Macau é a terra dos encantos mil, ou melhor, dos encantos por uma nota de mil. Na minha secção favorita do Jornal Tribuna de Macau, a do "crime", duas notícias merecem destaque, uma de ontem, e outra de hoje. Duas provas cabais que talvez fosse necessário um investimento urgente em profissionais na área da psiquiatria. Duas "estórias" que revestem de uma comicidade que nos leva até a duvidar da sua veracidade.
Ontem a notícia de um indivíduo que ligou para o 999, o número de emergência, requisitando "serviços sexuais". Talvez o indivíduo em questão fosse pobre, e utilizou o número gratuito em vez de recorrer a um dos muitos disponíveis que se podem encontrar em cartões muito sugestivos, espalhados pelo chão nas ruas do território, especialmente perto dos casinos. Já consigo imaginar o diálogo:
"- Emergência, boa noite, posso ajudar?
- O que tens vestido?
- Este é um número reservado a emergências, cavalheiro...
- Sim...isto é uma emergência...as minhas calças estão em vias de explodir".
O indivíduo, um croupier de 32 anos, diz que a brincadeira se deveu ao facto de estar "aborrecido", e vai ser acusado de injúria e agravamento. Ignorância ou apenas descuido, o "brincalhão" não se lembrou que o 999 identifica automaticamente a origem da chamada.
Hoje ficámos a conhecer outro episódio delicioso com contornos eróticos. Segundo o JTM, um "arquitecto" de 30 anos terá passado a noite a beber numa discoteca da Taipa com uma senhora da mesma idade, e como acontece tantas vezes nestes casos, a noite acabou na casa do indivíduo, já pelas seis da madrugada. O casal continuous a beber, mas na "hora da verdade" a mulher recusou qualquer tipo de intimidade, e acabaria por fazer queixa na esquadra por "tentativa de violação". Voltou ao "local do crime", acompanhada por dois agentes, e o alegado "quase violador" confessou que teria bebido demais, e que não se recorda em detalhe das suas acções.
O jornal Ou Mun, em língua chinesa, conta uma versão mais promenorizada do incidente. Segundo o diário mais lido do território, os dois personagens trabalham no mesmo casino. Os "objectos pessoais" que o JTM diz que a jovem deixou na casa do companheiro seriam peças de roupa, pelo que dá a entender que terá existido alguma agressividade na aproximação do indivíduo "à febra". O que fica por explicar é o que vai uma mulher adulta e emancipada fazer à casa de um tipo com que passou a noite na discoteca. Vender Bíblias? "Time-sharing"? Uma história muito mal contada. Não quero especular sem conhecer os factos em detalhe, mas cheira-me que houve ali um desajuste em termos negociais. Só uma opinião...
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