quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Como é Macau? Venha cá ver!


Nós que andamos aqui pelo Oriente sabemos o que custa estar tão longe da família e dos amigos. Se os primeiros até nos toleram tudo, já os outros são muitas vezes “da onça”, e aqueles que nunca estiveram em Macau têm um conceito pré-definido (um…preconceito?) de como é esta cidade à beira-China plantada, e da Ásia em geral. Sempre que me perguntam “e como é Macau?”, respondo sempre “é bom…o que quer saber exactamente?”. Pode parecer um pouco rude, mas sempre evita alguns embaraços. O tuga médio é, em geral, desconfiado e incrédulo. O padroeiro de Portugal devia ser S. Tomé, o tal que só crê no que vê. Todo o resto ou são mentiras ou exageros. Basta atentar a um dos maiores cronistas da nossa história, Fernão Mendes Pinto, que narrou uma vida inteira de fantásticas aventuras, e a quem teimam chamar mentiroso. Existem três tipos de curiosos: os preocupados, os invejosos e os brincalhões.

Os preocupados são o grupo que, com uma noção básica da geopolítica de Macau (território actualmente sobre administração chinesa) e da China (de que nunca se fala pelas melhores razões) metem os dois no mesmo saco. Quando estive em Portugal há uns anos, já depois da transferência de soberania, entrei com a família numa loja de malas em Lisboa. O simpático casal olhou para nós e perguntou de onde vinhamos. Respondi “de Macau”, e imediatamente fizeram uma casa de preocupados e perguntaram: “ah…e como está aquilo por lá”. Respondi que estava tudo bem, o que fez o casal respirar de alívio. Provavelmente imaginam um local cercado, onde reina a opressão e a ditadura, e onde há fome. Os preocupados ouvem as notícias preocupantes de Macau (cada vez menos, por sinal) e apressam-se a ligar para cá (os que têm cá família ou amigos). Basta lembrar o que se passou em 1993 com o tufão Becky, que segundo os serviços noticiosos em Portugal, “destruíu Macau”.

Já os invejosos, normalmente um grupo muito mal informado de patetas com empregos miseráveis, acham que em Macau toda a gente é rica. Que temos tudo facilitado, que basta ser português para arranjar um bom emprego, que cada vez que precisamos de dinheiro basta passar pelo casino e buscá-lo. Para o invejoso vamos a Portugal e gastamos “dinheiro de Macau”, e se nos queixamos de alguma coisa ou tentamos explicar que Macau não é nenhum paraíso e que é preciso trabalhar a sério, responde com qualquer coisa do género “Ai é? Então para ficares mal mais vale voltares para a tua Terra”. Não há maneira de agradar ou convencer o invejoso. Se acreditasse realmente no que pensa e no que diz, já há muito que tinha feito as malinhas e vindo para cá, “ficar bem” como nós.

Finalmente o pior grupo, e o mais numeroso: os brincalhões. Estes nunca foram a Macau, nem lhes interessa. Os mais endinheirados preferem passar férias em Cuba, Punta Cana, Fortaleza ou qualquer outro sítio que tem muito menos a ver com o ser português que Macau. Esta região do mundo “diz-lhes pouco”. E ainda bem. Quando estive há uns anos em Malaca e os únicos portugueses que lá vi eram fáceis de identificar. Berravam, falavam português com toda a gente que encontravam (curiosamente falaram inglês comigo, mas não me identifiquei…) tiveram fotografias a torto e a direito e tudo era “tão giro!” Para eles toda a gente que esteve em Macau ou mente ou exagera sobre o que conta. Que o digam os que optaram pela integração nos quadros da Repúlica, que ao contar as maravilhas de Macau aos novos colegas são sempre recebidos com um “Ai sim? Ai é? Não me digas”. Viram-lhes as costas e começa o corte e costura. Começam a ouvir bocas que culminam sempre com um "olha lá vem o petas de Macau". Se entram em conflito com um colega levam logo com um "está mal habituado, aqui não é Macau". Como hoje é o dia da não-violência, é difícil sugerir como tratar com os brincalhões.

