Corredor do Poder

O programa Corredor do Poder, da RTP, é um dos meus favoritos. Gravo sempre às sextas-feiras de manhã e depois vejo quando chego a casa. Depois da saída da deputada do Bloco de Esquerda, Ana Drago, substituída pelo seu colega José Gusmão, a única mulher que ficou foi a apresentadora Sandra Sousa. Se ignorarmos o que se diz naquele programa de debate (não é fácil, os temas são interessantes), até parece que estamos ali a ver um concurso do “Mr. Portugal”, uma espécie de eleição do maior macho latino lusitano. Um estrangeiro que esteja a ver aquele programa vai pensar que em Portugal os políticos são de longe os mais bem parecidos do mundo. E quem são eles?


Aí está o exemplar do gajo do norte: Marco António Costa (leia-se “Marcantonio”), político do PSD de Gaia. Ali é bê-lo a afinfar naqueles mouros morcões que num querem trabalhar, carago. Sendo do PSD, o programa de ontem marcou a estreia como “representanto do partido do governo”. Já precisou de se defender da chuva de críticas dos seus colegas por causa da eleição de Fernando Nobre para presidente da AR.


Nuno Melo, braço direito de Paulo Portas no CDS-PP e agora também no governo à boleia da coligação, é o George Clooney português. Era como se o George Clooney fosse da linha de Cascais. Mesmo que não vencesse o concurso de Mr. Portugal, candidatava-se a uma carreira de modelo.


Oposto ao nortismo de Marcantonio Costa, temos o alentejano João Oliveira, deputado do PCP de Évora. E nã é que o magane é mesme alentejane? É um alentejane intelectuali. Atitudi...tás a veri? Mas agora a sério, este rapaz que mais parece um príncipe é um comunista! É difícil reconhecer um comunista sem fato de Mao ou farda de Fidel.


Outro comunista, mas este do Bloco de Esquerda, José Gusmão. Este rapaz que tem um ar assim muito jovem, muito vamp, não conseguiu ser eleito no dia 5 de Junho pelo círculo de Santarém, pelo que está no Corredor apenas como representante do BE, digo eu. Faria imenso sucesso no papel de Ernesto “Che” Guevara num biópico sobre o revolucionário das ganzas, que deve ser um dos heróis do nosso amigo Gusmão.


Deixei o pior para o fim. Este gajo chama-se Sérgio Sousa Pinto, é do PS e é um mete-nojo do caraças. Cara pasteluda, como que a tentar imitar o tio Marocas (Mário Soares, o herói dos socialistas), e sempre com um ar de quem comeu e não gostou. Uma mistura de Tom Hanks com Mário Viegas em aparência, mas em vez de ser divertido e competente é chato, malcriado e resmungão. Que feio, Sérgio Sousa Pinto.