quinta-feira, 25 de junho de 2015

Os ingleses são burros (e eu tenho razão!) - parte II


Bem vindos à segunda parte desta dissertação onde pretendo demonstrar a veracidade quase dogmática de duas evidências: 1) os ingleses são uns idiotas e 2) eu sou um génio, ou ainda 3) ingleses=burros, eu=génio. Génio e santo, da paciência e tempo que encontro sempre para tentar SALVAR A HUMANIDADE (de nada, o prazer é todo meu) de um LOGRO, de uma FABRICAÇÃO, engendrada pelos feios dos ingleses, que também são brutos, malvados, cínicos, e além disso retardados (Ebeneezer Scrooge meets Margaret Thatcher meets Mr. Bean), em parceria com os seus filhos mongolóides, os americanos (Pateta, melhor amigo do Mickey meets Ronald McDonald meets Presidente Bush e a sua luciférica descendência). A esta poção diabólica fabricada no caldeirão da Madame Min, e disparada pelos Irmãos Metralha, de uma máquina de matar inventada pelo Prof. Pardal (sempre na companhia de "Lampadinha", o seu fiel assistente) deram o nome de RACISMO.

Nesta missão de que Deus não me incumbiu, mas era o mínimo que podia ter feito (se realmente existir, há que ter em conta que não é certo e muito menos provável), demonstrei na primeira parte deste artigo que mais uma vez, pode existir 0% de "racismo" em determinado local, situação ou circunstância, que há sempre uma alminha caridosa que vai lá semear uma caganeira qualquer, que só pode vir de mentalidades decadentes, complexadas, e porno-necro-edipianas-masturbatórias. Assim vimos, por exemplo, que uma mesa só com brancos ao lado de uma mesa só com pretos é motivo suficiente para conspurcar a opinião de uma nação inteira, ofendendo cidadãos que são atletas, e são jovens. Exibicionistas, que acenais com teu sardo negro a pingar pus a uns pobres e tenros cordeirinhos de Deus. Noutro caso vimos como é possível "insinuar" que um experiente e respeitado técnico de futebol, senhor já de certa idade, é possivelmente um racista, que não pode ver alguém diferente dele que puxa logo do chicote, e tira do bolso os grilhões e as correntes Um treinador de futebol que olha nos olhos de um atleta preto e lhe chama de "macaco" - isto segundo as tablóides, claro, pois a verdade é sempre outra coisa.


Hoje prossigo com esta maravilhosa ideia de obrigar as pessoas a fazerem o que não querem, enquanto ficam ainda privadas da sua liberdade de escolha, de expressão, e de associação. Este senhor em cima na imagem é Jarred Floyd Hasselbaink, mais conhecido por Jimmy Hasselbaink, ou apenas "Jimmy". Muitos se devem recordar desta caribenha figura dos tempos em que jogou pelo Campomaiorense e Boavista no campeonato português, e catapultado pelas presenças dos axadrezados na Champions, representou Leeds United, Atlético de Madrid e Chelsea, sempre como cabeça de cartaz na posição de ponta de lança, representando ainda a selecção holandesa (os "eusébios" da Holanda vêm do Suriname, de St. Maartens e do Curacao - a ilha, não a bebida) em 23 ocasiões, apontando nove golos. Actualmente, com 43 anos, tem um sobrinho com 24, Nigel Hasselbaink, que joga na Escócia e é um embaraço para o nome da família, que faz lembrar golos. e é treinador de futebol. Sim, isso mesmo, porquê? Ah, já sei! Das duas uma: ou não referi que o senhor é preto porque não tive a capacidade de glorificá-lo por esse facto, e seria sempre "racista" da minha parte - ou o odeio por ele ser diferente de mim, ou o odeio por ele nutrir simpatia pela minha pessoa, pois não me lembro de lhe ter pedido nada. Agora vá lá, não sejam racistas, mau. Só porque o senhor é preto, pode ser treinador de futebol, quem disse que não? O que interessa se é preto ou branco? Estamos aqui a falar de futebol ou de "kuduro"? O problema é o seguinte: das 72 equipas que compõem a FA inglesa, apenas sete têm treinadores não-brancos. E isto para os ingleses "não pode ser". Por acaso já tinham pensado nisto? Eu também não, e é para que vejam as coisas mirabolantes que estes tipos vão desencantar à pala dessa tal brincadeira parva que inventaram.

