Isto não é ficção. Os factos que vou relatar a seguir são verídicos, e as pessoas neles envolvidos são reais - são "reais irreais", diria eu. Repito: o que vai ler, ver e escutar a seguir não é ficção. Isto não é nada como a transmissão radiofónica da Guerra dos Mundos dita por Orson Welles aos microfones da CBS, corria o ano de 1938, e mesmo que então as pessoas fossem menos informadas e por isso mais crédulas e fáceis de ludibriar, estamos perante algo de completamente novo. Isto é verídico, e ainda mais assustador - podemos estar muito bem perante o primeiro sinal evidente do fim dos tempos. A partir daqui vai como que entrar numa outra dimensão, e por isso o mínimo que pode fazer é suspender a descrença. Isto é algo nunca antes visto antes. Prepare-se para o que nunca pensou precisar de estar preparado.
Esta é uma imagem familiar à grande maioria dos leitores, e agora com a aproximação do Verão e das férias, é possível que alguns já estejam a suspirar por ser parte integrante desta imagem, e poder saborear ao vivo e a cores um prato dessa grande obra-prima do desenrascanço nacional: os caracóis. Se há algo de que podemos ter a certeza é que nunca vamos morrer de fome, der por onde der - e depois, no fundo, como é que a malta ia protestar por não haver comida? Comida pode não haver, mas e uma bucha? Arranja-se sempre, nem que seja os testículos de um carneiro, touro ou porco, ou uma lesma com casca - o mais importante é o tempero, que faz o molho. O pior é se depois não há pão. Aí é que são elas.
Antes de escrever este "post" tive que ir aprender mais sobre os caracóis, quando tudo o que sabia sobre eles era que se comiam, e pouco mais. Quer dizer, lá saber que soltam ranho e que são umas criaturas feias, feias, mas mesmo feias de meter dó, e que são lentos, sabia. Sabia ainda que são hermafroditas, ou seja, têm os dois sexos (desengane-se quem pensava que a caracoleta era "a fêmea do caracol", portanto), mas o que eu não sabia, por exemplo, é que apesar desse facto os bicharocos não conseguem dar conta do recado sozinhos, e precisam de "interagir" com outro. Isto acontece quatro vezes por ano e pode demorar até 10 horas de cada vez. Tendo como referência a imagem em cima onde se vê em minucioso detalhe a anatomia da rastejante criatura, isto já é muito mais do que eu queria saber. Deve ser agradável ter o pénis logo à entrada da boca, mas como se trata aqui de um caracol, talvez o bicho não entenda o potencial que essa particularidade pode vir a ter, enfim, pois afinal o caracol não sente, e quem não sente...espera lá, o caracol não sente mesmo nada? Nem prazer, nem dor, nem calor nem frio nem oregãos? Vamos lá então tentar perceber melhor onde é que isto tudo vai chegar.
Ahem, pois. De facto nem eu nem ninguém gostaria de ser cozido vivo, mas esta campanha iniciada há um par de semanas por uma associação de que já vou falar a seguir eleva a parada ao ponto do absurdo: os caracóis sentem dor quando são cozidos vivos??? Bem, não consigo pensar em cozinhar um litro de caracóis de outra forma; primeiro porque nunca os compraria mortos, por motivos sanitários (excepção talvez para os congelados, que por feliz coincidência são os que comemos aqui em Macau), e depois porque deve dar imenso trabalho estar a matar os caracóis um a um, antes de os enfiar na panela. Mas esta ideia de que "sofrem" lá no tacho enquanto se preparam para receber a extrema unção de oregãos e estragão deixa-me um pouco baralhado. Tudo o consigo apreender desta situação é apenas um novo patamar da idiotice destes tipos das associações de protecção dos animais. Mais nada. Sim, os gritos que ouviram naquela tarde em que a selecção jogou e foram uns amigos lá a casa petiscar foram alucinações causadas que "crack" que estiveram a fumar umas hora antes, e não vinha da panela onde estavam a preparar os caracolitos, não senhora. Fiquem descansados.
E pronto, quase que respirei de alívio quando deparei com a resposta em tom sardónico dada pelos internautas a esta campanha "humanitária" a favor dos caracóis - por um nanosegundo cheguei a pensar que alguém no seu estado mental normal ia atrás da conversa destes tipos. Quer dizer, insurgirem-se contra as touradas, e apesar de eu não ser adepto nem das mesmas, nem do chinfrim que os seus opositores fazem, ainda dá por entender, pois os touros são animais de sangue quente. Agora, caracóis? Aquilo não sangra, minha gente: deita ranho! Ah mas esperem lá, que há aqui uma que merece um destaque especial:
Pronto, ganharam. A sério, com esta mijei-me a rir, e ainda dou comigo a gargalhar quando olho para este..."spoof" brejeiro da mensagem da menina - e olhem para o ar sério com que ela nos anuncia que somos os facínoras que apreciam a lenta e dolorosa cozedura de, e passo a citar, "outros seres vivos". Começo a pensar que afinal o deputado Mak Soi Kun estava certo quando demonstrou preocupação com os vírus e outros microorganismos aquando de uma das primeiras votações à lei da protecção dos animais. Mas afinal, quem são estes "chupa-cabras"? (Literalmente, arrisco...)
