quarta-feira, 22 de maio de 2013

Pot-pourri


Foi uma noite de susto, a de terça-feira em Macau. A tempestade que assolou o território durante nove horas foi a pior desde 1982, e a pluviosidade voltou a transformar algumas ruas da Península e da Taipa numa espécie de "Veneza", como se diz agora por graça. Além de alguns danos materiais em algumas estruturas públicas, os mais prejudicados foram novamente os pequenos comerciantes, especialmente os da zonas baixas da cidade, que de manhão encontraram as suas lojas transformadas em aquários. Volta a levantar-se a questão do escoamento deficitário, mas duvido que este seja um problema no topo da agenda. É que por muito que chova, a água não chega a Santa Sancha ou à Penha, e não entra pelos casinos. Querem um conselho? Aprendam a nadar.


Quem está de parabéns é a Confraria da Gastronomia Macaense e um dos seus membros, Florita Morais Alves (na imagem). O restaurant Belcanção, no Four Seasons, vai dar a provar os sabores da culinária local entre 4 de Junho e 8 de Junho, e Florita é a chefe convidada. Mais uma oportunidade para dar a conhecer aos turistas pratos como oBafassáa, a Casquinha de Caranguejo, o Tacho e outros tesouros da cozinha de fusão portuguesa e oriental que tem o seu epicentro aqui com a gastronomia "maquista". Agora é só ir até ao Four Seasons e "tafulá".


O programa da Rádio Macau dedicado à enologia, "Vinho na Rádio" (que título tão original...) é hilariante, mesmo que acidentalmente. Os enólogos da nossa praça provam e comentam os vinhos, e para os descrever usam termos muito próprios desta ciência, que são um fartote: "nariz fechado....sabor agreste...muitos frutos vermelhos...framboesas, violetas, cerejas...final curto" ou "madeira enquadrada...presença de taninos...frutos vermelhos...um pouco de chocolate, até de rebuçado...final longo, muito agradável". Quer dizer, a enologia e a degustação de vinhos é um passatempo engraçado, para quem gosta, mas não posso deixar de achar graça a esta linguagem tão peculiar. Nunca comi violetas, nem sei como se detecta o ácido tânico através do paladar, mas pronto, quem sabe, sabe. Contudo para esse problema do "nariz fechado" conheço um bom remédio: o inalador da Vick's Vaporub. Faz milagres. E não me levem a mal, meus amigos. Perceber de vinhaça não é sinal de classe ou de gosto refinado. Para mim existe apenas "boa pomada" e "carrascão do mais ordinário". O primeiro recomendo sempre, com mais ou menos frutos vermelhos à mistura. O segundo pode ficar para temperar os bifes. Cheers!

2 comentários:

Anónimo disse...

Só acho mal que o "Há vinho no rádio" não tenha legendas quando o locutor fala. De resto, é um programa engraçado.

Leocardo disse...

Se é na radio, não pode haver legendas. Podiam recrutar um tradutor aos SAFP, isso sim :)

Cumprimentos