Como conclusão, o melhor mesmo é deixar o que se sabe de Macau na conta bancária, nos móveis de casa (o tal Pau-rosa que estala com o tempo seco) ou os recuerdos que se trouxeram de Macau. Mesmo estes últimos já podem ser adquiridos facilmente em qualquer loja de chineses de Corroios ou da Bobadela. Querem saber como é Macau? O melhor é virem cá ver. Surpreendem-me os dados da Direcção de Serviços de Turismo que todos os anos indicam um aumento do número de visitantes de Portugal? Será só de passagem? Claro que há os residentes de cá (os mais desocupados) que convidam os amigos, mas eu pessoalmente não conheço ninguém que tenha vindo a Macau...de férias.

23 comentários:

Anónimo disse...

Quanto muito,vir a Macau de passagem para outros destinos,como fiz o ano passado

Anónimo disse...

Grande Leocardo cada vez melhor, imagem real esta posta.
Os lampiões devem andar inchados por irem á fase de gupos da uefa, coitados, coisa rara nos tempos de hoje

Anónimo disse...

mais graxa, dai a bocado os sapatos vao-se furar de tanto graxar

Anónimo disse...

O post é sobre Macau e a ideia que os tugas tem de Macau... mas tinha que vir um murcão falar dos seus pesadelos com o Benfica.

os quatro do Arsenal aínda os tornaram mais saloios, se é que isso era possivel

Anónimo disse...

Ao anónimo das 1:46. para comentários como o teu e como dizia o outro, vai chamar murcão e saloio a quem te fez as orelhas. Idiota só podia ser lampião o cabrão

Anónimo disse...

Cambada de porcos malcriados.

Anónimo disse...

coitadinho do anonimo das 4:43.

está tristinho, está?

vá-se habituando que esta época vai ser semelhante a do del neri, fernandez e cia lda.

murcão, labrego...

Anónimo disse...

Começo a achar que este anónimo que aproveita a mínima oportunidada para atacar o Benfica é o próprio Leocardo! Primeiro realça a grande capacidade criativa do Leocardo e depois é o que se vê.

Anónimo disse...

Como em tempos escreveu o Espécimen, mesmo não sabendo o que escrevia: "...desprezo darwiniano".

Leocardo disse...

Anónimo das 7:39, falta de argumentos, não é? Que tristeza...

Anónimo disse...

O Leocardo não sabia? Destes milhafres esmifrados só se podem esperar golpes baixos e sujos, como o clubezeco deles.

Anónimo disse...

Sr. Leocardo está a falar de quê? Que enfermidade!

Anónimo disse...

Vá lá, levem as guerras clubísticas par outro sítio, isto já parece uma capoeira.

Anónimo disse...

eu só gostava de saber quem começou esta discussao clubistica nos comentarios a um post que nao tem nada a ver com futebol.
quem é que só podia ter sido?
um adepto do fóculporco.
estes gajos tem relva na carola em vez de neurónios

vai chafurdar na pocilga das antas, murcão.

Francis disse...

Desta vez tenho que comentar.
Cheguei a este blog via Hugo, Hotel Macau.
Tenho familia em Macau há 20 anos, e aquilo que hoje aqui vi escrito é um retrato absolutamente fiel daquilo que eu pensava e não consegui por em palavras.
Por uma ligação mais forte passei a ir a Macau consecutivamente há 10 anos, e revejo a opinião tuga neste post.

Cumprimentos.

Leocardo disse...

Obrigado pelo seu comentário, bastante mais relevante que os últimos 12 ou 13. Abraço.

Anónimo disse...

Ó imbecil é morcão e não murcão seu burro nem sabes escrever ignorante vê-se logo que és lampião só podia. E volto a dizer para chamares morcão a quem te fez as orelhas. idiota

Anónimo disse...

Eu não tenho que saber escrever linguas estrangeiras.
Eu sou português, não sou tripeiro, e portanto não falo tripeiro, seu grandessíssimo filho da puta.

Anónimo disse...

E só agora é que tu me dizes que não se escreve assim?

Tu nem a tua lingua sabes falar e escrever, tambem foste ao dicionário, meu labrego ignorante de merda.

Anónimo disse...

enfim... Parece que vai chover...

Anónimo disse...

E como são os portugueses de Macau? Venha à caixa de comentários do Leocardo ver!

Leocardo disse...

Realmente é pena. Espero que já tenha acabado o circo...

Anónimo disse...

afinal que e este porcao?