São um grupo denominado "Acção Directa - Portugal", e como o nome indica, são a célula portuguesa de uma multinacional de "hippies", que das duas uma: ou têm interesses ocultos, ou são avariadinhos da mona; a maioria dos elementos que compõe esta tropa fandanga é isso mesmo: chalupa. Mas reparem na simbologia, ou até mesmo na indumentária, o que vos faz lembrar? E isto:
Pois é, está confirmado: é mental. São grupos de "jovens" que falam da "liberdade para todos", e lá está, outra vez aquela comparação parva entre a libertação dos escravos e das mulheres (comparação ofensiva para estes dois, diga-se de passagem). Na constância deste ideal assumem que lhes é permitido praticar pequenos actos de "terrorismo", ou "terrorismo piegas", chamemos-lhe assim. Vejam isto:
Este é um pequeno resumo dos vídeos publicados pelo grupo, é onde é bem visível as "melgas" que são. Uns autênticos carrapatos. Imaginem que estavam a morfar uma sanducha à pressa durante a vossa hora de almoço, onde têm menos de meia hora para engolir qualquer coisa à pressa, e aparecem lá estes artistas com um discurso rebuscado dos armários com mais esqueletos que há e diz-vos que "não passam de uma peça da engrenagem de uma indústria capitalista" e não sei que mais. E o que dizer daquela: "esta carne pertence a animais que foram assassinados com o único propósito de ir para o vosso prato" - sim senhor, nem La Palisse diria melhor, mas depois: "...para satisfazer a vossa gula". Alto lá, gula? Já estou a quase a fazer como um dos cartazes lá de cima, só que em vez de vos mandar ir comer pedras, sugiro outra coisa muito menos dura e com uma sonoridade parecida. O pior é que ainda há pessoas que dão corda a estes tipos, e tentam explicar por "a" mais "b" que os animais não fazem a mínima ideia daquilo que eles estão a fazer, e que nunca lhes pediram nada, e portanto não se pode aplicar aqui o princípio da "libertação" de nada - queixam-se do quê, os bichos? E a propósito, e deixando isso do capitalismo e o diabo a sete, aqueles supermercados ou restaurantes de "fast-food" onde eles fazem este chinfrim todo e incomodam a clientela não têm uma gestão? E esta gestão não paga a uma companhia de segurança para manter a ordem naquela bagunça? E a primeira chanfrada que aparece nesta compilação, o que quer dizer com aquela conversa de que as vitelas "foram arrancadas da mãe e da família...", eu nem consigo continuar, se quiserem vejam o vídeo. Mas ó meus amigos, o GADO BOVINO tem uma percepção assim tão evoluída do conceito de afecto dentro do núcleo familiar (ou de núcleo familiar, em qualquer dos casos). Se assim fosse, já pensaram o que podia ter sido "A Escolha de Sofia"?
Epá é isso mais aquela mui democrática imposição do veganismo que eles advogam. Não me inibo de afirmar que estes maluquinhos são bem capazes de chegar perto de alguém que paga os impostos, vai à Igreja todos os Domingos, é bom pai de família e está almoçar num "snack-bar" qualquer, acossá-lo, insultá-lo e humilhá-lo, e de seguida ir fazer o funeral ao bitoque em que o desgraçado não teve sequer oportunidade de ferrar o dente. E quem é capaz de me garantir que não é mesmo assim?
Mas pronto, agora falando do lado mais sério (ou menos bizarro) da questão - isto vem mais uma vez prejudicar a causa da defesa dos direitos dos animais. Já disse aqui centenas de vezes e não me canso de repetir: isto é péssima publicidade para a causa, pois de certeza que haverá gente interessada em fazer um pouco pela natureza, pelos ecossistemas, pelos cães de rua e tudo mais, que depois fica de pé atrás quando depara com estas aves raras, e não quer ficar a elas associado - ninguém quer, certamente. E esta causa até que tem a sua razão de ser, mas aqui aplica-se a discrição: fazer o bem sem olhar a quem (ou a que focinho). Portanto é assim, sejam humanistas e não se juntem a este tipo de gente que não bate mesmo nada bem da bola. Se por acaso acham que vale a pena debater seja o que for com eles - e só pode ser mesmo isto, que é a única coisa que entendem - recomendo que em vez de gastar saliva, tentem estalar os dedos umas quantas vezes. Pode ser com alguma sorte que eles saiam da transe...
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