que a partir daquela data o entrudo tinha de “ser seco para não estragar as roupas mais caras e cuidadas e não provocar desordens e confusão”. O entrudo seco transformou-se no Carnaval.
Fonte: Guia dos Curiosos (editado)
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