A Federação inglesa "compra" esta palhaçada, leva-a a sério e aplica-a, castigando os que se recusarem a cumprir. Assim, num sistema semelhante ao que já existe no futebol americano (tinha que ser), as equipas vão ser obrigadas a "entrevistar um treinador de outra etnia que não a da maioria", e já a partir de 2016. Inicialmente o regime será de voluntariado, mas nos escalões de formação as equipas serão obrigadas a entrevistar pelo menos um candidato de origem étnica diversa. Para quê? Deve ser para compor melhor o ramalhete, sei lá? Senão vejamos:


Portanto se ideia aqui é fazer a "fauna" dos treinadores futebol bater certo com a distribuição étnica, vemos que existem na Grã-Bretanha 86% de ingleses brancos. Portanto, 86% de 72 equipas da FA dá 62, o que quer dizer que para lá das sete que estão servidas de multiculturalidade na equipa técnica, é só necessário arranjar mais três. Mas atenção: por motivos de coerência, é melhor que desses 3 em falta um seja indiano, e o outro chinês. Senão, já sabem, é "racismo". Ai não encontraram na Chinatown em Londres nenhum chinês com o curso "B" da UEFA? Ai procuraram em todos os restaurantes e lojas da candonga, e nenhum quer ser treinador? O melhor é que voltem e não apareçam sem o vosso treinador oriental que vos estamos a impor, seus  RACISTAS!

Agora é possível que alguns leitores ainda tenham dúvidas, e estejam a pensar qualquer coisa como: "mas talvez em alguma situação possa mesmo ter havido um treinador que tenha sido descriminado pela sua cor ou etnia, um pouco como em todo o resto nesta vida, não?". É, e ao mesmo tempo não é, senão reparem nos argumentos dos promotores desta ideia pioneira e "piolheira": "O James Hasselbaink é um dos poucos treinadores não-brancos em Inglaterra, e foi campeão da League Two (quarto escalão) com o Burton Albion". Ai sim, e depois? E foi campeão porque é preto, suponho. Fez bruxaria? Vodu, candomblé?  E tácticas? Bem, "nós" temos várias: três centrais, meio-campo em losango, "catanaccio", jogo de contenção, em contra-ataque...e quais são as tácticas "afro", as mais usadas pelos treinadores pretos? O treinador vencedor da Liga dos Campeões é branco, assim como o treinador da equipa classificada no último lugar da II divisão da liga de Malta - isto diz-nos o quê, exactamente? Estão a ver como é ridículo? E pode ser desastroso, também, porque algures em Londres:


Este é Chris Ramsey, e foi na época que terminou o único treinador não-branco da Premier League, tendo sustituido à 24ª jornada no Queens Park Rangers o conceituado Harry Redknapp, que deixou a equipa em último lugar com 19 pontos. Mal o ex-selecionador inglês saíu, a equipa foi ganhar a Sunderland por 2-0, com o adjunto Kevin Bond no banco. Ramsey era coordenador técnico, foi nomeado treinador principal, e no fim deixou a equipa em...último lugar, com um saldo de 14 jogos, duas vitórias, dois empates e dez derrotas, duas destas foram goleadas, nas últimas três rondas do campeonato: 6-0 no reduto do Manchester City e 5-1 na visita a Leicester na última jornada. Olhando para a equipa do QPR dificilmente daria para qualquer outro fazer melhor, mas caso Ramsey tivesse produzido um "milagre" e conseguido a permanência, os paladinos do politicamente correcto da treta vinham logo a correr dizendo: "estão a ver? os brancos andavam a explorar e segregar o QPR!". Estariam mesmo? Eu diria o contrário...


Este na imagem é Les Ferdinand, e os leitores da minha geração que sempre seguiram futebol devem recordar-se dele dos seus tempos de avançado, onde fez mais de 100 golos na liga inglesa, sendo o seu período mais prolífico o que passou no QPR, onde entre 1992 e 1995 fez 61 golos em 113 aparições pelos londrinos na Premier League. Depois de terminar a carreira, com passagens por Newcastle e Tottenham, e a presença no mundial de 1998 pela selecção inglesa, tornou-se treinador, mas sem grande visibilidade. Depois de quatro anos como adjunto no Tottenham, o primo de Rio Ferdinand, que aos 36 anos ainda joga precisamente no QPR, foi para director técnico da equipa que o celebrizou, e diz que Chris Ramsey "foi uma aposta sua", e "um risco". Além de ser o único treinador não-branco na Premier League, Ramsey é ainda o menos habilitado, com menos currículo e menos experiência - o que estava a pensar Les Ferdinand, afinal? É fácil perceber se  virem este vídeo,  onde vemos Ferdinand a defender a implementação desta regra, pois caso contrário "os treinadores de futebol das minorias têm menos oportunidades", ou a defender uma teoria bizarra, de que existe uma espécie de "racismo dissimulado", que leva as pessoas a, e atenção a isto, "serem racistas sem saber"! Claro, foi como já referi aqui antes: quem diz seja o que for que se possa encaixar nesta pantomima do "racismo" é logo chamado de "racista", e quem preferir o silêncio, para  não ser mal interpretado (que acontece quase sempre), é "racista" também, pois ao abster-se de demonstrar as posições que defende está "a pactuar com o preconceito".



