domingo, 26 de maio de 2013

A lotaria da vida


O milagre de dar à luz uma nova vida pode ser uma alegria para uma mulher, mas até neste particular há países onde dá gosto ser mãe, e outros onde se deve pensar duas vezes antes de trazer outra criança ao mundo. Tristemente mais de 3 milhões de crianças por ano morrem no primeiro dia de vida, enquanto 40 milhões de mulheres dão à luz em casa sem a assistência de um medico ou de uma parteira qualificada. Diariamente morrem 800 mulheres durante a gravidez ou no parto. Num ranking baseado em qualidade dos cuidados médicos a parturientes e recém-nascidos, incentivos governamentais à natalidade e taxa de mortalidade infantil em 176 países, a Finlândia é o melhor para se ser mãe. A Escandinávia em geral é um paraíso para as mamas, com Suécia, Noruega, Islândia e Dinamarca a ocupar os primeiros lugares, com os Países Baixos a “intrometerem-se” no quinto posto. Espanha, Bélgica, Alemanha a Austrália completam o top-10. Apesar de assegurarem com um elevado grau de certeza que o nascimento de uma nova vida é realizado com segurança, estes são países que se encontram a braços com uma baixa taxa de natalidade. É caso para dizer que dá Deus nozes a quem não tem dentes. Os dez piores países para se ser mãe são todos em Africa, sem surpresa. A Rep. Democrática do Congo é o pior, seguido da Somália, Serra Leoa e Mali.

Mas se nascer com qualidade e segurança é importante, não menos importante é onde. Ninguém pode escolher o país Natal, e aqui a sorte desempenha um papel fundamental. Numa lista que atende a factores tão diversos quanto a esperança media de vida, taxa de divórcios, igualdade entre generous e até a pluviosidade media annual, a Suíça é actualmente considerada o melhor país para se nascer. Se aos suíços saíu a sorte grande na lotaria da vida, aos australianos saíu a terminação, com um garboso segundo lugar numa lista de 80 países. Segue-se o continente escandinavo, Suécia, Noruega e Dinamarca, surgindo Singapura em sexto lugar, com Hong Kong em 10º, curiosamente à frente da Finlândia. Portugal partilha o 30º lugar ao lado da Costa Rica, o que torna a portugalidade pouco convidativa. A China ocupa o 49º lugar, enquanto a Nigéria é o pior país da lista para se ver pela primeira vez a luz do dia. Existirão outros piores certamente, uma vez que recordo que são dados relatives a apenas oitenta estados.

Depois de se nascer em condições num país que ofereça perspectivas de uma boa qualidade de vida, é preciso pensar em adquirir uma educação que nos permita competir no exigente mercado de trabalho, o que se vem tornado cada vez mais um problema em todo o mundo. A OCDE ponderou factores como o rendimento per capita, literacia geral e número de habitantes com um curso superior para determinar os países mais educados do mundo. Aqui o vencedor é o Canadá, seguido de Israel, Japão, Estados Unidos e Nova Zelândia. A Coreia do Sul aparece à frente do Reino Unido e da Finlândia, e o top-10 fica completo com Austrália e Rep. Irlanda. Curiosamente dos dez países mais educados do mundo, a maioria deles – seis – tem o inglês como lingua oficial.

Depois de terminar um curso e encontrar um emprego, é importante viver em paz, com a tranquilidade de um risco reduzido de levar um tiro ao sair de casa ou rebentar uma mina e ir pelos ares. Assim, e de acordo com o Indice de Paz Global, compilado pelo Instituto para a Paz e Economia, a gelada Islândia é o país mais pacifico do mundo, seguido pela Dinamarca e Nova Zelândia ex-aequo, e pelo Canadá e Japão. Portugal fica bem classificado nesta lista, em 16º lugar, muito à frente da Espanha, França, Reino Unido e Itália, por exemplo. Os Estados Unidos, o país da liberdade por excelência ocupa um vergonhoso 88º posto, logo à frente da China. Este índice que avalia a paz é dependente de um frágil equilíbrio. A Síria, por exemplo, desceu 30 lugares depois do início da Guerra civil, ocupando o 147º lugar entre 158 países. Mesmo assim consegue ser melhor que Sudão, Afeganistão e Somália, os países mais perigosos do mundo.

Posto isto, boa sorte para os futuros recém-nascidos. Façam o possível por nascer num país ocidental, de preferência europeu e se possível escandinavo. No evento de nascerem a oriente, optem pelo Japão, Singapura, Coreia do Sul ou Hong Kong, ou melhor ainda, um pouco mais a sul na Austrália ou na Nova Zelândia. Em todo o caso evitem a Africa e a América Central. E façam o favor de ser felizes.

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