terça-feira, 12 de novembro de 2013

Quem somos, realmente? Parte XXI: os lobos maus e os capuchinhos


Nos meus tempos do secundário, observava como as meninas apreciavam homens mais velhos. Tinha colegas com 14 ou 15 anos que namoravam com maçaricos da tropa, estudantes universitários e outros gajos que pela tabela actual eram enfiados na choldra como pedófilos. Tive uma ou duas colegas que se apaixonaram pelos professores, e outras que viam um gajo qualquer na rua com idade para ser seu pai e exclamavam “que homem bom!”. Isto deixava-me deveras intrigado, mas hoje entendo um pouco melhor este mistério: as pequenas queriam ser carne para canhão de cotas devassos e predadores sexuais, mortinhos por se babarem todos na pele leitosa, tocar os seios púberes e arrombar a rosácea virtude com o seu carnudo ariete. E não façam essa cara. Já ouviram aquela canção do Fausto, “Navegar, navegar”? Ah bem, ao pé dele eu sou um santinho.

As mulheres preferem os homens mais velhos porque “são experientes”, e “maduros”, e guiadas por esse instinto, acabam muitas vezes nas mãos de velhos tarados. Chamem-me de burro se quiserem, mas o que leva uma mulher de vinte e poucos anos a casar com um homem de cinquenta e muitos, e ainda nos tentar fazer acreditar que pretende “um relacionamento estável e duradouro”? Uma mulher de 25 que casa com um homem de 60 arrisca-se a enviuvar antes dos 40, e se insiste que essa não é a sua intenção dar o golpe do baú, então é tontinha. Uma mulher na casa dos 40 anos, no pleno exercício das suas faculdades e sexualmente activa, não pode esperar que um velho na casa dos 70 ou 80 acompanhe a sua “pedalada”. Quando um homem na terceira idade casa com uma jovem de vinte e poucos, e opta pelo casamento católico, em vez de “até que as morte vos separe”, no momento de os pronunciar marido e mulher o padre devia antes olhar para a jovem noiva e dizer antes “até que a morte te livre deste frete”.

Quando vamos a um daqueles países muito pobrezinhos da região e vemos os nojentos dos pedófilos de mão dada com aquelas adolescentes que mal têm um tufozinho na chacha dá-nos vontade de vomitar. É uma imagem que nos assombra, mas não digam que dessa água da fossa céptica não beberão. Um homem no Outono da vida dificilmente resiste aos encantos de uma jovem na Primavera. As folhas secas e castanhas caídas no chão lamacento da chuva, sujas de terra e com os cães a cagarem-lhe em cima, anseia desesperadamente que lhe ponham por cima uma espivitada margarida saída de um prado solarento, acabada de polinizar por uma abelha ao som do andamento da "Primavera" de Vivaldi. Havendo por aí uma longa lista de cachopas com pele lisinha, peitinho de rola e anquinha estreita dispostas a "aprender" com a sua "experiência" em troca de um pouco da ilusão da juventude, tanto melhor. E o que interessa ser jovem, corpolento e vigoroso na hora de encontrar um marido? Até o Conde Drácula, pálido, moribundo e a cheirar a mofo seria um sério candidato a "Homem do Ano" devido à sua "maturidade e experiência", a juntar ao seu apetite pelo sangue de virgens.

Há casos em que um homem chega a uma certa idade, aos 60 ou até mesmo aos setenta, e está só, ora devido a viuvez ou divórcio, e já com os filhos crescidos e casados. Posto um fim à carreira professional, com uma reforma para gastar e casa própria sem ninguém para dividir, procura uma companheira que o "ajude" com aquelas tarefas mais complicadas, como encontrar os óculos ou a dentadura pela manhã, lembrá-lo da hora para tomar os remédios, ou evitar ser "comido vivo" pelos vendedores da banha-da-cobra, testemunhas de Jeová e outros vigaristas que lhe batem à porta. Se for jovem, ainda melhor, pois assim o cheiro do bafio torna-se menos intenso nos lençois da cama, e a sombra de uma morte triste e solitária deixa de pairar sobre o quarto. Pelo menos há alguém que chame uma ambulância no caso de entrar em insuficiência cardio-respiratória durante o sono.