E aqui temos Paul Ince, outro ex-jogador e agora treinador, que já no ano passado neste programa tinha dito como "é difícil a um treinador não-branco encontrar trabalho em Inglaterra". No caso dele é bem possível que assim seja, pois tem o terrível hábito de somar derrota atrás de derrota e deixar os clubes por onde passa nos últimos lugares da tabela. Os dois clubes mais recentes por onde passou não devem ter saudades nenhumas do seu "management"; Com o Notts County, entre 2010 e 2011, conseguiu bater um recorde da história do clube ao somar 9 (nove) derrotas consecutivas, enquanto no Blackpool, onde ficou entre Fevereiro de 2013 e Janeiro de 2014, não começou mal, terminando a época de 2012/2013 deixando a equipa melhor do que quando chegou, mas na época seguinte seria despedido após dois meses sem vencer, e com uma suspensão de cinco jogos por "conduta violenta" pelo meio. Ora aqui está um treinador muito jeitoso, com uma folha de serviço impecável, e que quem se recusar a contratá-lo, só pode mesmo ser "racista". Nada a ver com as qualidades técnicas e tácticas, portanto.

Agora imaginem o que será com esta forma atroz de "descriminação positiva", e o que pode sair dela. Já estou a ver uma liga com 20 equipas, metade treinada por brancos, outra metade por pretos, "fifty-fifty", com um equilíbrio aceitável entre o valor das mesmas - Benfica, Sporting, Guimarães, Nacional com brancos, Porto, Braga, Belenenses e Marítimo com pretos, para ilustrar em termos de equilíbrio. Se ao fim de  um terço de campeonato, os cinco primeiros classificados são orientados por treinadores brancos, ai Jesus que desgraça, que isto não pode continuar assim, e "não dão oportunidades aos treinadores blá blá blá" - é como diz o Paul Ince: as equipas treinadas por brancos "estão a ser racistas sem saber". Já o contrário, ou seja, os primeiros classificados treinados por "minorias", já não faz mal, não senhor. E é bem feito, que para vocês, RACISTAS, verem como andaram tanto tempo a sufocar os treinadores não-brancos com os grilhões do preconceito. Com que então Ranieri, não é? Scolari, pois, pois. E porque não...


Tivemos grandes treinadores de futebol na história que eram pretos e mestiços: Otto Glória, por exemplo. E Mário Wilson. Ou ainda...Otto Glória, e outros, e se quiserem saber mais vão "museu do orgulho besta" mais próximo de vocês. Querem o exemplo de um contraponto a esta teoria parva? Costinha. O tipo foi um jogador de craveira internacional, um médio-defensivo que organizava aa retaguarda como ninguém e levava a equipa para a frente às costas. A sua visão de jogo davam a entender que poderia dar num excelente treinador, mas foi o que se viu: passagens pelo Beira Mar a e pelo P. Ferreira, na I Liga, despedido de ambos e com um registo de 3 (três) vitórias e 20 jogos. Os clubes já são por natureza pouco tolerantes, mas no P. Ferreira, que até tinha terminado o campeonato anterior no 3º lugar, precisou de esperar que o Costinha perdesse 6 dos oito primeiros jogos para o despedirem - generosidade, ou o "fantasma" do "racismo"?

Nós portugueses não temos essas coisas: no jogo da bola um gajo é bom, ou então não presta e é melhor ir fazer outra coisa, que até tem corpinho para trabalhar. Mas que branco, preto ou qual carapuça, nem nos próprios atletas isso tem qualquer importância, e distinguem-se apenas em termos de qualidade - excepção feita a alguns aspectos técnicos ou relacionados com a componente física e atlética que se podem considerar apenas preciosismos (na minha equipa teria que ter sempre um trinco preto; porque sim, porra). Além disso, quem são estes cabrões dos ingleses para nos virem estragar a festa com as paneleirices deles? Vejam isto:


