A cortina do palco da vida baixou pela última vez esta semana para dois actores - dois homens que serviram a arte em duas realidades antagónicas.
Christopher Lee celebrizou-se como estrela da época dourada nos filmes de terror, nomeadamente no papel de Conde Vlad de Drácula, Nuno Melo saltou para a atenção do público português nos anos 80 num papel secundário numa novela intragável, onde o seu personagem, de nome "Caniço", é atingido com um tiro no orgão sexual, e vai sangrar até à morte na praia.
Além de Conde Drácula, Lee é recordado por muitos outros papéis em mais de 200 filmes, onde foi desde Cardeal Richielieu dos Três Mosqueteiros a Mohammed Ali Jinnah, fundador do Paquistão, passando por Sherlock Holmes e Fu Manchu. Fez comédia, ficção, entrou no Senhor dos Anéis e na Guerra das Estrelas. Depois de "Caniço", Nuno Melo tornou-se mais conhecido pelas suas colaborações com Herman José, sendo "Casino Royale" uma das mais memoráveis, onde fazia o papel de Trafaria, um mendigo que habitava no esgoto por debaixo do casino.
Lee deixa-nos aos 93 anos, com uma carreira que se estendeu por quase 70 anos, e só não teve início mais cedo devido ao serviço que prestou durante a II Guerra Mundial, onde chegou a Tenente-Coronel e mais tarde seria condecorado. Foi feito cavaleiro pela rainha de Inglaterra, viveu uma vida cheia rodeado de opulência e com uma legião de milhões de fãs. Nuno Melo não resistiu a um cancro no fígado, e partiu aos 55 anos enquanto na lista de espera para um transplante. Há os que vão com o pó das estrelas, e outros com o pó da estrada. Dois actores. Só isso.
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