sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Os blogues dos outros


O futuro da Electricidade de Portugal (EDP) no capital da Companhia de Electricidade de Macau (CEM) é incerto. Um administrador da empresa de Macau disse ao jornal 'Hoje Macau' não acreditar na continuação da EDP na RAEM. Em Lisboa, a empresa não confirma. Mas a não renovação de contratos de metade dos engenheiros portugueses acentua a ideia de que está de saída. O cônsul português já reuniu com a administração da CEM. Sem resultados. Os ingleses estão cada vez mais em Hong Kong. Nós, abandonamos tudo em Macau, incluindo a Escola Portuguesa.

João Severino, Pau Para Toda a Obra

amanhã há eleições legislativas na tailândia. hoje, desde as seis da tarde e até que fechem as urnas - 24 horas depois -, não podem vender-se bebidas alcoólicas. como me pareceu uma medida caricata, sobretudo para turistas que vêm passar uns dias a este belo país, perguntei ao porteiro do restaurante o porquê. respondeu que era à cause de uma lei que impõe a secura alcoólica. segundo ele, é uma óptima medida. as pessoas pensavam melhor antes de elegerem os seus representantes. e que não havia mal porque era só uma vez de quatro em quatro anos. perante as sábias palavras do tailândes, e apesar de ter acompanhado o jantar com ums limonada, quando se impunha uma jola fresquinha, dei comigo a pensar que seria uma medida muito boa caso fosse adoptada nalguns países. ninguém me tira da cabeça que o bush foi eleito numa bebedeira geral e que o sócrates foi eleito em ressaca - do santana lopes, está claro.

Santiago, MACA(U)quices

Considerando as proporções que o escândalo das casas da Câmara Municipal de Lisboa está a tomar, sugere-se que a letra da popular canção entoada por Milú no clássico da comédia portuguesa O Costa do Castelo, e retomada décadas mais tarde em versão rock pelos Xutos & Pontapés, seja alterada para: "Que saudades que eu já tinha/da minha alegre casinha/dada pela Câmarazinha/de um presidente amigo meu".

Victor Abreu, Jantar das Quartas

Ao contrário do que se diz, não é verdade que as mulheres sejam sensíveis às palavras. O que elas valorizam é o capital, sempre e só. Materialistas sem coração, o que lhes interessa é saber qual a sua cotação na bolsa. Por quantas valem se estão a pensar dispersá-las e quanto é que investem nelas. Sobretudo isso: quanto tempo, quanta paciência, quanta persistência, quantos planos quinquenais, em suma, quanta atenção. É segundo este racio que fazem as suas avaliações, apostas e previsões. De acordo com estes princípios as palavras, para elas, valem o que valem. A mesma palavra, proferida pelo mesmo agente, pode ter co(no)tações muito diferentes. Por isso "amo-te", o vocábulo cujo valor facial é consensualmente o mais elevado, segundo este rigoroso critério nunca é um activo seguro.

Teresa Ribeiro, Corta-Fitas

Parece que mulher a sério só lê o The Economist. Mulher que é mulher não revela nunca o mais pequeno laivo de consumismo, sob pena de nunca na vida ser levada a sério. De nunca vir a conseguir um bom emprego. De nenhum homem lhe pegar. Mulher que é mulher não sai à rua de blush na cara, que não viemos ao mundo para ser alvo de desejo sexual. Estamos aqui para ser iguais aos homens, e se eles sobem na vida sem usar saltos altos, então nós também.

apipocamaisdoce, A Pipoca Mais Doce

O argumento de que a Igreja Católica não fecha os olhos à SIDA porque defende o celibato ou a fidelidade, é falacioso. E é falacioso por duas razões: primeiro porque pressupõe que advogar o celibato ou a fidelidade é eficaz—não é; segundo, porque considera que a Igreja não pode/não deve fazer mais nada. Para mim, o ponto realmente importante é o seguinte: será que se a Igreja Católica defendesse o uso (em casos limite e cheios de advertências) de contraceptivos estaria a ser mais responsável? Eu acho que sim. O Papa e alguns Católicos, acham que não, porque estariam a trair os seus princípios e a mensagem da igreja. O meu problema com esta posição reside na forma como entendemos a noção de ‘responsabilidade’. Eu prefiro ser responsável perante a vida e as pessoas do que perante dogmas que quando são aplicados cegamente tornam-se intolerantes, insensíveis e crueis. Chamem-me ímpio, se quiserem.

João Galamba, Cinco Dias

São 13h25. Vinte e cinco minutos foi quanto demorou até que um dos três canais desse a notícia da atribuição do prémio Nobel da paz. Mas a RTP já passou uma muito mais relevante peça sobre uma sondagem que diz que se as eleições fossem hoje o PS ganharia.
Estranhas prioridades.


Arcebispo de Cantuária, Blogue Atlântico

Este é um país oficialmente feliz. Enquanto as bolsas mundiais se afundam, o Parlamento português discute costumes como quem deglute pastéis de Belém numa manhã de primavera. Temos - e teremos- tudo o que merecemos.

João Gonçalves, Portugal dos Pequeninos

Ministros, oposições, economistas, analistas, palpitadeiros, todos têm uma palavrinha a dizer sobre a crise. Tentam minimizar os danos e aplacar o pânico. Evitam o desespero e o desatino dos investidores, dos clientes dos bancos, dos accionistas das empresas, dos pequenos e médios aforradores. Eu até já vi a Deco dar conselhos sobre o dinheiro depositado nos bancos...

Pedro Rolo Duarte, Pedro Rolo Duarte

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