Duas selecções que disputaram o mundial de futebol em 1966: à esquerda a Inglaterra, a jogar em casa, e à esquerda a selecção de Portugal. Ambas realizaram um bom torneio, encontrando-se nas meias-finais com vantagem para os ingleses, que acabariam por se sagrar campeões em circunstâncias que poderemos designar apenas por "caseiras". A Inglaterra, a maior potência colonizadora da História, quer no que toca à dimensão do seu Império, do qual se dizia que "o sol nunca se punha", quer no tempo que durou e na relação que mantém ainda hoje com os seus territórios ultramarinos, não tem na selecção um único jogador não-branco. Ponto. Portugal, com menos população que Londres, tem 4 jogadores de origem africana no onze inicial: Eusébio, Coluna, Hilário e Vicente, e talvez com excepção deste último, todos insubstituíveis e indispensáveis - só um louco ia optar por outro jogador para as suas posições. Pode ser que alguém tenha entendido a inclusão dos jogadores africanos na equipa portuguesa como uma manobra de charme, um exemplo da integração plena dos cidadãos do "mundo português". Quem diz isso só pode ser ou um completo idiota, ou então não entende porra nenhuma de futebol. Alguma vez nos deu para contar as peças no nosso xadrez? Quantos brancos e quantos pretos, e quem é o quê? Mais facilmente vemos um adepto de um dos grandes a barafustar se os atletas do seu clube estão em menor número que os dos seus rivais, do que preocupado com o grau representatividade étnico na selecção. Aquilo é para jogar à bola, e já agora, se possível, para ganhar. Com um raio.

 Naquele tempo Portugal era o "patinho feio" do Ocidente, isolado devido à persistência de Salazar em manter os territórios ultramarinos, mas onde é que estava esta polícia do "politicamente correcto", para inspeccionar o "ratio" de jogadores pretos e brancos? Se calhar ainda andavam a saltar de tomate em tomate, ou à espera do surgimento do fenómeno Bob Marley, para ter um "sound bite" adequado à mensagem de "igualdade" que pensam estar a passar, mas que não é senão uma manobra política, ainda por cima egoísta, que fomenta a cisão daquilo que o desporto tem conseguido unir, e sem o mesmo alarido ou incoerência que estes tansos. Outro caso:


Portanto, aqui do lado esquerdo temos a equipa de 2008 do Portsmouth, que venceu a FA Cup.  Como podem ver, em termos de representação da multiculturalidade, é uma equipa quase perfeita - e digo "quase" e mais tarde vão saber porquê. Do lado direito temos a selecção da Islândia, esses RACISTAS, a quem só falta um capuz, cruzes de madeira a arder e braçadeiras com imagens de suásticas, todos patrocinados por uma marca de sabão fabricado em Baden-Belsen "com ingredientes 100% naturais". Então se uma equipa da cidade de Portsmouth, Hampshire, com uma população metropolitana de 1,5 milhões, e destes 91,4% são ingleses brancos, tem no seu plantel oito jogadores pretos, e dos três brancos um deles é islandês (os outros são um croata e o Pedro Mendes), como é que a Islândia, com uma população de 330 mil. 99% de islandeses e outros nórdicos e eslavos, não tem no seu plantel pelo menos três pretos, um índio "sioux", e uma maori da Nova Zelândia??? Não há?!?! Não procuraram bem, isso sim, ignorando as evidências e abraçando a segregação que perpetua o ódio - esta é a lógica destes palermas: que tudo tem que ser...como eles querem? Ah, e sabem porque era esta equipa do Portsmouth "quase" perfeita? Porque o treinador era (outra vez) Harry Redknapp, e não Paul Ince. Se fosse este último tinham chegado a duas finais, não uma, e no fim levavam três taças.

Porque é que um ex-jogador de futebol vai deixar de ser treinador, como tantos fizeram, apenas pelo facto de ser preto? E se o atleta é preto, e não quiser seguir a carreira de treinador. Se um treinador oriundo de uma "minoria" pode alegar "racismo" no caso de se sentir prejudicado, o que vai pensar um treinador local? Que não gostam dele porque "é feio"? E para quando é que estão a pensar fazer o mesmo com o "cricket"? Eu acho que a selecção da India tinha mais a ganhar (não desportivamente, claro) com dois ou três atletas açorianos, e não ficaria muito melhor uma selecção russa de hóquei no gelo com uma maioria de persas, timorenses e andinos do Peru? Ah?! SEUS RACISTAS!

Eu desconfio que anda aqui metido nisto tudo o dedo fétido e acastanhado da paneleiragem. É sempre com "ai olha olha, vem ali um preto! não o enforquem, que ele é meeeuuu". Estes gajos do "racismo" metem nojo. Que cambada de palhaços. Mas querem saber mais, e pior? Não percam amanhã a terceira e última parte deste manifesto anti-"racismo", contra estes charlatões, que se aproveitam da candura alheia para levar a cabo os seus maléficos fins. Não percam!


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