Quanto ao que as mulheres pensam sobre casar com um homem da idade do pai ou do avô, tudo depende de quem, como e onde. Um casal ocidental, especialmente o pai, não vê com bons olhos que a sua filha, o seu tesouro, case com alguém da sua idade, um velho papão. Quando o velho vai às meninas e apanha uma daquelas ainda na fase inicial da gonorreia ou da sífilis, ainda vá lá, que é só aos fins-de-semana com o grupo do jogo da malha, é tudo pago, portanto "um serviço", e nem ficam a saber o nome da moça. Agora quando um dos seus se propõe a adquirir a filha, essa santinha, em regime de exclusividade, alto e pára o baile, deixa-me ir lá buscar a caçadeira e pô-la em cima da mesa, só para que fiquemos esclarecidos. Há sempre as honrosas excepções, claro. Um homem de 50 anos pai de uma miúda de 25 dificilmente aceita que o namorado, noivo ou marido tenha mais de 40. Especialmente se for divorciado, pois se não serviu para a outra, como vai server para a filha? Se o pai for jovem, um homem de 40 com uma filha de 21 ou 22, aceita mais facilmente um genro mais velho, pois quando as colegas da universidade da garota vão lá a casa estudar ele tem a tendência para fingir que vai montar as prateleiras e tira a camisola, enquanto se orgulha das suas mãos largas, ideais para uma massagem que alivie a pressão dos deveres académicos.

Pode dar-se ainda o caso da família ser pobre, ter uma dúzia de filhos e dormirem todos no chão. Nesse caso um cinquentão com tendências de pederasta é mais que bem vindo se quiser desposar a Lurdinhas, que tem 17 anos e é um pouco lerdinha, coitadinha, e foi ajudar a mãe na fábrica depois de ter chumbado pela terceira vez no sétimo ano. No caso dos clãs ciganos, a idade pouco importa, desde que o negócio envolva dois burros ou duas dúzias de galinhas. Na Àsia, onde algumas famílias ganham num ano o que muitos ocidentais ganham sozinhos num mês, é visto como uma benção. Uma jovem vietnamita de 18 anos que caia nas boas graças de um ocidental de meia-idade é razão de sobra para oferecer mais uma ou duas bananas a Kapachu, o deus macaco de seis braços e duas cabeças. Pouco importa se for gordo, careca e sebento, com meias brancas por baixo das sandálias e cara de pedófilo. Para eles é uma dádiva dos céus. Se for Americano melhor ainda, pois mesmo que não seja muito rico (e de facto é um pindérico), sempre pode levar a família toda da noiva dali para fora, longe do regime tirânico e sanguinário do general Dut Phate. Para a moça até não faz mal, pois fica com a garantia de casa, comida e roupa lavada, e as solas em cima de um par de sapatos. Na pior das hipóteses só tem que levar com aquele pudim Molotov tamanho-família que é o marido duas ou três vezes por mês, e nunca por mais de cinco ou dez minutos. Durante esse tempo pode aproveitar para lhe tirar a cera dos ouvidos com um cotonete, enquanto ele bufa e tenta fazer mais uma elevação enquanto mantém a todo o custo a bandeira no topo do mastro.

Os que não ligam aos preconceitos, aos comentários dos vizinhos e às suspeitas das autoridades, vão em frente e procuram a sua Lolita, casam com ela, morrem, e a miúda usufrui da sua pensão de viúvez ainda em idade válida. Outros mais reservados, às vezes com receio do que os filhos vão pensar, contratam os serviços de uma "enfermeira" em "full-time", mesmo que esta não saiba sequer trocar um penso rápido. Os que ainda se querem divertir mas não querem qualquer tipo de compromisso frequentam as discotecas e outros locais de diversão nocturna por onde pára a "carninha fresca". Ficam encostados à parede com um copo de whiskey na mão, enjoados com a música "alta" e que para eles "é só barulho", e procuram a presa. Quando finalmente se decidem, perguntam-lhe "quanto é", e assim celebram mais um contrato, acrescentando uma vítima à sua contabilidade. É preciso deixar as contas em dia antes de quinar. Se algum destes casais me está a ler, não me leve a mal. Desejo-vos tudo de bom, e que vivam até aos 120, os homens, para poderem assim usufruír juntos da decadência que o envelhicemento implica.

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